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- O impacto das Finanças Comportamentais no Mercado dos jogos de sorte ou azarPublication . Pereira, Patrícia Alexandra Cristóvão; Reis, Pedro Manuel Nogueira; Pinto, António Pedro SoaresA palavra jogo pode adquirir diferentes significados, estando associados neste estudo aos jogos de sorte ou azar. Estes caracterizam-se por darem origem a ganhos ou perdas, às quais se encontram associadas diferentes probabilidades de sorte ou azar. Para melhor identificar as motivações do jogo, pretende-se com recurso às finanças comportamentais, identificar os fatores que condicionam as decisões tomadas pelos jogadores. A escolha do tema vem ao encontro de um interesse pessoal, bem como da vontade de aprofundar conhecimentos numa área que me fascina. Os estudos recentes sobre finanças comportamentais revelaram que, a irracionalidade com origem nas emoções, à semelhança do que ocorre com os profissionais do mercado financeiro, também, está presente nas decisões dos gestores e dos jogadores. Neste sentido, pretende-se, identificar os principais perfis dos jogadores e, as suas principais características. Um jogador propenso ao risco comporta-se como um especulador, na medida em que, aceita correr riscos com o objetivo de melhorar rendimentos; se avesso ao risco, procura segurança e estabilidade, apostando em resultados certos; se neutro ao risco, procura melhores rendimentos, mas em segurança. Para identificar os diferentes perfis de risco dos jogadores, recorreu-se a um questionário anónimo, com o objetivo de avaliar a prevalência da participação individual em diferentes tipologias de jogos de sorte e azar, inventariar os fatores sociodemográficos associados ao jogo, bem como, as atitudes dos jogadores, com o propósito de aferir o nível de risco a que ficam expostos. Na sua elaboração esteve presente o manual DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorder) com o propósito de avaliar as motivações psicologias subjacentes ao ato de apostar e o indicador de avaliação de risco PGSI (The Canadian Problem Gambling Severity Index) centrado mais nos danos e nas consequências associados ao jogo. Foi igualmente possível comparar os dois critérios (DSM-IV e PGSI), concluindo-se que, quando se recorre aos critérios separadamente, existe uma maior predominância de os indivíduos apresentarem uma maior propensão ao risco pelo critério DSM-IV do que pelo critério PGSI, no entanto, quando se estabelece uma igualdade entre os dois critérios observa-se que o critério PGSI ganha maior relevância na tomada de decisão individual. Os dados obtidos foram analisados com recurso à estatística descritiva, à análise fatorial e à regressão múltipla, sugerem que os indivíduos do sexo feminino são mais propensos ao risco do que os indivíduos do sexo masculino. Os resultados revelam ainda que, a idade, o nível salarial e a natureza da atividade profissional, não são indutores do nível de risco. Em suma, verifica-se que na região norte e centro prevalecem variáveis indutoras do risco, nomeadamente, o género, o nível de qualificação e a natureza da atividade desenvolvida pelos indivíduos. Por outro lado, na região sul não foi possível identificar qualquer indutor de risco. O estudo realça a importância das finanças comportamentais, como corpo teórico, capaz de flexibilizar o conceito de racionalidade completa, ao contemplar a forma como os indivíduos se comportam, avaliando o impacto das suas decisões.
