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- A remuneração dos gestores no Corporate Governance: Estudo comparativo da realidade portuguesa com o projeto suíço de limitação legal das remunerações dos CEOPublication . Rodrigues, Sérgio Ferreira; Martins, Isabel Maria Loureiro Pais EstevesNeste estudo avaliou-se a evolução das remunerações médias mais altas dentro das empresas, registadas na Euronext Lisbon no período compreendido entre os anos 2007 e 2011. Pretendia-se saber, se aquelas compensações estão alinhadas com o desempenho das empresas, naquele período. Verificouse que o nível médio das remunerações em estudo se manteve praticamente inalterado, enquanto o desempenho médio das empresas medido, quer pelo RCI (rentabilidade dos capitais investidos), quer pela capitalização bolsista sofreu uma queda na ordem dos 52%. Fez-se uma análise ao nível das remunerações médias dos CEO das empresas que compunham o PSI20 e o SMI20 no ano de 2011, com a finalidade de averiguar qual a variável, em estudo, mais relacionada com aquelas compensações e fazer um estudo comparativo entre a realidade portuguesa e suíça. Verificou-se que, nestas empresas, aquelas remunerações mantêm um fraco relacionamento com os indicadores de desempenho e de dimensão, isto é, não é conclusivo afirmar qual deles tem maior poder explicativo no modelo estatístico implementado. Em comparação com a realidade suíça, verificou-se que, em Portugal, a remuneração média dos gestores de topo, ainda que em valor absoluto seja inferior, quando ponderada pelo desempenho ou pela dimensão das empresas, se mantém em níveis relativos mais elevados. Por outro lado, enquanto na Suíça a remuneração variável representa 70% da remuneração total, em Portugal este rácio fica-se pelos 34%. Este estudo leva a evidências que a limitação legal das remunerações dos administradores executivos não será, só por si, uma solução eficaz no combate a salários ‘desmesurados’, muitas vezes, em desalinho com o desempenho das empresas. Assim, será de colocar reservas na adoção, em Portugal, dum processo semelhante àquele a que se tem assistido na Suíça, onde em referendo popular, se votou por uma imposição legal contra aquelas remunerações, consideradas escandalosas pela opinião pública.
- A evolução demográfica e o sistema público de pensões. Efeito moderador da produtividade na (in)sustentabilidade do sistemaPublication . Garcez, Carla Sofia Lima Leite Nunes; Rodrigues, Luís FernandesA partir das tendências demográficas projectadas para as próximas décadas em Portugal, são deduzidos os argumentos apontados genericamente como ameças para o Sistema de Segurança Social nacional. Além disso, pretendemos analisar o efeito que outras variáveis macroeconómicas, como o número de ativos, o número de não ativos e taxa desemprego, poderão ter no Subsistema Previdencial de Pensões. Centrámos a nossa análise no PIB, no sentido em que será este indicador a determinar a capacidade das gerações futuras em sustentar os não ativos. Particularmente, determinamos qual o crescimento da produtividade necessário para compensar o efeito negativo do fator demográfico (por via do “esforço de trabalho”) no PIBpc de que as gerações futuras vão beneficiar, sem que esta sustentabilidade possa induzir uma quebra da solidariedade inter-geracional. Assim, consideramos que o Sistema Público de Pensões se manteria sustentável se o peso da Despesa Pública em Pensões em percentagem do PIB não aumentasse. Constatámos que um ligeiro aumento na variável produtividade poderá determinar mesmo um ligeiro decréscimo do peso da Despesa em Pensões no PIB, ou seja, esta análise aponta no sentido da manutenção da sustentabilidade do Sistema Público de Pensões, pressupondo cenários realistas para as restantes variáveis que sustentam o sistema.
- O valor terminal ou de continuidade, na avaliação de empresasPublication . Reis, Pedro; Augusto, Mário G.É um facto que a incerteza sobre o futuro das sociedades tem de ser modelada e incorporada na sua avaliação, fora do período explícito de análise, ou seja: nos valores de continuidade (VC), valor residual (VR) ou valor terminal (VT), considerados nos modelos de avaliação. Existem inúmeros fatores que influenciam o valor de continuidade das empresas e que não são, atualmente, considerados nos modelos de avaliação de empresas, destacando-se, entre os mais relevantes, a ausência de quaisquer referências à esperança média de vida das empresas. De facto, ao ignorarmos esses fatores, podemos incorrer em erros irreparáveis, conduzindo as avaliações a valores de goodwill ou badwill, muito longe do real valor substancial dos ativos, que lhes é intrínseco. Como consequência, os referidos resultados apresentar-se-ão vincadamente diferentes dos valores de mercado. Assim, porque não considerar modelos alternativos (incorporando nos mesmos a esperança de vida das empresas) e a influência de outros fatores, de forma a obter um ajustamento mais eficiente, no que respeita à forma de cálculo do valor da empresa? Este trabalho pretende fornecer um contributo neste domínio, tendo como primeiro objetivo (e para além da revisão da literatura existente sobre a matéria) a construção de uma tábua de mortalidade para as empresas portuguesas, que possa ser utilizada para eliminar ou, pelo menos, reduzir um dos principais problemas causadores de distorção dos atuais modelos de avaliação de empresas: a premissa de existência (ilimitada no tempo) de uma empresa. Com esse propósito, através da metodologia associada à construção de tábuas de mortalidade para os seres humanos, construímos uma tabela com a esperança média de vida associada às empresas portuguesas. Assim, usando uma base de dados (com cerca de 182.000 registos sobre falências, dissoluções e cessão de atividade em Portugal, desde 1900 até 2009), concluímos que, nos primeiros 5 anos, “morrem” 31% das empresas e que a esperança média de vida (à nascença) é de 12 anos. Estes resultados evidenciam a fragilidade dos modelos de avaliação de empresas, em que se estima o VT com uma perpetuidade. Após ficar patente que as empresas não têm uma esperança de vida infinita, preocupar-nos-emos em identificar quais os fatores responsáveis pela existência da empresa (no longo prazo), fatores esses que possam, porventura, justificar uma vida mais longa das sociedades. VI Nesse sentido, o segundo objetivo passou por identificar quais os fatores determinantes do valor terminal da empresa. Assim [utilizando uma amostra de 714 empresas cotadas, pertencentes a 15 países europeus e para um período compreendido entre 1992 e 2011, usando a metodologia GMM (Generalized method of moments), aplicada a dados em painel dinâmico], os resultados evidenciam que o valor de continuidade não pode ser considerado como o valor atual de uma perpetuidade constante (ou com crescimento) de um determinado atributo da empresa mas, sim, em função de um conjunto de atributos, como os free cash flows, os resultados líquidos, a esperança média de vida da empresa, o investimento em I&D, as capacidades e qualidade da gestão, a liquidez dos títulos e a estrutura de financiamento. Como terceiro objetivo (e mantendo a particular atenção na estimação do VT da empresa), procurou-se cruzar os resultados obtidos no estudo anterior com as perceções dos analistas Europeus e Estadunidenses acerca dos atributos da empresa que, na opinião destes, mais contribuem para o seu valor. Para o feito, recorreu-se a um inquérito, com respostas fechadas. Da análise das 123 respostas válidas, obtidas usando a análise fatorial, concluiuse serem determinantes do valor de uma empresa ou negócio os seguintes fatores: a esperança média de vida da empresa, a sua liquidez e desempenho operacional, a inovação e capacidade de afetação de recursos a I&D, as capacidades de gestão e a estrutura de capital, confirmando-se as conclusões até então obtidas. Por fim, fez-se um esforço no sentido de fornecer ao leitor uma nova aproximação teórica ao modelo Discounted CashFlow (DCF), tendo em conta as variáveis entretanto identificadas no nosso estudo. Estes resultados contribuem, a nosso ver, para que se possa caminhar no sentido da construção de um modelo de avaliação de empresas e negócios ainda mais apurado, em que os resultados obtidos nas avaliações se aproximem o mais possível dos verificados no mercado.