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- Gestão no bloco operatório : metodologia LeanPublication . Fernandes, Patrícia Rocha Maravilha; Dias, António MadureiraEnquadramento: A procura permanente de mais qualidade dos cuidados de saúde no Bloco Operatório implica uma maior aposta na sua gestão, com recurso à metodologia Lean. Objetivos: identificar as variáveis sociodemográficas e socioprofissionais que interferem na perceção dos enfermeiros sobre a gestão do Bloco Operatório; averiguar a perceção dos enfermeiros sobre os benefícios da filosofia Lean no Bloco Operatório. Métodos: Estudo quantitativo, transversal e descritivo-correlacional. Os dados foram colhidos junto de 40 enfermeiros a exercerem funções num bloco operatório de um Hospital da zona Norte de Portugal, maioritariamente do género feminino (80,0%), com uma idade média de 44,88 anos (±9,86 anos). Como instrumento de recolha de dados utilizou-se um questionário de caracterização sociodemográfica e socioprofissional, uma escala que permite avaliar a perceção dos enfermeiros acerca da gestão no Bloco Operatório, adaptada de Pereira (2014); escala de likert de 5 pontos de autoria de Nascimento (2014), que avalia a perceção sobre a gestão do Bloco Operatório e uma escala, elaborada ad hoc, de acordo com os pressupostos teóricos de Luz (2013), que recolhe informação sobre a opinião dos participantes acerca dos benefícios da filosofia Lean no Bloco Operatório. Resultados: Os fatores com maior impacto na gestão do bloco operatório foram, em termos de prioridade, a qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico (M=3,820,94), o tempo de espera pela preparação da sala (M=3,660,87), o tempo de espera pelos equipamentos/material cirúrgico (M=3,520,86), a cooperação e entreajuda dos profissionais no bloco operatório (M=3,440,64) e o número de cirurgias realizadas/dia (M=3,350,68). No que concerne aos benefícios da filosofia lean no bloco operatório, em todas as suas dimensões há um nível de concordância elevado, destacando-se o aumento do valor para o doente, melhoria da satisfação do doente e melhoria da qualidade e segurança do doente, onde se obteve um total de concordância (100,0%). O sexo interfere nos fatores que podem interferir na gestão do bloco operatório (tempos de espera pelos profissionais no bloco operatório p=0,025; qualidade técnica dos profissionais responsáveis pelo tratamento cirúrgico p=0,007). Em relação ao tempo de exercício no bloco operatório, registou-se a existência de diferença estatisticamente significativa nas ações de melhoria contínua (Rho=-0,380; p=0,022), onde se estabelece uma correlação negativa entre as duas variáveis, sugerindo que quanto menos tempo de exercício no bloco operatório, maior é a concordância dos enfermeiros em relação às ações de melhoria contínua. O tipo de horário teve influência estatisticamente significativa na perceção que os enfermeiros têm acerca do acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,042) e a variável acumular de funções noutro local exerce influência estatisticamente significativa no acesso a recursos necessários para a cirurgia (p=0,003). Conclusão: Os resultados apurados sugerem que os enfermeiros devem ter na aplicação da metodologia lean no bloco operatório resultados bem-sucedidos, onde o valor agregado e a remoção de resíduos dos processos e do fluxo de trabalho contribuem para uma melhor gestão do mesmo e, consequentemente, para uma melhor assistência ao doente, foco da prática profissional.
- Abandono dos clientes admitidos no serviço de urgênciaPublication . Matos, Paula Bernardete Ramos de; Cunha, MadalenaEnquadramento: As taxas de abandono do serviço de urgência constituem, na atualidade, um indicador clínico de qualidade, pelo que o seu estudo se assume como pertinente. Objetivo: Avaliar o perfil dos clientes que abandonam o serviço de urgência. Metodologia: Estudo de análise quantitativa e de coorte retrospetivo, com uma amostra de 2599 clientes que abandonaram o Serviço de Urgência de um Hospital central da zona centro de Portugal, em 2018. O estudo insere-se no Projeto de investigação “Evidências para Não arriscar Vidas: do pré hospitalar ao serviço de urgência e à alta”, desenvolvido em parceria entre a Escola Superior de Saúde de Viseu e o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, autorizado pelo Conselho de Administração e com parecer favorável da Comissão de Ética para a Saúde da instituição selecionada como participante. Os dados foram recolhidos com base na informação administrativa, com registo numa grelha de recolha de dados. Resultados: Tendo em conta a totalidade da população que acorreu ao serviço de urgência geral em 2018, num total de 85596 clientes, constatou-se uma taxa de abandono do serviço de urgência de cerca de 3,04% (n=2599 em n=85596), sendo 3,20% do género masculino (n=1315 em n=41052) e 2,88% do género feminino (n=1284 em n=44544). O estudo patenteia que o perfil dos clientes que abandonaram o Serviço de Urgência tem como características ser 50,60% mulheres e 49,40% homens, possuir uma média de idades de 48,21 anos, com um predomínio dos pertencentes à faixa etária dos 36-65 anos (46,4%). O distrito de pertença é maioritariamente o de Viseu (91,2%), com 80,2% a pertencem ao Sistema Nacional de Saúde. A origem da maioria dos clientes foi o exterior (72,9%), tendo sido 39,6% classificados com a prioridade clínica de urgente (amarela) e 37,9% com prioridade pouco urgente (verde); 78,7% dos clientes foram avaliados pela triagem médica. A idade, o género e a origem do episódio de admissão no Serviço de Urgência são variáveis sociodemográficas com interferência estatisticamente significativa no tempo entre a triagem e o abandono do Serviço de Urgência, o tempo decorrido entre a primeira observação médica e o abandono do Serviço de Urgência. O mês e o dia de admissão no Serviço de Urgência revelaram-se como variáveis de contexto com relevância estatística no abandono do serviço de urgência por parte dos clientes nele admitidos. Registou-se também influência das variáveis clínicas no abandono do Serviço de Urgência, nomeadamente a prioridade clínica e a especialidade de primeira avaliação. Conclusão: Percentagem ligeiramente superior de clientes do género feminino, tendo a maioria 36- 65 anos de idade, representatividade dos oriundos do exterior, pertencentes ao Distrito de Viseu, afetos ao Sistema Nacional de Saúde, com classificação de prioridade clínica de urgente e avaliados pela triagem médica. Palavras-chave: Pessoa; Serviço de urgência; Abandono; Alta contra o parecer médico; Perfil.