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- A oralidade vista a partir dos manuais de Português do Ensino BásicoPublication . Balula, João Paulo; Castelo, Adelina; Melão, Dulce; Silva, Ana Isabel; Amante, Susana; Matos, Isabel AiresAs orientações programáticas de Português para o Ensino Básico têm sublinhado a importância do trabalho explícito sobre a oralidade e, consequentemente, sobre a sua avaliação, indo ao encontro do destaque que é dado à capacidade do bom uso da palavra na sociedade atual. Por sua vez, os manuais escolares, ao fazerem a transposição das orientações programáticas, acabam também por poder influenciar a prática pedagógica. A oralidade é, muitas vezes, entendida exclusivamente como realização informal, fruto de uma atividade inteiramente espontânea, automática e inconsciente, em vez de ser entendida como o resultado de um esforço de planificação deliberado, estruturado e consciente. Apesar de a aquisição da oralidade decorrer da capacidade biológica para a linguagem, a consciência das propriedades deste sistema não existe da mesma forma no falante, exigindo o seu ensino explícito. Espera-se, assim, que, na Escola, seja estabelecida uma relação com a língua, norteada pelo rigor em todos os momentos do processo de ensino e de aprendizagem, contribuindo decisivamente para aumentar o capital linguístico dos alunos. Os manuais escolares são objetos complexos que desempenham funções muito diversas, estando constantemente sob apertado escrutínio. Agregam um vasto conjunto de materiais, em vários suportes, que são também usados pelos professores como guias para a estruturação da aula. Partindo deste enquadramento, pretende-se, com este trabalho, apresentar uma reflexão sobre a abordagem à oralidade nos manuais escolares de Português do Ensino Básico, tendo como base um relatório sobre as repercussões das “Metas Curriculares de Português” na sua organização, complementado com as conclusões de outro estudo centrado nesta problemática. Os resultados deste trabalho mostram que as alterações programáticas não conduzem a mudanças significativas nos manuais quanto à abordagem da oralidade, nomeadamente no que diz respeito à dimensão processual da mesma. Por outro lado, verifica-se que o trabalho proposto no âmbito da leitura e da escrita prevalece sobre as atividades ao nível da oralidade.
- O manual escolar de Português: das políticas às práticasPublication . Balula, João Paulo; Matos, Isabel Aires; Silva, Ana Isabel; Amante, SusanaO manual escolar sobreviveu ao longo dos tempos, independentemente das diferenças políticas, culturais e de ritmos de mudança, bem como de todas as polémicas a ele associadas. Situado, muitas vezes, entre dois planos separados - por um lado, o plano da conceção e, por outro lado, o plano da aplicação – pode ser visto como uma forma de saber. Considerando que, em Portugal, o processo de elaboração e adoção deste recurso didático visa, entre outros aspetos, garantir a sua conformidade com os programas e as orientações curriculares, pretendemos, com este trabalho, analisar e discutir as alterações dos manuais escolares causadas pelas mudanças ao nível das orientações programáticas. Os resultados da análise de conteúdo efetuada indicam que, apesar do ritmo acelerado de mudança da sociedade atual, as orientações programáticas, determinadas politicamente, são o principal fator que influencia as alterações nos manuais escolares de Português e que a informação sobre as práticas está pouco presente neste processo.
- O manual escolar de Português: das políticas às práticasPublication . Balula, João Paulo; Matos, Isabel Aires; Silva, Ana Isabel; Amante, SusanaO manual escolar tem sobrevivido ao longo dos tempos como artefacto curricular central, independentemente das diferenças políticas, culturais e de ritmos de mudança, bem como de todas as polémicas a ele associadas. Situado, muitas vezes, entre dois planos separados - por um lado, o plano “da conceção, desenho e autorização, nas mãos do perito que domina e concebe o discurso e o regula politicamente” (Bonafé, 2011, p. 89) e, por outro lado, o plano “da aplicação que fica nas mãos do professor, leigo que atua numa posição passiva de recetor dependente daquela em que o discurso o coloca” (Bonafé, 2011, p. 89) – é visto como “uma forma de saber, de circulação legítima do saber e de acesso ao saber” (Bonafé, 2011, p. 16). Considerando que, em Portugal, o processo de elaboração, adoção e utilização deste recurso didático, estabelecido pela lei n.º 47/2006, de 28 de agosto, visa, entre outros aspetos, garantir a sua conformidade com os programas e orientações curriculares, pretendemos, com este trabalho, analisar e discutir as alterações dos manuais escolares causadas pelas mudanças ao nível das orientações programáticas. Foi feita uma análise de conteúdo de onze manuais de Português do ensino básico, publicados por seis editoras diferentes, tendo em conta as seguintes categorias: estrutura global do manual escolar; descritores de desempenho que o manual escolar operacionaliza; e textos destinados a promover a educação literária incluídos no manual escolar. Os resultados da análise indicam que, apesar do ritmo acelerado de mudança da sociedade atual, as orientações programáticas, determinadas politicamente, são o principal fator que influencia as alterações nos manuais escolares de Português e que a informação sobre as práticas está pouco presente neste processo.
- As repercussões das Metas Curriculares nos manuais escolares de Português do Ensino BásicoPublication . Balula, João Paulo; Matos, Isabel Aires de; Silva, Ana Isabel; Melão, Dulce; Amante, Susana; Castelo, AdelinaOs últimos anos têm sido marcados por contínuas e rápidas alterações ao nível das orientações curriculares do Português do Ensino Básico. Na sequência destas alterações, tem sido feito um grande esforço para produzir materiais didáticos que acompanhem a evolução ocorrida. Considerando que o ciclo de vida dos manuais escolares, um recurso didático com grande importância quer para os professores, quer para os alunos e encarregados de educação, é de 6 anos (ponto 1 do Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 261/2007, de 17 de julho), torna-se pertinente analisar as repercussões das mudanças acima referidas nestes recursos. Assim, é objetivo deste trabalho analisar e discutir as alterações que as Metas Curriculares de Português (MCP), homologadas em agosto de 2012, exigem ao nível da adaptação dos manuais escolares de Português do Ensino Básico. Foram analisados onze manuais de Português de todos os anos do ensino básico, publicados por seis editoras diferentes, tendo em conta os seguintes critérios: (i) estrutura global do manual, das unidades e das sequências didáticas; (ii) descritores de desempenho das MCP que o manual não permite operacionalizar; (iii) número de textos propostos no âmbito da Educação Literária (EL) abordados no manual. Constata-se a ausência de grandes diferenças entre manuais adaptados e não adaptados às MCP ao nível da estrutura global, da organização das unidades didáticas, da estrutura das sequências didáticas e da maioria dos aspetos a um nível micro. Mesmo os manuais não adaptados às MCP permitem levar os alunos a desenvolver a grande maioria das capacidades referidas nos “descritores de desempenho” do documento em causa. No entanto, constata-se que as MCP definem o corpus literário a explorar e, dada a centralidade do texto num manual (em que as atividades de leitura, de escrita, de gramática e de oralidade se articulam com o texto lido), a ausência dos textos prescritos é difícil de suprir.