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- Manipulação dos resultados nas PME´s Portuguesas: O caso das empresas em insolvência financeiraPublication . Monteiro, Carla Sofia da Cruz; Rodrigues, Luís FernandesA literatura existente relata que existem diversos incentivos para a prática da manipulação dos resultados, através dos accruals discricionários. Estes indicam que as principais motivações prendem-se na minimização do pagamento do imposto (motivo fiscal) e o acesso ao financiamento em condições atrativas (motivo financiamento) de modo a influenciar a perceção do mercado acerca da viabilidade e credibilidade da empresa. O objetivo deste estudo consiste em especificar um modelo que permita analisar a manipulação dos accruals discricionários e identificar o efeito moderador que a probabilidade de insolvência financeira poderá ter uma sobre as variáveis que estão associadas às motivações de financiamento e fiscal. Utilizou-se uma amostra de PME’s portuguesas, entre 2003 e 2012, para investigar se este tipo de empresas tende a manipular mais a componente discricionária dos accruals quando a probabilidade de insolvência é maior. Como proxy da manipulação dos resultados utilizou-se os accruals discricionários e para estimar a probabilidade de insolvência financeira associada a cada período para cada empresa utilizou-se um método regressão logística. Os resultados confirmam que os gestores tendem a manipular os seus resultados de acordo com grau de alavancagem da empresa, no sentido de conseguirem obter mais financiamento junto da banca e/ou pelo menos conseguir a sua renovação. Não se encontrou evidências de que os gestores manipulem os accruals com o objetivo de minimização do imposto ou que esse tipo de manipulação seja superior nas empresas que estejam numa situação de dificuldade financeira. Pelo contrário, o facto de uma empresa enfrentar uma elevada probabilidade de insolvência parece reduzir a sua propensão à manipulação dos resultados, talvez porque se uma empresa estiver com problemas de solvência, a obtenção de crédito bancário adicional tornar-se-á muito difícil, pelo que em alternativa buscará uma progressiva substituição de crédito bancário por crédito comercial.
- O crédito vencido e a insolvência financeira: Evidência empírica nas PME PortuguesasPublication . Martins, Ricardo Jorge Cabo; Rodrigues, Luís FernandesEste estudo tem como objetivo analisar o problema incumprimento bancário pelas instituições não financeiras, em Portugal, no período entre 2003 e 2014. Para obter evidência empírica adicional, estimamos a probabilidade de insolvência financeira para as PME portuguesas a partir de dados microeconómicos obtidos junto da base de dados SABI. Agregamos por setor os valores estimados segundo a desagregação setorial dos dados sobre o crédito vencido, fornecidos pelo Banco de Portugal. Este processo permitiu a criação de dois indicadores, um de probabilidade de insolvência (PI) obtido através da aplicação de um modelo de regressão logística, e um de incumprimento bancário (RCV) calculado através de dados setoriais recolhidos junto do Banco de Portugal. O estudo da evolução e a comparação destes dois indicadores, permitiu identificar os principais factos relevantes para identificar a natureza e incidência da crise em Portugal, assim como os principais desvios setoriais à tendência evidenciada pela economia. A evidência empírica revela que numerosas empresas já se defrontavam com problemas de insolvência financeira antes da grande crise financeira internacional de 2008. Tal sugere que o fator fundamental para potenciar da grande recessão em que Portugal mergulha desde 2010, tenha sido uma crise “brutal” na Banca portuguesa, que implodiu quando mercado europeu interbancário paralisou. A Banca portuguesa estava vulnerável provavelmente devido a uma má estratégia de alocação de recursos, particularmente a realizada junto de num pequeno número de grandes projetos, que podemos classificar no mínimo como de alto risco. Como esta aposta falhou e surpreendentemente não existia colateral relevante, a Banca portuguesa acaba por ser vítima dessa mesma estratégia e propagou a sua descapitalização ao resto da economia. Esta crise atinge o seu auge com o contágio e crise soberana portuguesa, que contribuiu para a entrada da economia numa grave recessão, em que as expectativas mais otimistas de que 2014 seria o ano de saída da crise foram traídas (o que esteve certamente ligado à implosão do Grupo e Banco Espírito Santo). Todo este processo induziu um corte no financiamento à economia, que teve um efeito de feed-back de intensificar o crescimento do incumprimento bancário e, provavelmente, vir a causar um processo generalizada de desalavancagem pelo menos no que respeita às PME.