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- Perceção dos professores sobre a inclusão de alunos com necessidades de saúde especiais numa escola portuguesa em Maputo, Moçambique: apoios e recursosPublication . Brás, Ana Paula da Silva; Cardoso, Ana Paula; Marques, CarlaEnquadramento: A educação inclusiva valoriza a diversidade e as contribuições únicas que cada aluno com necessidades de saúde especiais traz para a sala de aula. Num ambiente verdadeiramente inclusivo, todos os alunos devem sentir-se seguros e ter um senso de pertença. A escola tem de possuir suporte, flexibilidade e recursos para nutrir, encorajar e atender às necessidades de todos os alunos. Objetivo: Conhecer a perceção dos professores sobre como se processa a inclusão de alunos com necessidades de saúde especiais numa escola portuguesa situada em Maputo, Moçambique. Metodologia: Estudo qualitativo, com recurso ao método fenomenológico, tendo como instrumento de recolha de dados a entrevista semiestruturada. Os 6 participantes foram recrutados na escola portuguesa de Maputo, Moçambique. Recorreu-se à análise qualitativa de dados, com consequente análise de conteúdo. Resultados: Da análise do verbatim das entrevistas emergiu uma ideia generalizada que na escola onde os professores exercem funções a filosofia da educação inclusiva está enraizada, dispondo esta de recursos humanos específicos de apoio à aprendizagem e à inclusão de alunos com necessidades de saúde especiais, ainda que haja a necessidade de mais terapeutas da fala, assistentes operacionais, preferencialmente com formação específica e mais técnicos especializados. Dispõe de uma equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva como recurso organizacional específico de apoio à aprendizagem e à inclusão de alunos com necessidades de saúde especiais. São unânimes ao considerarem que a mesma não é suficiente, apesar de ter sido dada a melhor resposta possível com os recursos existentes. Todos os professores são de opinião que na sua escola em Maputo não existem casos de bullying, que os alunos respeitam, aceitam e ajudam os seus pares com necessidades de saúde especiais, sendo esta escola um exemplo a todos os níveis. A articulação entre todos os intervenientes educativos para que haja a plena inclusão escolar dos alunos com necessidades de saúde especiais Inicialmente passa pelo Serviço de Psicologia e Orientação e pela Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva. Na globalidade, consideram que muitas escolas ainda têm um longo caminho a percorrer para que se tornem em verdadeiras escolas inclusivas, o que requer mais recursos humanos e organizacionais específicos, necessidade de construção de uma sociedade inclusiva comprometida com as minorias, maior aceitação de todos os agentes educativos de que a escola tem de ser vista como espaço de todos e para todos, haver mais senso de justiça e equidade, mais trabalho colaborativo e em rede com as famílias e a comunidade, bem como maior estabilidade do corpo docente. Conclusão: A escola inclusiva proporciona uma educação de melhor qualidade para todos os alunos e é fundamental para a mudança de atitudes discriminatórias. Esta deve promover o desenvolvimento de relações e interações sociais saudáveis. O respeito e a compreensão aumentam quando alunos com necessidades de saúde especiais socializam e aprendem com os seus pares. A educação que exclui e segrega perpetua a discriminação contra grupos tradicionalmente marginalizados. Quando a educação é mais inclusiva, também o são os conceitos de participação cívica, emprego e vida comunitária.