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- Videojogo para estudo da comunicação em crianças com Perturbação do Espetro do AutismoPublication . Fernandes, Ricardo Manuel Lopes; Alves, Valter Nelson NoronhaO número de crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) tem vindo a aumentar nos últimos anos. Essa condição condiciona-lhes o desenvolvimento de competências de comunicação e interação social, com consequente depreciação de funcionalidades e da qualidade de vida. As crianças com PEA, à semelhança das neurotípicas, parecem apreciar a tecnologia, incluindo videojogos, com tendência para se envolverem durante a experiência com esses meios. A perceção do ambiente seguro, confortável e confiável em que decorre a interação, potencia uma aprendizagem contínua e o desenvolvimento de habilidades relevantes para este público, em particular ao nível da comunicação. No entanto, a maioria das soluções existentes focam-se na vertente pedagógica, mantendo-se pouco explorados os benefícios que poderão resultar do recurso a videojogos puramente lúdicos, quando desenhados com estratégias que visem gerar melhorias nas capacidades comunicacionais e relacionais de crianças portadoras de PEA. A principal contribuição subjacente a este projeto é, precisamente, o desenho e desenvolvimento de um videojogo que atenda às particularidades das crianças com PEA e que inclua estratégias promotoras de comunicação entre jogadores, mantendo sempre uma abordagem estritamente lúdica. Pretende-se também que o videojogo possibilite a recolha de dados com valor científico, de forma a suportar estudos em curso e consequentes sobre a influência da experiência de jogo e a sua eficácia prática no relacionamento entre os jogadores e nas suas capacidades de interação e comunicação. O videojogo concebido, intitulado Bug Bzzness, é multijogador e tem como enredo uma joaninha que procura e recolhe itens existentes no interior das flores plantadas no jardim. Bug Bzzness tem na sua génese o estímulo à proximidade e à interação entre os jogadores, evidenciando benefícios coletivos perante iniciativas de colaboração. No desenvolvimento do videojogo adotou-se uma metodologia iterativa e incremental e atendeu a heurísticas e diretrizes de desenho de videojogos. Para a implementação foi usado o motor de jogos Unity. Optou-se por utilizar arte bidimensional (2D). Bug Bzzness foi sujeito a experimentação com utilizadores do público-alvo e as observações revelaram perspetivas auspiciosas, incluindo relativamente à adoção da estratégia puramente lúdica. Foram testemunhadas reações relevantes, sugestivas de um impacto positivo do videojogo que são interpretadas como encorajador do avanço da investigação neste campo. Por questões pragmáticas, o público-alvo cinge-se aos níveis de PEA em que as crianças detenham as capacidades intelectuais suficientes para a viabilização do próprio ato de jogar. Ainda, considerou-se que, nesta fase do projeto, seria relevante e possível não limitar a idade das crianças a intervalo mais específico e, em vez disso, permitir que seja o estudo dos desenvolvimentos a revelar as faixas etárias em que as abordagens possam ser mais eficazes. O presente projeto está enquadrado no Projeto de Investigação “Da Ludicidade do Videojogo ao Desenvolvimento Comunicacional da Criança com Autismo”, do Politécnico de Viseu (PROJ/IPV/ID&I/025). Neste contexto, o videojogo encaixa num propósito que extravasa o âmbito do presente relatório e as medidas do real alcance dos seus objetivos estão previstas num plano de atividades bastante mais extenso que o imposto pelo cumprimento dos prazos a que o trabalho aqui apresentado está sujeito.
- O exercício da parentalidade durante a hospitalização da criança em tempos de pandemia : perceção das dificuldades sentidas e do suporte dos enfermeirosPublication . Lopes, Cátia Filipa Correia; Costa, Maria da Graça Ferreira AparícioEnquadramento: Em 2020 a OMS declarou situação de Emergência de Saúde Pública de âmbito Internacional face ao aparecimento de um novo vírus denominado SARS-COV2, decretando posteriormente situação de pandemia pelo elevado poder de contágio e consequente disseminação intercontinental. A OMS e a DGS implementaram medidas restritivas com o intuito de diminuir as taxas de infeção, especialmente desafiadoras para as famílias, provocando mudanças profundas no seu quotidiano. Paralelamente a esta conjuntura, as necessidades de cuidados da população pediátrica mantiveram-se e as crianças hospitalizadas e respetivas famílias depararam-se com condições diferentes das até então oferecidas, nomeadamente as que se relacionavam com o acompanhamento e desempenho do Papel Parental a nível hospitalar. Objetivo geral: Determinar o impacto da pandemia no exercício da parentalidade durante a hospitalização da criança. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo exploratório-descritivo, com colheita de dados efetuada através de entrevistas semiestruturadas e gravação em áudio. A recolha de dados decorreu em três serviços de internamento de um hospital pediátrico, envolvendo 8 mães que acompanhavam as respetivas crianças hospitalizadas. A análise de conteúdo foi baseada nos pressupostos sugeridos por Bardin (2014) e com recurso ao software Nvivo®.O estudo foi aprovado pela comissão de Ética do Centro Hospitalar onde decorreu. Resultados: A pandemia teve impacto no exercício da parentalidade durante a hospitalização da criança. As dificuldades mencionadas remetem para a carência afetiva pela ausência do pai, a falta de descanso e a alteração na gestão familiar. Das 8 mães entrevistadas, 6 tiveram necessidade de adaptações familiares e profissionais, tendo como recurso o apoio do pai e da família alargada. Os enfermeiros foram preponderantes na minimização deste impacto, através do apoio psicológico ao binómio criança/mãe e em ações concretas, como a prestação de cuidados familiares na ausência da mãe, bem como no apoio à mãe na prestação de cuidados/tratamentos à criança, intervenções que permitiram às mães a satisfação de algumas das suas necessidades parentais básicas e ilustram uma parceria de cuidados efetiva na prática de cuidados. Conclusões: As entrevistas realizadas espelham os desafios e as dificuldades vivenciadas pelas mães durante a hospitalização dos seus filhos em contexto de pandemia, quer a nível das suas necessidades bem como, a nível do seu papel parental. O estudo cria oportunidade para futuras investigações nesta área, com o objetivo de minimizar o impacto de situações com repercussões semelhantes, no exercício do papel parental durante a hospitalização da criança. Palavras-chave: Parentalidade, hospitalização da criança, pandemia COVID 19, cuidados de enfermagem, Teoria das Transições.