Browsing by Author "Coelho, Sandra"
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- Cânone: reminiscências de alunos e de professoresPublication . Coelho, Sandra; Sillva, Ana IsabelA emergência de um cânone resulta da acção de forças diversas que, no dizer de Harold Bloom, transcendem, hoje em dia, a qualidade literária, único factor que deveria determinar a sua génese. Assim, afigura-se-nos legítimo questionar os argumentos de alguns críticos literários e academias, na defesa da canonização de este ou daquele escritor. A coluna dorsal de um corpo canónico não pode nem deve sucumbir a critérios de sustentação dúbia mas tão só ao primado da qualidade artística das obras literárias. Um cânone será sempre uma selecção que, ao incluir uns, terá de excluir outros. Em um processo desta natureza, persistem as naturais polémicas: porquê este escritor e não outro? Mas ele é necessário, se queremos fazer com que os melhores escritores (ou as melhores obras) sejam lidos. Daqui decorre, inexoravelmente, um outro conceito: o de “clássico”. E deste emerge um outro ponto de reflexão: “Só o clássico reúne as condições de ocupar um lugar no cânone/ensino da literatura”? A proposta que aqui se deixa consiste numa comunicação evocadora destas e outras problemáticas teóricas, com o claro propósito de demonstrar que a definição de um cânone, sendo um processo eternamente submisso a argumentos de inegável subjectividade, não deixa de constituir, na sua essencialidade, um consenso involuntário. Neste sentido, propomos cruzar percepções do leitor aluno e do leitor professor, construtores e representantes da perenidade ou efemeridade de um ou diversos cânones, plasmada em reminiscências partilhadas.
- Da literatura como gineceu de imagens às representações de uma Literacia implicadaPublication . Silva, Ana Isabel; Coelho, SandraParece haver em todos os sistemas educativos uma hierarquia formada para a instrução literária. Neste contexto, as imagens foram subvalorizadas pelos letrados devido ao seu valor comunicativo. Torna-se redutor trabalhar a Literatura, fundadora da Literacia, sem propormos reflectir sobre a importância da imagem percepcionada pela experiência da leitura. Nesta comunicação, a Literatura gemina-se à Literacia de forma sofisticada; ancora-se na compreensão e interpretação das imagens traduzidas pela tradição oral e pela tipografia alfabética em documentos mediatizados, ou não; cristaliza-se de formas várias e enceta o processo de categorização do mundo de forma consciente subscrevendo o que se denomina de literacia crítica. Propomos esclarecer a passagem da Literatura à Literacia, ilustrando os pontos de contacto intrínsecos a ambas. As aptidões de inserção, adaptação e mobilidade nas sociedades actuais mediatizadas pela escrita e fundadas no oculocentrismo parecem determinar o mais ou menos eficaz acesso ao pensamento abstracto. Uma sociedade iletrada adoptaria processos cognitivos menos sofisticados e elaborados para a interpretação do mundo (visível). Assim, a Literatura, gineceu de imagens, promove processos de maturação do leitor e prontifica o exercício descodificador e compreensivo que se constitui no acto de ler e no acto de escrever. Propomos revistar o sentido do leitor em toda a sua polissemia, projectando a Literatura como um espaço de mundividências emersas das suas funções pragmática, social, utilitária e lúdica concretizadas em diferentes dimensões a explorar com a criação de instrumentos de uma didáctica da literatura. Propomos uma reflexão sobre os fundamentos de um cânone escolar e da potencial permeabilidade à construção de um cânone individual, personalizado e intertextual. Assumimos, assim, a Língua, a Literatura e o Leitor como um corpo, continente de conhecimentos, herdeiro de cultura, estruturante de regras, princípios, sujeitos ao acto de interpretar.
- De copistas a leitores: representações da literária do olharPublication . Silva, Ana Isabel; Coelho, SandraA Literacia visual marca-se hoje no friso cronológico de forma sofisticada, ancora-se na compreensão e interpretação da imagem em documentos mediatizados, ou não, e cristaliza-se de formas várias. Dos alfabetos mais incipientes à decifração de mensagens pictográficas, da construção de imagens a partir de leitura, a criança enceta o processo de categorização do mundo de forma consciente e subscreve o que se denomina, também, de literacia crítica e, por isso, não ingénua. Esta comunicação pretende, assim, abordar representações do que se constitui a literacia do olhar ao nível da leitura e da escrita na literatura infantil. Pegando nesta, propomos esclarecer a passagem da literatura à literacia, ilustrando os pontos de contacto intrínsecos a ambas. Neste ponto propomos, ainda uma abordagem da literacia visual conferindo-lhe um carácter essencial e atribuindo-lhe a categoria de competência, passível de ser treinada através da leitura de imagens ao longo da escolaridade. Propomos, ainda, uma reflexão acerca do sentido da visão em toda a sua polissemia, promovendo-a não como o principal sentido, mas como aquele que se metaforiza, também, nas mundividências de copistas e leitores. Pensamos, assim, ter assumido este evento também como uma oportunidade para reflectir sobre leitura, literatura Infantil, interculturalidade e políticas culturais a elas associadas.