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ESAV - DEAS - Dissertações de mestrado (após aprovadas pelo júri)

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  • Influência de diferentes resíduos agroalimentares nas emissões de amoníaco e gases com efeito de estufa provenientes da compostagem
    Publication . Costa, Telma Lisete Almeida; Pereira, José Luís
    A crescente produção de resíduos orgânicos, incluindo no setor agroalimentar, tem tornado a compostagem uma solução eficiente para a gestão dos resíduos orgânicos. Apesar dos benefícios reconhecidos neste processo, o mesmo não está isento de impactos ambientais. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar as emissões de NH₃ e gases com efeito de estufa (N₂O, CO₂ e CH₄) provenientes da compostagem de resíduos agroalimentares de oliveira, sabugueiro e uva. Pretendeu-se ainda avaliar a qualidade do composto resultante. Foram testadas três condições experimentais: mistura de palha com folhas de oliveira, com engaço de sabugueiro e com engaço de uva. No tratamento controlo foi utilizada exclusivamente palha. Durante 150 dias, foram medidas as emissões de gases e determinada a composição das misturas (resíduos agroalimentares com palha) e dos compostos finais. Os resultados mostraram que as emissões de NH₃ e CH₄ foram reduzidas em 48% e 29% nos tratamentos Oliveira e Sabugueiro, enquanto no tratamento Uva apenas houve redução do NH₃ (24%). As emissões de N₂O e o CO₂ e o potencial de aquecimento global foram reduzidos, respetivamente, em 46%, 32% e 34% pelo tratamento da Oliveira, essas reduções não se verificaram nos tratamentos Sabugueiro ou Uva. Pode concluir que os resíduos das folhas de oliveira podem efetivamente reduzir as emissões de NH₃ e o potencial de aquecimento global, enquanto os resíduos de sabugueiro e de uva só são eficazes na redução do NH₃. Relativamente à qualidade dos compostos finais, os resultados obtidos nos compostos finais resultantes dos diferentes tratamentos demonstraram índices de germinação superiores a 95%, e os valores de Escherichia coli e Salmonella sp. tal como os valores de pH encontram-se dentro dos limites definidos pela legislação em vigor. Os resultados obtidos permitem afirmar que a adição dos resíduos agroalimentares estudados parece ser uma estratégia de mitigação promissora para reduzir as emissões gasosas ocorridas durante o processo de compostagem.
  • Estudo das castas (Vitis vinífera L.) cultivadas na região do Dão: avaliação da sua composição fenólica ao longo da maturação
    Publication . Martins, Bárbara Daniela Santos; Jordão, António Manuel Santos Tomás
    Os compostos fenólicos têm um papel crucial na enologia devido à sua contribuição para as propriedades organoléticas do vinho. As castas Malvasia Fina, Encruzado, Uva Cão, Síria, Tamarez, Alfrocheiro, Jaen, Coração de Galo, Tinta Roriz são castas autóctones portuguesas provenientes da Região Demarcada do Dão, que possuem bastante importância para a região. Assim o objetivo deste trabalho foi a quantificação dos compostos fenólicos destas castas ao longo da maturação, durante o ano de 2023 de forma a valorizar algumas das castas tintas e brancas presentes no encepamento da região. Entre as castas brancas, e à vindima, a casta Uva Cão destacou-se pelos maiores teores de compostos fenólicos totais (958.15mg/L eq. ácido gálico), compostos fenólicos flavonóides (827.96 mg/L eq. ácido gálico), taninos totais (1,41 g/L eq. catequina) e ainda uma elevada atividade antioxidante (7.78 Trolox mmol/L, método ABTS·+). Além disso, apresentou o maior índice de potencial aromático varietal (IPAV), pH mais baixo e teores mais elevados de ácidos orgânicos. Já a casta Encruzado apresentou a maior concentração de compostos fenólicos não flavonóides, enquanto que a casta Tamarez demonstrou ter a maior atividade antioxidante qualificado pelo método DPPH. Entre as castas tintas, e à vindima, a casta Coração de Galo apresentou os maiores valores de compostos fenólicos totais (1530.05 mg/L eq. ácido gálico), composto fenólicos flavonóides (1239,86 mg/L eq. ácido gálico), taninos totais (1,74 g/L eq. catequina) e atividade antioxidante (11,49 Trolox mmol/L, método ABTS·+), além de maior intensidade e tonalidade de cor. No entanto, a casta Alfrocheiro demonstrou maior atividade pelo método DPPH, enquanto que a casta Jean registou o pH mais elevado e os maiores níveis de ácido málico. A análise individual das antocianinas por HPLC revelou que as monoglucosiladas foram predominantes ao longo da maturação, sendo a malvidina-3-glucósido a mais abundante em todas as castas tintas, com destaque à vindima para a casta Alfrocheiro (1440,01 mg/L eq. malv. 3-gluc.). As antocianinas petunidina-3-glucósido e peonidina-3-glucósido também se destacaram, enquanto delfinidina-3-glucósido e a cianidina-3-glucósido foram as formas monoméricas detetadas com concentrações mais baixas. As proporções entre os diferentes tipos de antocianinas variaram entre as castas, indicando que, além da herança genética, fatores ambientais podem também influenciar a biossíntese desses compostos. A casta Tinta Roriz apresentou as maiores proporções de ΣMalv/ΣPeon,ΣDelf/ΣPeon e ΣPetun/ΣPeon, sugerindo maior atividade das enzimas 5'-hidrolixase e 3'-5'-O-metiltransferase durante o processo biossintético das antocianinas. Esses resultados reforçam a importância da caracterização fenólica das castas cultivadas no Dão, contribuindo para um melhor conhecimento do potencial enológico e para a valorização destas castas na produção de vinhos.
  • Avaliação do efeito bioativo de extratos botânicos de Ficus carica L. e Opuntia ficus-indica (L.) Mill. sobre Phthorimaea absoluta Meyrick e Macrolophus pygmaeus (Rambur)
    Publication . Santos, Sérgio Miguel Alves dos; Costa, Cristina Amaro da; Wessel, Dulcineia Maria de Sousa Ferreira
    A procura por estratégias alternativas e métodos adequados à proteção das culturas agrícolas é essencial ao reforço dos objetivos de uma agricultura que se pretende gradativamente mais sustentável. Nas últimas décadas tem sido produzido um número considerável de estudos que corroboram o potencial inseticida de constituintes químicos derivados do metabolismo secundário das plantas, cuja utilização é sugerida como ferramenta alternativa aos pesticidas de síntese empregues frequentemente na gestão de pragas agrícolas. O trabalho que se apresenta foi efetuado no âmbito do Projeto “InovFarmer.MED - Melhorar a cadeia de abastecimento do Mediterrâneo através de modelos de negócios agroalimentares inovadores para fortalecer a competitividade dos pequenos agricultores, com o figo-da-índia e figo como estudo de caso” e tem por finalidade a avaliação do potencial bioativo de extratos botânicos para o possível desenvolvimento de uma alternativa ecológica para a proteção das culturas. Neste contexto, o presente estudo investigou o teor em compostos fenólicos totais e a atividade antioxidante de extratos obtidos a partir de folhas e de cladódios, das espécies Ficus carica L. e Opuntia ficus-indica (L.) Mill., respetivamente. Foram realizadas extrações etanólicas a 70% e 96% para folhas, a 70% para cladódios e, adicionalmente, uma extração salina de cladódios com NaCl 0,15M. Os resultados demonstraram que o extrato etanólico a 70% (EF01) foi o mais rico em compostos fenólicos nas folhas de figueira (7,2 ± 0,6 mg EAG/g), enquanto nos cladódios, o extrato salino (EC04) apresentou os maiores valores (51,8 ± 2,4 mg EAG/g). A relação entre o teor fenólico e a atividade antioxidante não foi linear, com o extrato etanólico a 90% (EF02), a apresentar maior atividade antioxidante (ABTS 50,0 ± 6,2 g TE/g e DPPH 37,0 ± 8,0 g TE/g) em relação ao extrato EF01. Os extratos foram posteriormente testados quanto ao seu potencial inseticida em lagartas de terceiro instar de Phthorimaea absoluta Meyrick por contacto e ingestão, pelo método de imersão de folhas. Os efeitos secundários dos mesmos extratos foram testados no mirídeo zoofitófago Macrolophus pygmaeus (Rambur), que pode desempenhar um papel importante no controlo biológico daquela praga. Para determinação de toxicidade sobre estes insetos, foi utilizada a metodologia de exposição à superfície contaminada. Os resultados obtidos sugerem que os extratos testados não exibiram o nível de toxicidade esperado em lagartas de terceiro instar de P. absoluta, ainda que o tratamento efetuado com o extrato etanólico de folhas a 70% (v/v) tenha diferido significativamente do grupo de controlo (p < 0,05). Por sua vez, na avaliação ecotoxicológica dos extratos em M. pygmaeus, verificou-se que nenhuma das formulações botânicas diferiu significativamente do controlo negativo (p > 0,05).
  • Avaliar o efeito do conforto hídrico na morfologia e bioquímica do Cardo
    Publication . Alves, Maria Manuela Dias; Silva, Paulo Barracosa Correia da; Rodrigues, Pedro
    O cardo é uma planta perene que cresce naturalmente em condições de habitat difíceis com temperaturas elevadas e stress hídrico no verão. A tolerância ao stress hídrico, é devida às características do seu sistema radicular, da morfologia da planta e das adaptações. Tradicionalmente, as flores do cardo são utilizadas para a produção de queijos de ovelha. Além das aplicações tradicionais, a Cynara cardunculus tem sido também referida como uma cultura multifunções, devido aos seus elevados teores de inulina na raiz, celulose e hemicelulose nos caules nomeadamente para a produção de celulose e pasta de papel, como biocombustível sólido, produção de biogás e de bioetanol e também na medicina popular com o uso de infusões devido aos efeitos hepatoprotetores e coleréticos. Este trabalho teve como objetivo a avaliação do comportamento do cardo, Cynara cardunculus L. var. altilis DC, sujeitos a diferentes regimes hídricos, regado e não regado, de modo a compreender em que medida a rega pode ser um fator diferenciador no seu perfil bioquímico e qual o seu efeito na ação coagulante. Foram escolhidos dois genótipos, 1M e 3M, instalados em 2017 em oito contentores, dos quais quatro eram regados e os outros quatro não eram regados. A monitorização de água no solo e potencial hídrico das plantas foi realizada semanalmente nas duas modalidades, regados e não regados, com acesso ao DIVINER e Câmara de Scholander. Foram realizadas em laboratório eletroforeses das flores regadas e não regadas e de flores mais precoces e mais tardias. Os resultados mostram que a rega determinou algumas diferenças, embora pouco expressivas, ao nível do desenvolvimento vegetativo, mas ao nível do volume e peso das sementes existem diferenças significativas.