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- Helicobacter pylori em adultos : prevalência e fatores associadosPublication . Fernandes, Isabel Cristina Bento; Silva, Daniel Marques; Amaral, Maria Odete PereiraIntrodução: Desde a identificação da bactéria Helicobacter Pylori (HP) por Marshall & Warren em 1982, e após sucessivas investigações, que esta infeção tem sido referenciada como um importante problema de saúde pública, afetando pessoas de todas as idades. Pelo menos metade da população em geral está infetada verificando-se uma variabilidade geográfica quanto à prevalência dentro e entre países de acordo com a geografia, etnia, idade e fatores socioeconómicos. Esta bactéria, localizada na mucosa gástrica, associa-se a vários fatores comportamentais, socioeconómicos, ambientais e hábitos de higiene. Métodos: realizámos um estudo observacional, transversal e analítico com uma amostra comunitária de adultos dos concelhos de Viseu e Satão. A amostra final ficou constituída por 166 adultos, com idades compreendidas entre os 19 e os 92 anos de idade (média de 46,96±3,17 anos) sendo a maioria do género feminino (56,6%). Os dados foram recolhidos através de um questionário auto-aplicado com questões referentes a aspetos sociodemográficos, agregado familiar, hábitos diários e estilos de vida. A infeção por HP foi identificada com recurso ao teste respiratório da urease. O teste foi realizado pela manhã, após pelo menos 6 horas de jejum. A dispepsia funcional foi avaliada com recurso ao questionário ROMA III, validado para a população portuguesa. A análise estatística realizou-se com recurso ao programa estatístico SPSS 23.0. As prevalências expressas em proporções e comparadas pelo teste qui-quadrado. As associações foram calculadas com recurso ao Odds Ratio (OR), com intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: A prevalência de HP em adultos foi de 48,8% (50,0% no sexo feminino e 47,2% no sexo masculino). Encontrámos percentagens maiores para o sexo feminino, idades ≤ 50 anos, estado civil de casado, para um maior número de irmãos e em pessoas que se encontravam no ativo, contudo sem diferenças estatísticas. Apenas se verificou associação com o ano de escolaridade ≤ 9º ano (OR=1,31; IC95% 1,02-1,87). Quanto aos fatores alimentares, estilos de vida e condições de higiene, apenas apurámos diferenças significativas para as variáveis menor frequência de lavagem das mãos antes de ir á casa de banho (p=0,02) e o consumo de água de poço (p=0,05). A prevalência de dispepsia funcional foi de 39,8%; da síndrome enfartamento pós-prandial de 66,3%, e a prevalência da síndrome da dor epigástrica foi de 71,1%. O estado civil ‘casado’ apresentou uma associação de proteção com a dispepsia funcional (OR=0,49 IC95% 0,26-0,93). Não encontrámos associação entre o H. pylori e a dispepsia funcional. Conclusões: Podemos concluir que quase metade dos adultos apresenta infeção por HP e os fatores associados à infeção por HP foram a escolaridade ≤ 9º ano, menor frequência de lavagem das mãos antes de ir à casa de banho e o consumo de água ser de poço. Com a dispepsia funcional, 39,8% dos indivíduos apresentaram esta condição e ser casado diminuía o risco de dispepsia funcional. Na presença investigação a dispepsia funcional e o HP não se associaram. Palavras chave: Helicobacter pylori, dispepsia funcional, adultos, epidemiologia, prevalência, fatores de risco.