Unidade de Enfermagem Materna, Obstétrica e Ginecológica (UEMOG)
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- Violência na gravidez : Prevalência e alguns factores associadosPublication . Almeida, Fátima Susana Jesus; Coutinho, Emília Carvalho; Duarte, João CarvalhoEnquadramento: A violência doméstica contra as mulheres é uma situação que ocorre sobretudo no espaço privado familiar que pode ser infligida pelo companheiro/cônjuge. Este tipo de violência é considerado pela Organização Mundial de Saúde como um problema de saúde pública que tem repercussões ao nível da saúde da mulher em todo o ciclo vital, incluindo o gravídico-puerperal. Objetivos: Determinar a prevalência de violência doméstica na gravidez nas dimensões física, psicológica e sexual; Caracterizar as grávidas vítimas de violência doméstica; Identificar alguns fatores associados à violência doméstica durante a gravidez. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, correlacional, utilizando uma amostra não probabilística de conveniência, constituída por um total de 852 puérperas, das quais 370 foram vítimas de violência doméstica segundo os critérios adotados pela escala modificada de prevalência, aplicada entre fevereiro e junho de 2012, em duas instituições de saúde públicas portuguesas, uma da Região Centro e outra da Grande Lisboa. Resultados: A caracterização da grávida vítima de violência: mulher imigrante (p=0,000), de outra raça/etnia que não a branca (p=0,000), solteira/divorciada/viúva (p=0,000), com habilitações literárias ≤ 9º ano (p=0,000), desempregada (p=0,000), multípara (p=0,021) e com um IMC antes da gravidez de pré-obesidade (p=0,003). Como fatores preditores encontramos o companheiro/cônjuge imigrante (p=0,000), com habilitações literárias ≤ 9º ano (p=0,000) e desempregado (p=0,000); rendimento mensal ≤ 1000 euros (p=0,000) e com bom índice de aglomeração (p=0,002); gravidez planeada (p=0,001), mas não vigiada (p=0,000). Como fatores protetores encontramos as grávidas e companheiros/cônjuges com o ensino Superior (p=0,000). A prevalência de violência doméstica na gravidez foi de 43,4% (incluindo os três tipos de violência). Com violência física ligeira encontramos 11,7%, moderada 3,2% e grave 7%; a violência psicológica ligeira 24,9%, moderada 2,9% e grave 15,4%; e a violência sexual ligeira 15,1%, moderada 3,1% e grave 1,4%. Conclusão: A prevalência de violência das grávidas pode ser tão elevada como a da população em geral. A violência psicológica foi a mais prevalente durante a gravidez e os fatores de natureza socioeconómicos revelaram-se importantes preditores de violência doméstica. Estes resultados obrigam-nos a repensar estratégias, de modo a serem implementados programas de intervenção adequados à detecção de vítimas de violência durante a gravidez. A determinação dos fatores associados de violência doméstica na gravidez é muito importante, pois o seu conhecimento por parte dos profissionais que contactam com a mulher no âmbito da vigilância de saúde materno-fetal, poderá permitir uma maior atenção aos sinais que possam surgir no decorrer dessas consultas. Palavras-chave: Violência domestica; Gravidez; Prevalência; Fatores associados.