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E se eu fosse s/Surda? é um espaço mental que permite um olhar sobre o que é ser s/Surdo e como se processa a categorização do mundo pela pessoa s/Surda. Descrevemos este matizado, revelando as conceções de surdez e da pessoa s/Surda a partir da dicotomia diferença – deficiência, atualizada pelos paradigmas sócio-antropológico e médico-terapêutico. Para tal, propomos uma viagem ao longo do friso cronológico, a partir do qual fazemos uma visita à educação de s/Surdos, às conceções, representações e estereótipos formados ao longo da História, da qual decorrem estigmas. Redimensionaremos uma reflexão sobre a educação s/Surda, promotora do bilinguismo fundado na mestria de duas línguas: a Língua Gestual Portuguesa (LGP) e a Língua Portuguesa (LP) na modalidade escrita. Esta educação, sustentada em evidências das neurociências, pretende capacitar o aluno s/Surdo para a literacia. A mediação para estes alunos não exige apenas o adulto, mas também a língua gestual em interação com a leitura e a escrita. As aprendizagens são feitas, maioritariamente, pela escrita, via secundária, sem aceder a via comum e primária, a expressão e compreensão oral. Recuperamos, neste contexto, que a literacia e a surdez se constroem na educação bilingue em curso para a educação de cidadãos s/Surdos, consubstanciada pela Educação Especial, da qual fazem parte o corpo do Intérprete, o do Formador de LGP e a família. É este o espaço de confluência de legislação e metodologias de ensino, apontando para a emergência da educação de s/Surdos, onde diferentes agentes participam de forma implicada na construção de uma didática, ainda neófita e, por isso, continente de dificuldades. Se eu fosse s/Surda, que intérprete de LGP seria o meu? Um tradutor? Que perfil de Formador de LGP seria o meu? Propomos descrever e refletir acerca do processo de emancipação do s/Surdo pela emancipação da LGP, refletindo sobre as implicações de ser s/Surdo na e para a Educação Básica, ao considerar os Professores [de língua(s) vetores determinantes na promoção da educação para a diversidade. O conceito de língua é, por isso, repensado e reconfigurado pela existência de línguas gestuais formalmente reconhecidas, corporizadas tridimensionalmente, mas que conservam o aluno s/Surdo ainda invisível. Se eu fosse s/Surda, seria um ser em construção, um espaço de amálgama, no qual a LGP constrói o mundo de forma diferente da Língua Portuguesa (LP). Se eu fosse s/Surda, que cenários de inclusão vivenciaria? Equacionaremos, aqui, cenários de inclusão na escola, na Educação Básica, sem “folclorizar” mundividências exóticas. E se eu fosse s/Surda? É a questão que enceta esta investigação. Findo este percurso, reequacionamo-la: o mundo sem s/Surdos, como seria?
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Keywords
Educação Surdez Representações Deficiência Diferença Língua Gestual Portuguesa