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Advisor(s)
Abstract(s)
O presente projeto de mestrado foi realizado na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de
Viseu (ESTGV), teve a duração de seis meses, compreendidos entre o dia 06 de fevereiro de
2017 e o dia 31 de julho de 2017, tendo como tema principal a “Avaliação Microbiológica em
Materiais de Construção e do Potencial Risco em Ensaios Laboratoriais”.
Este estudo teve como principais objetivos avaliar primeiramente numa escala laboratorial a
resistência de diferentes materiais de construção ao desenvolvimento de fungos e numa segunda
parte do trabalho, avaliar o risco de exposição dos técnicos de um laboratório de investigação
de um estabelecimento de ensino superior aos agentes biológicos e químicos. Deste modo,
inicialmente realizaram-se um conjuntos de testes laboratoriais utilizando diferentes materiais
de construção (argamassas e gesso cartonado) e sujeitos à aplicação de distintos sistemas de
pintura tendo em conta as suas características variadas (substrato, natureza, proteção fúngica,
entre outras). Estes provetes de ensaio foram posteriormente inoculados com uma espécie
fúngica característica de ambientes internos. Os ensaios decorreram numa câmara climática
em condições ambientais controladas de temperatura e humidade relativa. A investigação
incidiu na avaliação quantitativa e qualitativa da população fúngica ao longo do período de
amostragens definido (6 meses). Durante o ensaio procedeu-se à avaliação dos substratos e
sistemas de pintura aplicados nos provetes de ensaio. A identificação da espécie fúngica foi
efetuada através de análises macroscópicas, microscópicas para estudo da sua morfologia entre
outras características e através de testes bioquímicos . A caracterização do estado final de
conservação dos provetes de ensaio foi fundamentada no ensaio de carbonatação com base na
determinação do valor de pH e na aspersão do indicador fenolftaleína in situ. Em simultâneo,
procedeu-se à medição dos Compostos Orgânicos Voláteis (COV) totais na câmara climática
onde estavam a decorrer os testes. As amostragens microbiológicas ao ar interior e a medição
dos parâmetros físicos e químicos ocorreram numa instituição de ensino superior, mais
precisamente em espaços pertencentes a um laboratório de investigação académico. A avaliação
da exposição aos agentes biológicos foi realizada com base em duas metodologias distintas,
respetivamente amostragem ativa e passiva. A amostragem ativa realizada com recurso a uma
bomba de extração do ar na avaliação da população de fungos e bactérias e a amostragem
passiva na avaliação apenas da população de fungos. Esta última avaliação consistiu na
colocação de caixas de Petri abertas com meio sólido para a sedimentação dos esporos fúngicos
ou fragmentos presentes no ar ambiente, por ação da gravidade durante um certo período de
tempo conhecido. A avaliação da exposição aos agentes químicos e medições de parâmetros
físicos foi realizada aquando das amostragens biológicas e para os mesmos espaços, tendo sido
efetuadas medições de parâmetros tais como a temperatura, humidade relativa do ar, o dióxido
de carbono (CO2) e os COV totais através de medições em contínuo realizadas por
equipamentos de medição eletrónicos. Os resultados obtidos revelaram que tanto na avaliação
quantitativa como na qualitativa as contagens máximas de fungos foram registadas nos provetes de gesso cartonado em relação aos provetes de argamassa. Os substratos de gesso, revelaramse pouco resistentes ao desenvolvimento de fungos, comparativamente aos provetes de
argamassa. A aplicação de sistemas de pintura nos provetes de argamassa com níveis de
proteção elevada numa das camadas, não permitiu concluir qual das tintas usadas como
primário ou acabamento assegura a ausência de fungos. Os provetes constituídos pelo sistemas
de pintura à base de cal e de tintas acrílicas demonstraram um desempenho desfavorável face
ao desenvolvimento de fungos. Os testes realizados para a identificação da espécie fúngica
indicaram que talvez estivéssemos perante a espécie Penicillium brevicompactum. O ensaio de
carbonatação segundo os dois processos mencionados revelou que os provetes não apresentam
qualquer indicio de carbonatação, e por fim a medição de COV no interior da camara climática
revelou que não existe uma relação significativa entre os mesmos e o crescimento dos fungos.
Os resultados relativos às amostragens passiva aos fungos e ativa às bactérias revelaram valores
que se encontravam fora da gama de contagem definida por caixa. As concentrações resultantes
da amostragem ativa aos fungos revelaram que os locais próximos da câmara climática são os
que apresentam uma maior concentração fúngica coincidentes com temperaturas elevadas, mas
humidades relativas baixas. Os valores medidos de temperatura e humidade relativa do ar não
apresentam qualquer risco para a saúde e conforto térmico dos técnicos. As concentrações de
Unidades Formadoras de Colónias (UFC) não se encontram dentro do limite legal estabelecido
pela legislação nacional, deste modo nada se pode concluir sobre o risco que representam para
os técnicos expostos às mesmas, teriam de ser realizadas novas avaliações. As medições em
contínuo dos COV totais permitiram concluir que as suas concentrações medidas se encontram
acima dos limites legais, sendo a exposição aos mesmos considerada de médio risco para os
técnicos. Enquanto a monitorização das concentrações de CO2 encontram-se dentro do limite
legal estabelecido pela legislação, não comportando qualquer risco para os técnicos. Por fim,
foram ainda propostas algumas medidas de prevenção relativas à ventilação dos espaços, sendo
fundamental a realização de 5 renovações por hora de forma a diminuir o risco de exposição
aos agentes monitorizados.
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Keywords
Materiais de construção Agentes biológicos e químicos Riscos de exposição Ensaios laboratoriais