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- “O Passeio da D. Rosa” contado em Língua Gestual Portuguesa a crianças ouvintes: repercussões no envolvimento e compreensão global da históriaPublication . Alves, Sabrina; Silva, Ana IsabelA comunicação que nos propomos apresentar resulta de uma investigação realizada com dois grupos de crianças em idade pré-escolar de diferentes estabelecimentos educativos, no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada (PES) do Mestrado em Educação pré-escolar (EPE) e Professores do 1.ºCEB. Apenas um dos grupos possuía conhecimentos sobre a Língua Gestual Portuguesa (LGP). Este estudo pretende, assim, compreender se a utilização da LGP em contexto de Educação Pré-Escolar com crianças ouvintes tem repercussões no seu envolvimento e na compreensão global de histórias. Para dar resposta ao primeiro objetivo: caracterizar o grau envolvimento das crianças face à utilização da LGP no conto de histórias, procedeu-se à seleção de um título recomendado pelo Plano Nacional de Leitura (PNL): o “O passeio da D. Rosa” de Pat Hutchins. Utilizámos uma grelha de observação do Manual de Desenvolvendo a qualidade em parcerias (2009) para descrever o envolvimento das crianças no momento do conto desta história em dois momentos: primeiro a história foi contada em LGP, sem recurso às ilustrações e depois recorrendo às mesmas. Durante estes momentos, a investigadora observou três crianças em cada grupo de diferentes níveis etários, analisando os seus comportamentos, tendo em consideração a concentração, energia, complexidade e criatividade, expressão facial e postura, persistência, precisão, tempo de reação, linguagem e satisfação, indicadores essenciais para a compreensão dos resultados obtidos. Na análise dos resultados, verificou-se que a maior parte das crianças atingiu níveis de envolvimento elevado em ambos momentos, ainda que esse envolvimento tenha, progressivamente, diminuído, essencialmente nas de três anos. Para além do envolvimento, prendeu-se, ainda, analisar a presença de marcadores de interferência da LGP na compreensão global da história. Para tal, propôs-se a todas as crianças a realização de um desenho sobre a história e solicitaram-se algumas delas para recontar a história oralmente. Os desenhos possibilitaram aferir uma perspetiva global da compreensão da história pelas crianças, bem como o conhecimento dos elementos mais significativos por elas evidenciados. Por sua vez, o reconto oral permitiu analisar a compreensão das crianças sobre a história e ainda verificar se recorreram a vocabulário da LGP durante esse momento. Partindo da análise, ainda que preliminar destes dados, constatou-se que a maior parte das crianças desenharam momentos da história, evidenciando ter compreendido a narrativa. Aquando do reconto da história verificou-se que as crianças, com conhecimentos prévios de LGP, recorreram com facilidade a vocabulário desta língua. No entanto, inicialmente as mesmas crianças manifestaram algumas dificuldades em compreender a relação existente entre as personagens da história.
- Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicação e literatura para a infância: implicações para a adaptação de “Um pesadelo no armário”Publication . Rilho, Ana; Silva, Ana IsabelComo refere o Plano Nacional de Leitura (PNL) para o 1.º Ciclo do Ensino Básico (1.ºCEB), ouvir contar histórias na infância leva à interiorização de um mundo de enredos, personagens, situações, problemas e soluções, que proporcionam às crianças um enorme enriquecimento pessoal e contribui para a formação de estruturas mentais que lhes permitirão compreender melhor e mais rapidamente não só as histórias escritas como os acontecimentos. É importante criar hábitos de leitura em sala de aula, para que a leitura seja uma fonte de prazer, uma procura de sentido, contribuindo para o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo das crianças e, por fim, para a aquisição de conhecimentos. Ouvir contos na infância fomenta o desenvolvimento de capacidades que vão além daquelas de que a maioria das pessoas tem consciência. Traz contributos à criança a nível pessoal, como a aquisição de valores, o desenvolvimento da linguagem oral e escrita; a estimulação da sua imaginação e criatividade. Também permite criar laços, vínculos com o adulto que lê para a criança, e possibilita-lhe compreender melhor o meio que a rodeia. Sendo, por isso, de extrema importância, criar condições para que todas as crianças, independentemente das suas limitações, tenham a possibilidade de ter contacto e acesso a Literatura para a Infância. Existem crianças que têm algumas perturbações ao nível da comunicação, pelo que se tornam necessários apoios e produtos técnicos à comunicação, como sendo Sistemas Alternativos e Aumentativos da Comunicação (SAAC). Partindo do postulado de que a educação é um direito de todos, as crianças que estão inabilitadas de falar devem ter a possibilidade de recorrer, o mais precocemente possível, aos SAAC. Estes possibilitam à criança a autonomia para conseguir expressar desejos, interesses e sentimentos, dando a hipótese de comunicar um número de vezes superior, podendo fazer uma abordagem variada, num leque mais variado sobre inumeráveis temas. Neste sentido, consideramos de extrema importância a adaptação de histórias para todas aquelas crianças que, devido a alguma dificuldade, não conseguem ter acesso às mesmas de outra forma. Somente com a democratização do acesso a histórias por todas crianças em idade escolar, damos resposta à almejada inclusão. Este trabalho foi efetuado no âmbito da unidade curricular de SAAC do Mestrado em Educação Especial, área de especialização em Domínio Cognitivo e Motor. Propomos, neste trabalho, dar a conhecer o processo de adaptação de um livro de literatura para a infância, constante do PNL, Um Pesadelo no Meu Armário de Mercer Mayer (autor e ilustrador), para um SAAC. Utilizámos a plataforma de livre acesso ARASAAC, na seleção dos pictogramas para a adaptação desta obra. Descrevemos, nesta comunicação, o processo pelo qual passámos, salientando as dificuldades inerentes à transposição de código linguístico a código semiótico, bem como às alterações que tivemos de proceder para selecionar as melhores opções sem desvirtuar a essência do texto. Apesar de ainda não ter sido testado em contexto educativo, concluímos com as implicações deste processo na nossa prática quotidiana, ao permitir refletir sobre a nossa consciência linguística, movimentos essenciais à reconstrução do(s) sentido(s) literário(s) deste título.