Unidade de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria (UESMP)
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Browsing Unidade de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria (UESMP) by advisor "Duarte, João Carvalho"
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- Necessidades educativas do cuidador informal da pessoa com esquizofreniaPublication . Rodrigues, Marisa Isabel Paiva; Duarte, João Carvalho; Gonçalves, AmadeuAs orientações políticas sobre a saúde, e particularmente sobre a saúde mental vão no sentido de se manterem os doentes mentais na comunidade, tendo-se verificado um aumento do número de doentes com esquizofrenia a viver com os cuidadores informais. Neste sentido, julgamos que se torna fundamental refletir sobre as necessidades educativas reais dos cuidadores informais da pessoa com esquizofrenia, no contexto onde este presta os cuidados: o domicílio. Este estudo tem como objetivos: caracterizar sócio demograficamente o cuidador informal da pessoa com esquizofrenia; compreender o significado atribuído pelo cuidador informal, à doença mental da pessoa com esquizofrenia; conhecer as dificuldades sentidas pelo cuidador informal ao cuidar da pessoa com esquizofrenia; descrever as estratégias utilizadas pelo cuidador informal face às dificuldades em lidar com a pessoa com esquizofrenia; conhecer a ajuda prestada pelos profissionais de saúde, percebida pelo cuidador informal da pessoa com esquizofrenia. Do ponto de vista metodológico, o presente estudo enquadra-se no método de investigação qualitativa, com características fenomelógicas. Participaram no estudo nove cuidadores informais de pessoas com esquizofrenia, seguidas na consulta externa do DPSM-CHTV, EPE. O instrumento de colheita de dados utilizado foi a entrevista semiestruturada. Os resultados sugerem que o doente com esquizofrenia é cuidado sobretudo pela família, sendo as mães os cuidadores por excelência. Trata-se de cuidadores idosos que cuidam do doente há vários anos. Revelam ter poucos conhecimentos acerca da doença mental (esquizofrenia). Apresentam várias dificuldades no papel de cuidador, tais como: dificuldades em lidar com os sintomas do doente, sendo a mais mencionada a agressividade e o isolamento social; dificuldades na execução de tarefas, onde referem a má adesão do doente ao regime terapêutico; dificuldades sociais, relacionadas com a escassez de recursos comunitários; dificuldades psicológicas, através de emoções negativas vividas e dificuldades financeiras. Os cuidadores usam como principal estratégia de coping a fuga ao problema (67%), emoções negativas (22%) e apenas 11% aceita o problema. Quanto ao contributo dos profissionais de saúde, percebidos pelo cuidador informal na sua preparação para o cuidar, a maioria referenciou uma parceria de cuidados não vivida, com ausência de planeamento de alta (78%) e com desconhecimento das suas necessidades (100%). Os enfermeiros (segundo os cuidadores) não contribuíram na preparação para o cuidar. Como necessidades educativas surgem: fatores básicos sobre a doença mental; lidar com os sintomas do doente; aumentar o funcionamento social do doente e recursos/apoios comunitários. Podemos concluir, que os cuidadores sentem que os serviços de saúde mental não lhes dão o apoio de que necessitam, esperando dos profissionais de saúde/enfermeiros mais informação tendo em conta as suas necessidades como cuidadores. Em função dos dados obtidos, propõe-se que haja uma evolução no sentido de gerar parcerias no cuidar com os cuidadores informais. Deste modo, pretende-se suscitar uma reflexão sobre os cuidados numa área cheia de desafios que implica mais e melhores competências para o enfermeiro - a área da psicoeducação.
- Perturbações psicopatológicas no cuidador informal do doente mentalPublication . Correia, Isabel de Fátima Gomes; Cruz, Carla Maria Viegas e Melo; Duarte, João CarvalhoContextualização: Assume grande relevância para a prática profissional conhecer-se os fatores que interferem nas perturbações psicopatológicas do cuidador informal do doente mental, dado que esta é uma área pouco explorada. Como tal, objetivou-se: analisar a relação entre as variáveis sociodemográficas do cuidador informal e as perturbações psicopatológicas do cuidador informal; analisar a relação entre a sobrecarga e a personalidade do cuidador informal com as perturbações psicopatológicas do cuidador informal; avaliar a influência das variáveis sociodemográficas do doente mental sobre as perturbações psicopatológicas no cuidador informal. Métodos: Realizou-se um estudo transversal, descritivo correlacional, de natureza quantitativa, no qual participaram 100 cuidadores informais de doentes mentais, dos quais a maioria é do sexo feminino, com idades mínimas de 20 anos e máximas de 80 anos. Para a mensuração das variáveis utilizaram-se instrumentos de medida, de reconhecida fiabilidade, aferidos e validados para a população portuguesa: Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS-21), a Escala de Sobrecarga do Cuidador Informal e o Inventário de Personalidade de Eysenck (EPI). Resultados: Constatou-se a existência de diferenças estatisticamente significativas na relação entre a situação laboral com a sobrecarga do cuidador; houve influência do tempo que presta cuidados e a sobrecarga, nomeadamente em relação ao impacto na prestação de cuidados; o homem, regra geral, está muito mais dependente de prestação de cuidados que a mulher; inferiu-se que os cuidadores apresentam índices mais elevados de depressão ansiedade e stresse quando cuidam de pessoas dependentes do sexo masculino; os participantes com traços de neuroticismo são sobretudo os do sexo feminino; as mulheres apresentaram índices médios mais elevados condizentes com maiores níveis de estado depressivo, ansiedade stresse, do que os homens; os participantes com idade entre os 47 e os 57 anos foram os que apresentaram índices mais elevados de depressão, ansiedade e stresse; registaramse maiores níveis de depressão, ansiedade e stresse nos prestadores de cuidados que prestam cuidados às pessoas dependentes mais jovens. Conclusão: Cuidar do doente mental, conforme demonstram os resultados apresentados, tem repercussões negativas em termos de sobrecarga, stresse, ansiedade e depressão.