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Relações Bancárias e Desempenho: Uma Abordagem Integrada no contexto das PME’s portuguesas

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Este trabalho pretende dar um contributo para o estudo integrado das relações bancárias e do desempenho empresarial e avaliar a sua endogeneidade através de um sistema de equações simultâneas. Entre os factores de carácter interno que condicionam o desempenho empresarial referem-se: as relações bancárias (Degryse & Ongema, 2001, Ongema & Smith, 2001), o governo da empresa (Bhagat & Bolton, 2008), os recursos humanos (Rogoff, Lee & Suh, 2004), o marketing (Kara, Spillan & Deshields, 2005), a qualidade, a inovação e os recursos tecnológicos (Donovan, 1996), os valores culturais e os sistemas de informação (Tse & Soufani, 2003). Centramo-nos nos dois primeiros. As relações bancárias permitem superar problemas de assimetria de informação e aliviar as dificuldades na obtenção de recursos financeiros, constituindo o mercado de crédito a principal fonte de financiamento das pequenas e médias empresas (PME's), ganhando relevância o estudo da intermediação bancária, como condicionante do desempenho empresarial (Boot, 2000). A revisão da literatura (Degryse & Van Cayselle, 2000, Hernandez & Martinez, 2010) identifica um conjunto de factores externos e internos que justificam a selecção das entidades de crédito. Entre os primeiros, Ongena & Smith (2000) advertem que o número de relações bancárias nos países de tradição continental é maior do que nos países de tradição anglosaxónica e Soenen (1989) e Lundahl, Vegholm, & Silver (2009) referem o custo dos serviços financeiros, a flexibilidade e qualidade dos serviços, as relações pessoais e os serviços especiais. Nos segundos, destacam-se a dimensão (Iturralde, Maseda, & Jose, 2010), a selecção adversa (Detragliache, Garella, & Guiso, 2000), o sector de actividade (Neuberger, Solving, & Schacht, 2007), a internacionalização (Hernandez & Martinez, 2010) e as tecnologias de informação (Johns & Perrrot, 2008). Neste trabalho apenas serão analisados os factores internos. A literatura sustenta também que as relações bancárias condicionam a rendibilidade (Ongema & Smith, 2001) e esta por sua vez o número daquelas (Yosha, 1995, Detraguiache et al., 2000), sugerindo essa mesma literatura uma relação de causalidade recíproca entre elas (Degryse & Ongena, 2001, Fok, Chang, & Lee, 2004). Paralelamente, as especificidades das PME’s , nomeadamente a natureza familiar que a estrutura de propriedade e controlo lhes confere, remetem-nos para o estudo do governo da empresa e dos mecanismos de controlo, no cumprimento dos propósitos empresariais (Denis & McConnel, 2003). O modelo de equações simultâneas utilizado permite uma abordagem integrada das relações bancárias e do desempenho empresarial. Os resultados sugerem uma relação de reciprocidade entre si. A estimação do modelo formulado indica uma relação directa entre a rendibilidade e o número de relações bancárias e que as empresas, em contextos de assimetria de informação, são incentivadas a procurar novas relações. Os resultados apontam ainda para que a diminuição da selecção adversa, que resulta de uma maior rendibilidade, permite às empresas reduzirem os constrangimentos que decorrem de uma relação bilateral.

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