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- Vergílio Ferreira e as suas relações com a cidade de ViseuPublication . Sousa, Martim de Gouveia eA palavra literária que continua a dimanar da lava vergiliana, actividade magmática por sobre o fogo e as cinzas dos círculos dantescos onde os artistas e as obras de todos os tempos e lugares se telescopam num locus angelicus aos melhores reservado, sempre nos conduziu a espaços vergilianamente ditos "lugares do seu espírito". Esta aptidão da obra de Vergílio Fer- reira tem paralelo com muitos autores, grande parte dos quais canonizados no incontornável The Western Canon. The Books and School of the Ages., do já celebérrimo Professor de Humanidades da Universidade de Yale Harold Bloom.
- A Richmond de Régio é Portalegre : a descrição e o espaço na sintagmática diegética de Davam grandes passeios aos domingosPublication . Sousa, Martim de Gouveia eO fascínio que o espaço - um certo espaço , diríamos - exerce sobre os artistas da palavra é iniludível. Foi essa pulsão interior, essa adesão irreprimível que fez a nossa Sintra admirada de Byron, Beckford, Tennyson, Palgrave ou Fielding, para só citarmos literatos da Velha Albion. Tal atracção constitui, em termos narratológicos, a prova "claramente vista" de que o espaço é uma fundante e primigénia categoria da narrativa, que, indutora de articulações funcionais profundas, permite, em matiz cumular, a existência do chamado e tantas vezes cultuado romance de espaço. Essa fisicidade, se desapensa da especificidade histórica, conduzir-nos-á, de forma translata, aos correlatos espaço social - e como ele refulge em Davam grandes passeios aos domingos, nomeadamente nos festejos de segunda-feira de Entrudo na casa da Serra de D.Alice Caldeira! - e espaço psicológico - não serão cumeadas da atmosfera psicológica os dilemas de Rosa Maria ?!
- O Ensino Agrícola em Viseu: do pioneirismo ao impasse.Publication . Coutinho, RuiJá nos finais do século passado e início deste, a cidade de Viseu era um dos maiores centros académicos do país, sendo apenas suplantada por Lisboa, Porto, Coimbra e Faro. De parceria com Lisboa, Coimbra e Évora, teve o privilégio de ser pioneira no Ensino Agrícola em Portugal. A Escola Prática de Agricultura de Viseu instalou-se na Casa do Arco, tendo sido até anfitriã da família real. Após longa espera, oposições acérrimas e muita coragem, em 1992, volta a ter o Ensino Agrícola mas, pasme-se, ainda não possui nem instalações próprias nem Terra para trabalhar. Parece-nos ser útil comparar, não só o protagonismo do passado com o impasse da actualidade, mas também reiterar as justificações da existência da Escola Superior Agrária de Viseu, num distrito dotado de potencialidades e diversidades agrícolas únicas no país. Estamos em 1852. O Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria incluía, entre os mais diversos organismos, repartições consagradas a actividades agrícolas.
- Humanismo e Erasmismo no Renascimento português. Pedro Sanches e a musa de Roterdão: o (des)velado Cálamo de pendor ErasmistaPublication . Cardoso, Luís Miguel Oliveira de BarrosO Manuscrito F.G. 6368 da Biblioteca Nacional de Lisboa, relicário da obra de Pedro Sanches, inclui um poema em 161 hexâmetros dactílicos, com o título De Superstitionibus Abrantinorum, ou seja, «Acerca das Superstições dos Abrantinos», que mereceu aturado estudo por parte do Doutor Américo da Costa Ramalho 1 e que se revela um texto basilar para a compreensão da personalidade do nosso humanista. Este poema denota um pendor erasmista se tivermos em mente um desvelado cálamo que ousou entrar nos domínios da crítica do exercício da religião. Porém, se o texto pode atestar o perfume da Musa de Roterdão, o autor, talvez devido às suas grandes responsabilidades na Corte - «Supremi Senatus a Secretis, rege Sebastiano», de acordo com o Ms. F.G. 6368 da B.N.L. - não o publicou, nem a outros semelhantes que talvez tivesse escrito, pelo que o cálamo erasmista de Sanches se apresenta velado, em relação à sua época e em relação ao próprio perfil do humanista, no que concerne à sua simpatia para com Erasmo.
- A Europa medieval: tempo de copistas,iluminadores e miniaturistasPublication . Barros, Teresa Antas deA partir do séc. IX o latim torna-se uma língua morta, praticada exclusivamente por especialistas. Será, no entanto, o principal veículo do pensamento ocidental até ao século XVI, época em que começa o seu verdadeiro declínio. O acesso à cultura escrita da Cristandade no período românico era concedido unicamente àqueles que dominavam a língua erudita. Este acesso é reservado aos clérigos formados nas escolas conventuais ou nos cabidos, única via de promoção social num sistema em que o nascimento determinava com rigor o papel de cada um na sociedade. As necessidades culturais dos laicos, nobres, plebeus ou servos, eram satisfeitas por uma iniciação oral rudimentar e por uma cultura imagética que estava na origem dos vastos programas decorativos das igrejas, verdadeiras escolas visuais. A récita através de imagens com o seu conteúdo mágico e narrativo cumpria uma função social importante: dar a qualquer um o sentimento de uma verdade e de um bem comuns. A partir de meados do séc. XII, a função e o destino do livro mudam de forma considerável. Uma após outra, todas as diferentes regiões do Ocidente cristão ascendem a formas de vida social diferenciada, formas que exigem documentação escrita, livros mais numerosos e especializados. A
- Variação linguística e aprendizagem da leituraPublication . Bento, Joaquim R.Apresentam-se os resultados de investigações realizadas sobre a influência do meio linguístico na aprendizagem da língua escrita.
- A génese da aprendizagem da língua escritaPublication . Bento, Joaquim R.Apresentam-se os resultados de investigações realizadas sobre a génese da aprendizagem da língua escrita em crianças argentinas em idade pré-escolar.
- Linhas de coesão em " A Morgada de Romariz",de Camilo Castelo BrancoPublication . Sousa, Martim de Gouveia eNa literatura, como nas restantes artes, estamos em crer que nada se perde. Ao contrário, tudo significa. Daí, e para que uma melhor dilucidação se efectue, ser necessário observarmos o que se nos depara, no exterior e no interior. Um simples vocábulo pode empecer a decodificação do texto literário, para tal bastando lembrar a consabida "norma" de que só chegará à literariedade quem conquistar a literalidade. Assim, e acertando pela terminologia kristeviana, poderemos dizer que o fenotexto (estrutura de superfície) e o genotexto (estrutura profunda) de um qualquer exemplar literário mantêm entre si uma relação indissociável e programática. A coesão de um texto, entendendo-se aqui este último como uma tessitura semiótica e linguística, é um facto inalienável, por mais longe que nos sintamos da sua com- preensão. A leitura, por seu lado, e um tanto na esteira da estética da recepção, é ela própria uma tentativa de construção de uma coesão textual .
- O Romance da Feiticeira Cotovia e o Romanceiro PortuguêsPublication . Correia, Manuel José Monteiro SáO Auto da Feiticeira Cotovia de Natália Correia é para nós um desafio: tentar descobrir neste longo poema da sua autora marcas em que transpareçam, mesmo que seja para obter um efeito especial, temas ou formas populares. Isto é, a poesia, neste caso de Natália Correia, é sobretudo expressão de intuições do real, adivinhações, achados verbais, mais ou menos voluntários, emotividade de raiz obscura, efusão de lirismo puro que propicia um encontro com o popularizante e o aproveitamento consciente de termos ou formas populares tidas como tais.
- Duas nótulas queirosianas: II - Eça de Queirós e Emile Zola - do palimpsesto ao autógrafo, entre Les Rougon-Macquart e os MaiasPublication . Cardoso, Luís Miguel Oliveira de BarrosEm literatura, não raro encontramos posições críticas pautadas pelo maniqueísmo simplista que resvalam para o depauperamento do objecto de análise. Todavia, o leitor crítico deve procurar a compreensão multímoda que enforma uma reflexão pertinente e atenta. Esta premissa ilumina esta nótula sobre o autor de Os Maias, riquíssimo exemplo de um polifacetado percurso estético-ideológico. De facto, a obra de Eça conheceu reflexões e leituras baseadas na descoberta do texto que existe sob outro texto, em busca dos caracteres realistas e naturalistas. Porém, um leitor atento deve conciliar o fenómeno palimpséstico com o percurso do autor, demandando o autógrafo da originalidade.
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