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- O foco papel parental e o desenvolvimento da prática de enfermagem na parceria de cuidadoPublication . Nunes, Célia Carla de Carvalho; Coutinho, Emília Carvalho; Duarte, João CarvalhoEnquadramento: As transições no desempenho da parentalidade, vivenciadas durante a hospitalização são muito significativas para o campo de atuação e intervenção autónoma do enfermeiro, pelo que o papel parental constitui um foco relevante em enfermagem pediátrica. Decorrente da introdução dos sistemas de informação em enfermagem nos contextos da prática clinica nacional, da necessidade de adoção da parametrização nacional única para uma linguagem unificada em enfermagem, os enfermeiros necessitam de identificar corretamente os focos da sua atenção, proceder às inerentes intervenções de diagnóstico, construção dos diagnósticos, implementação das intervenções de enfermagem e determinação dos ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem, reflexivos da mestria do cuidar. Tal, exige que os contextos da prática clinica se transformem a ritmos e tempos nem sempre compatíveis com as capacidades individuais e organizacionais instaladas. A investigações-ação é uma opção metodológica que promove o caminhar, assegurando não apenas a visibilidade do exercício profissional mas acima de tudo, a garantia de cuidados de excelência ao cidadão. Neste sentido explora-se a prática profissional na parceria de cuidados focalizando o potencial de participação dos pais nos cuidados e o estímulo que desencadeia o cuidar e sua associação à negociação de cuidados. Objetivos: Quantificar a prevalência de registo do foco papel parental como diagnóstico real e potencial, nos anos 2015 e 2016 no serviço de pediatria do CHTMAD; identificar as barreiras encontradas à elaboração do diagnóstico de enfermagem no foco papel parental; identificar os conhecimentos dos enfermeiros no foco papel parental, padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem e indicadores em enfermagem antes e após a formação; caracterizar a parceria de cuidados estabelecida entre enfermeiros e pais da criança hospitalizada; propor indicadores de Enfermagem: Processo, Resultado e Epidemiológicos, no foco papel parental. Metodologia: Estudo de investigação-ação desenvolvido em cinco fases: 1ª Fase - Diagnóstico, 2ª fase - Planeamento da ação, 3ª Fase - Implementação, 4ª Fase - Avaliação, 5ª Fase - Implementação do adquirido. Recolha de dados através de: questionário dirigido aos enfermeiros sobre conhecimento em Padrões de Qualidade, Indicadores de Enfermagem e papel parental antes e após a formação; formulário aplicado aos pais sobre o processo de parceria de cuidados durante a hospitalização; e consulta de dados, recolhidos pela unidade de informática através do programa business intelligence, registados no processo clínico das crianças internadas no serviço de pediatria do CHTMAD sobre o foco papel parental referentes aos anos 2015 e 2016. A amostra é constituída por 15 enfermeiros do serviço de pediatria do CHTMAD alvo de intervenção do programa de formação/implementação, que decorreu de abril a junho de 2016 e por 95 pais acompanhantes das crianças hospitalizadas, alvo da intervenção dos enfermeiros. Resultados: Após a sessão formativa, verificou-se um aumento dos conhecimentos dos enfermeiros no foco papel parental (p=0,001), padrões de qualidade (p=0,005) indicadores de qualidade (p=0,006), e diminuição das dificuldades/barreiras na documentação das práticas de enfermagem (p=0,016). Quanto aos Atributos das crianças - verifica-se que apresentavam uma condição desenvolvimental normal no domicílio e que essas necessidades, embora com frequências menores, se mantêm, no hospital. Contudo, na alimentação (p=0,026), higiene (p=0,032) segurança (p=0,015) e desenvolvimento infantil (p=0,006) as crianças passaram a ter necessidades de tipo especial. Contrariamente às necessidades de sustento, as necessidades complexas mostram um acréscimo no hospital, quanto ao equipamento (32,6%), soroterapia (56,8%), medicação (92,6%), dor (62,1%) e procedimentos de diagnóstico ou tratamento (43,2%). Quanto ao potencial de participação - Os pais, no hospital, revelaram maior potencial de participação nas necessidades de sustento (alimentação, eliminação, higiene, segurança, desenvolvimento infantil). Parte dos pais passam a participar em necessidades especiais, como monitorizar a dor (n=51; 69,9%), uso de estratégias não farmacológicas para eliminar a dor (n=53; 70,7%) e solicitar competências da criança para o autocontrolo da dor (n=38; 84,4%). Quanto ao Estimulo para participar nos cuidados - A maioria dos pais refere que o estímulo para participar nos cuidados às necessidades de sustento/especiais à criança durante a hospitalização assenta na negociação dos cuidados (56,8%). Os cuidados de enfermagem foram orientados para a manutenção do papel parental desenvolvimental/especial. Quanto ao responsável pelo cuidado em função do estímulo e das necessidades da criança - é maioritariamente a mãe a responsável pelo cuidado nas necessidades de sustento, alimentação (40%), eliminação (85,3%), higiene (57,8%), segurança (42,1%) e desenvolvimento infantil (85,3%) com participação por estímulo auto-iniciado (adotação de decisões sem planeamento explícito); sempre que está presente a díade mãe/enfermeiro, o valor mais expressivo recai na negociação de cuidados quer nas necessidades de sustento, como a alimentação (60%), eliminação (14,7%), higiene (42,2%), segurança (57,9%) e desenvolvimento infantil (14,7%), quer nas necessidades especiais/complexas (58,3%) como a medicação (n=34; 100%), bem como no controlo da dor (72,6%); é o enfermeiro o responsável pelo cuidado nas necessidades especiais/complexas, como equipamento (75,0%), soroterapia (98,2%) e procedimentos de diagnóstico/tratamento. As mães mantiveram o seu desempenho no papel parental desenvolvimental, no entanto, participaram em cuidados especiais/complexos, havendo negociação de cuidados para a sua participação (100%), revelando que os cuidados de enfermagem promoveram o papel parental especial. Antes do processo de formação os registos informatizados no Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem eram escassos, em relação à elaboração do diagnóstico no foco papel parental. Após a formação constatou-se um aumento do número de registos de enfermagem no foco papel parental, sobretudo no mês seguinte à sessão de formação. Conclusão: O estudo traz implicações para a prática de enfermagem no que se refere à educação e formação contínua, bem como à assunção da responsabilização e consciencialização dos profissionais sobre o papel parental e sua importância na parceria de cuidados. A intervenção formativa foi relevante na aquisição de conhecimentos dos enfermeiros face à incorporação de melhores práticas no foco papel parental, condição determinante, embora com a sua visibilidade condicionada, na obtenção de ganhos em saúde, o que justifica a proposta de introdução de indicadores de enfermagem. Palavras-chave: Foco Papel Parental; Enfermagem; Parceria de cuidado.
- O perfil do enoturista da região vitivinícola do DãoPublication . Carvalho, Lídia Maria Fernandes de; Barroco, Cristina; Antunes, JoaquimO Enoturismo é ainda uma atividade recente em Portugal, no entanto, considera-se que seja um país com fatores muito favoráveis ao desenvolvimento desse tipo de turismo, diminuindo a sazonalidade e contribuindo para o desenvolvimento das regiões menos turísticas ou com menos recursos e atrações para o turismo em geral. Nota-se que nos últimos anos, o vinho Português tem ganho prestígio, nome, corpo e alma. Hoje não será apenas o vinho do Douro e do Alentejo a fazer sucesso e a levar a qualidade dos vinhos portugueses além-fronteiras. Os vinhos do Dão, por exemplo, iniciam uma longa e cuidada viagem nesse sentido, obtendo já sucessos e trazendo à região o poder do Enoturismo. A Rota dos Vinhos do Dão, embora ainda jovem, começa finalmente a dar os primeiros passos certeiros na direção da boa oferta em serviços e em produtos. Aliando as atividades culturais à dinâmica do vinho, a promoção e visibilidade da marca Dão tem vindo a ganhar terreno. Este trabalho pretende reunir informações e diretrizes pertinentes para impulsionar o Enoturismo na região vitivinícola do Dão de uma forma coordenada e direcionada para o mercado correto. A oferta na direção da procura, gera procura na direção da oferta. Se o Enoturismo começa a fluir, trabalhemos então para que seja de máxima qualidade. Para que possamos ter diretrizes de desenvolvimento da região, é fundamental perceber qual o perfil do enoturista: quem é, o que pretende da região e o que nela desenvolve. Dessa forma, poderemos obter informações mais concisas para a avançar com planos estratégicos e de desenvolvimento para a região vitivinícola do Dão. As diretrizes baseiam-se no resultado dos inquéritos realizados, em que o público jovem feminino português surge no topo da procura da Rota dos Vinhos do Dão, e onde se apurou que as três motivações principais para a sua deslocação a este destino estão intimamente relacionadas com a riqueza histórica e cultural da região, com o relaxamento que o destino lhes transmite e pela autenticidade do local. As atividades mais praticadas passam pelos passeios a pé, a visita a espaços museológicos e as provas de produtos regionais do Dão, em que esta ultima atividade é a que representa um maior grau de satisfação pelo enoturista. Desta forma, entende-se que as conclusões reunidas serão um bom ponto de partida para reformular a oferta na região vitivinícola do Dão.