Barroso, Paulo2019-02-192019-02-192018978-989-98388-4-0http://hdl.handle.net/10400.19/5397A fé e as vivências religiosas determinam a percepção e concepção do espaço. O processo de sacralização do espaço deve-se à semiose do espaço como lugar de manifestação do sagrado (e.g. o reconhecimento de hierofanias). O espaço perde homogeneidade e se distingue entre “sagrado” e “profano”. Esta distinção serve fins espirituais, mas produz identidade entre os crentes e o espaço, ao mesmo tempo que transforma o espaço em património espiritual e cultural. A sacralização do espaço está associada quer a factores psicológicos ou “mitopoiético” (crenças e rituais que criam identidade e simbolismo nos locais de culto, porque formam e conservam a matriz espiritual sobre o território) quer a factores físicos ou geográficos (características do relevo, pois os lugares de culto no cimo de montes, montanhas e outeiros são frequentes símbolos de devoção popular, cuja imponência fascina pela altura). Nesta perspectiva, o objectivo deste texto é: a) abordar a influência de uma geografia do sagrado; b) relevar o papel do processo de sacralização na organização espacial dos lugares; e c) reconhecer a relação intrínseca da génese e dinâmica do espaço sagrado com a sua frequente e necessária recriação de uma psicologia colectiva, conforme os desígnios espirituais.porIdentidadeGeografia da religiãoPatrimónio intangívelSacralização do espaçoSemiose do espaçoA semiose do espaço: sacralização geográfica e construção de património intangívelbook part