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- Liberdade e cidadania global: aprender a aprender com o livro-álbumPublication . Melão, Dulce; Silva, Ana IsabelEste artigo procura investigar o contributo do livro-álbum Obrigado a todos! (Martins, 2016) para o ensino dos valores, no âmbito do domínio dos direitos humanos – nomeadamente o respeito, o cuidado e a solidariedade. O referencial teórico deste artigo baseia-se: i) no Programa e metas curriculares de Português do ensino básico (Buescu, Morais, Rocha & Magalhães (2015); ii) no documento Educação para a cidadania global: tópicos e objetivos de aprendizagem (2016); iii) na Convenção sobre os direitos da criança e protocolos facultativos (2019). Traçam-se os seguintes objetivos: i) atentar nas formas de representação da aprendizagem plasmadas no livro-álbum, sobretudo nas ilustrações, e nas suas reverberações na formação pessoal das crianças; ii) refletir sobre os desdobramentos de tais aprendizagens em diálogo com os afetos que estão no seu fulcro, potenciando reaprender a olhar a realidade; iii) compreender a articulação entre a educação para a cidadania global e os direitos humanos, por via da literatura para a infância. Conclui-se que este livro-álbum potencia fortemente a liberdade das crianças redescobrirem, autonomamente, valores e alimenta a compreensão da sua pluralidade e diversidade, como meio de abranger a Educação como uma viagem permanentemente aberta – tendo os direitos das crianças no seu cerne
- “Aqui estamos nós” – reescritas da cidadania global com Oliver JeffersPublication . Melão, DulceA relevância e a crescente visibilidade conferidas, a nível nacional e internacional, à Educação para a Cidadania Global (ECG) apelam à renovação de práticas educativas, no âmbito das quais se podem conciliar caminhos que tenham o livro-álbum contemporâneo como tela privilegiada de atenção. Nesse sentido, o objetivo principal desta reflexão é rever os itinerários da ECG acolhidos pelos olhares multifacetados que se cruzam, repetidamente, nas ilustrações do livro-álbum Aqui estamos nós. Apontamentos para viver no planeta Terra (Jeffers, 2018). O enquadramento teórico da reflexão ancora-se: i) nos documentos internacionais que contemplam a ECG (UNESCO, 2015; 2016), em articulação com documentos nacionais como o Referencial de educação para o desenvolvimento – educação pré-escolar, ensino básico e ensino secundário (Torres et al, 2016) e a Estratégia nacional de educação para a cidadania (Ministério da Educação, 2017); ii) na literatura de especialidade relativa ao papel maior desempenhado pela ilustração no livro-álbum contemporâneo (Kümmerling-Meibauer, 2017; Ramos, 2010). O artigo é norteado pelos seguintes objetivos: i) refletir sobre o modo como as ilustrações deste livro-álbum podem convocar uma teia de plurissignificações que implicam os leitores na compreensão da redescoberta de trilhos da cidadania global; ii) atentar nos modos como o entrelaçamento das ilustrações na narrativa possibilita olhar, de maneira renovada, o planeta Terra, pulsando nas múltiplas vozes aí inscritas. A análise detalhada de tal simbiose, em estreita associação com o papel central que daí decorre para os leitores (Eco, 2019), constitui o fulcro da metodologia adotada. Conclui-se que as diferentes vias de exploração desta narrativa visual reunindo, de forma singular, “apontamentos para viver no planeta Terra” acolhem itinerários de ECG de extraordinária riqueza que podem contribuir para a compreensão de algumas das suas dimensões conceptuais (socioemocional e comportamental), constituindo uma proposta que se adequa à natureza transdisciplinar que caracteriza a componente curricular de Cidadania e Desenvolvimento (CeD) no 1.º Ciclo do Ensino Básico (1.º CEB). As reescritas de mundos propostas por Oliver Jeffers lançam-nos, pois, o desafio de nos inscrevermos nos exercícios de empatia com a gentileza do traço que a narrativa e as ilustrações revelam – prolongamentos do bem-estar que (cuidadosamente) vai atravessando este livro-álbum.