ESEV - DPCE - Trabalhos de projecto (após aprovados pelo júri)
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Browsing ESEV - DPCE - Trabalhos de projecto (após aprovados pelo júri) by advisor "Felizardo, Sara"
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- Acolhimento Familiar - uma medida esquecida? A perspetiva de decisoras/es judiciais e técnicas/os sociaisPublication . Costa, Andreia Lúcia Ferreira da; Felizardo, SaraO acolhimento familiar é uma medida do sistema de proteção português, de cariz temporário, que visa proteger as crianças do perigo e assegurar-lhes o seu pleno desenvolvimento. A medida assume pouca representatividade face a outras medidas de promoção e proteção de crianças e jovens no contexto nacional, mas estudos nacionais e internacionais defendem que esta é a medida mais adequada para o desenvolvimento saudável das crianças e aquela que melhor permite assegurar os seus direitos. A perceção das/os técnicas/os e decisores judiciais que trabalham com a medida de acolhimento familiar foi a que mereceu a nossa atenção, dada a necessidade de melhor compreender as nuances desta resposta social através daqueles/as que a aplicam, bem como as eventuais potencialidades e fragilidades da medida segundo a sua visão. A investigação seguiu uma metodologia qualitativa, recorrendo-se, para a sua concretização, a entrevistas semiestruturadas. Para o efeito, foi constituída uma amostra de 14 participantes. As entrevistas foram, posteriormente, objeto de análise de conteúdo. Os dados obtidos não são representativos da realidade portuguesa, mas permitiram compreender que, comparativamente a outros países, os indicadores remetem para uma fase embrionária no que respeita à implementação e desenvolvimento da medida de acolhimento familiar. É evidente o consenso de todas/os as/os participantes em relação à ideia de que o acolhimento familiar proporciona às crianças o benefício do seu direito a uma família e revelam a principal dificuldade na aplicação da medida: a inexistência de candidatas/os a famílias de acolhimento, devido, em parte à falta de informação por parte da sociedade, mas também à falta de divulgação da medida pelas entidades competentes. Neste sentido, as sugestões recolhidas incluem a realização de campanhas de divulgação da medida pelos mais diversos meios.
- Desafios da parentalidade em famílias de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo: Construção e implementação do programa “No “PE” do Autismo"Publication . Loureiro, Sandra Maria Pereira Fernandes Figueiredo; Felizardo, Sara; Xavier, PaulaA Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma das mais graves perturbações do desenvolvimento da criança, que resulta numa incapacidade ao nível da interação social, da aquisição e uso convencional da comunicação e da linguagem, pela restrita variedade de interesses e alterações de comportamento, que perdura durante toda a vida. Com o nascimento de uma criança com PEA, a dinâmica familiar obrigatoriamente é alterada, tornando o exercício da parentalidade difícil (Rodrigues, Fonseca & Silva, 2008). Assim, face ao impacto que a existência de uma criança com PEA pode ter na família e no tipo de relações que nela se estabelecem, torna-se relevante analisar esta temática. O presente estudo tem como propósito compreender em que medida a participação de pais/cuidadores de crianças com PEA num programa de formação/educação parental potencia comportamentos parentais positivos para o desenvolvimento linguístico e comportamental das crianças. A população-alvo foram pais/ cuidadores de crianças com PEA. O número de participantes foi de 19 pais/cuidadores de crianças com PEA, sendo que 8 pais/cuidadores participaram num programa de formação parental e 11 pais/cuidadores não fizeram parte desse programa. É um tipo de estudo misto porquanto envolve uma componente qualitativa e compreensiva das perceções dos pais e uma componente quantitativa, de natureza experimental. Para o efeito, recorreu-se a medidas de pré-teste e pós-teste através da aplicação de um questionário e duas escalas, com um grupo experimental e um grupo de controlo. Após a frequência do programa parental, “No “PE” do Autismo”, os pais foram unanimes ao dizerem ter sido muito importante participarem nesta formação, tendo reportado progressos na linguagem e no comportamento dos seus filhos. Apesar de não se verificarem diferenças estatisticamente significativas, os pais que participaram no programa parental revelaram melhorias nos resultados do sentimento de competência parental e na satisfação com a vida.
- O Desenho Universal para a Aprendizagem: 25 implementação de práticas pedagógicas inclusivasPublication . Simões, Liliana Henriqueta Ferreira de Andrade; Felizardo, SaraA construção de uma escola inclusiva exige a necessidade de ultrapassar as barreiras nos diversos contextos educativos. O Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), enquanto metodologia ajustada à escola inclusiva, proposta no Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, necessita de esclarecimentos para a sua operacionalização. O presente estudo tem como propósito averiguar a perceção de professores (ensino regular e educação especial) e alunos de mestrado em educação sobre o DUA e práticas pedagógicas inclusivas. Para o efeito, foi organizada uma ação de formação sobre o DUA e estratégias de ação, após a qual os participantes foram inquiridos sobre a temática em estudo. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, de natureza exploratória, em que foram envolvidos 128 participantes, maioritariamente do sexo feminino, 89.1% (n=114), com 45 ou mais anos, 57% (n=73) e licenciados, 76.6% (n=98). Os resultados da análise descritiva evidenciaram que a maioria dos participantes não se encontra familiarizado com os três princípios do DUA e os contextos em que tomaram contacto com esta abordagem metodológica estão ligados a formações frequentadas. A maioria dos participantes sente-se preparado para implementar estratégias inclusivas e concorda que uma planificação universalmente planeada respeita as diferenças entre os alunos, devendo resultar do trabalho colaborativo entre professores. O princípio do envolvimento é aquele a que atribuem maior importância e assinalam vários obstáculos para implementar o DUA. Os estudantes de mestrado revelam que o DUA é abordado na sua formação. Da análise inferencial realizada verificou-se que os estudantes de mestrado evidenciam diferenças estatisticamente significativas relativamente aos docentes, denotando-se um maior grau de discordância dos estudantes de mestrado no que concerne ao facto das práticas pedagógicas inclusivas respeitarem as diferenças entre os alunos e de estes serem recetivos a essas práticas pedagógicas. Existem, igualmente, diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito à perceção que os professores de educação especial e professores do ensino regular têm relativamente à eficácia de sugestões pedagógicas mais inclusivas e de que estas permitam aos alunos demonstrarem o que aprenderam, tendo os professores de educação especial uma posição mais concordante. Em síntese, o DUA, enquanto ferramenta metodológica para atender à variabilidade dos alunos, começa a ganhar terreno entre os docentes e na formação inicial, demonstrado pelo interesse crescente por novas metodologias para criar ambientes de aprendizagem mais flexíveis.
- Dinâmicas relacionais e ajustamento parental em famílias de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo: contributos de um estudo de casoPublication . Neto, Márcia Cristina da Costa Simões; Felizardo, Sara; Cordeiro, LeandraA família, enquanto suporte social da criança, interfere significativamente no seu bemestar. Uma família com uma boa dinâmica, estrutura e organização, possivelmente tende a conseguir proporcionar à criança mais estabilidade, meios e apoio em diversos contextos, principalmente, a nível escolar. Após o conhecimento do diagnóstico, estas famílias terão de aprender a se reorganizar. Novas responsabilidades, tarefas e rotinas surgirão, às quais, é expectável que estas famílias consigam responder. Pautando-se este estudo pelo paradigma qualitativo, com a realização de um estudo de caso de sujeito único, a questão central desta investigação é “Quais as perceções de pais e técnicos sobre as dinâmicas relacionais e mudanças familiares no contexto de ajustamento parental ao diagnóstico, educação e cuidado de uma criança com PEA?” Os instrumentos de recolha de dados utilizados foram: a entrevista semiestruturada, a desenvolver-se numa lógica de entrevista exploratória, tendo sido realizada aos pais e à técnica de Intervenção Precoce na Infância (IPI); pesquisa documental (relatórios clínicos, desenvolvimentais e escolares, bem como planos de intervenção); escalas de avaliação familiar, Índice de Stress Parental; genograma e ecomapa. Evidenciam-se os principais resultados obtidos, a saber: toda a família sofreu alterações nas rotinas após o diagnóstico e apresenta níveis expressivos de stress parental, em especial no Domínio dos Pais. No que toca aos recursos, a técnica de Intervenção Precoce na Infância teve um papel crucial no processo de educação e inclusão e, no suporte social, destaca-se a família alargada. O processo de inclusão escolar ocorreu sem grandes percalços, tendo a escola um impacto bastante positivo na vida da criança. Por fim, esta família não sentiu grandes mudanças devido ao confinamento e todas as outras restrições devido ao Covid-19.
- Um estudo sobre a Terapia Assistida por animais: Benefícios num jovem com a síndrome de X- FrágilPublication . Gouveia, Sandra Isabel Baptista; Felizardo, Sara; Xavier, PaulaAs Terapias Assistidas por Animais (TAA) constituem um recurso terapêutico emergente em Portugal e em clara expansão. Nela já estão envolvidos diversos profissionais tanto nas áreas da educação como na área da saúde. Sendo o cão o animal mais utilizado em TAA em todo o mundo, foi nele que se centrou este projeto. Assim, foi desenvolvido o presente estudo procurando responder à questão: Em que medida a Terapia Assistida por Animais tem influência na expressão emocional, interação social e regulação comportamental de um jovem com X- Frágil?Sob o ponto de vista metodológico, este estudo enquadra-se no modelo de investigação designado por Estudo de Caso, numa abordagem do tipo qualitativo. O sujeito é um jovem de 19 anos de idade, do sexo masculino, com diagnóstico da Síndrome de X- Frágil. Procedeu-se à observação de três sessões de TAA, recorrendo a um protocolo de observação naturalista, à análise documental e a entrevistas de todos os envolvidos neste processo, designadamente, a encarregada de educação, uma professora e duas terapeutas. Os resultados sugerem que as Terapias Assistidas por cães têm um efeito positivo a nível do desenvolvimento socio emocional, comportamental e social neste caso concreto. Não obstante os resultados promissores, os quais no essencial convergem com a literatura científica, é necessário incrementar a investigação nesta área, bem como promover a consciencialização sobre as potencialidades das TAA nos contextos inclusivos.
- Inclusão Escolar de Alunos com Necessidades de Saúde Especiais no Ensino BásicoPublication . Silva, Ana Isabel Ferreira Ramalho; Felizardo, SaraO presente projeto é fruto de uma investigação sobre a inclusão escolar de alunos com Necessidades de Saúde Especiais (NSE) no Ensino Básico, à luz do Decreto-Lei nº 54/2018, de 6 de julho. Adotando o referencial da educação inclusiva, sustentada em princípios fundamentais, a escola deve responder às diferentes necessidades de todos os alunos, potenciando a sua participação na aprendizagem e na comunidade escolar. Neste estudo procuramos responder à questão “Quais as perceções dos intervenientes do processo educativo de alunos com NSE sobre a inclusão escolar, verificando, em que medida, variam em função de variáveis sociodemográficas, formativas e experiência profissional? Trata-se de uma investigação de natureza quantitativa, não experimental. A recolha de dados foi realizada através de um inquérito por questionário, que incluiu a subescala do Índex para a Inclusão (Booth & Ainscow, 2002), dirigido a professores do ensino regular, professores da educação especial, técnicos especializados e pais/ encarregados de educação de crianças/alunos com NSE do Ensino Básico, pertencentes à Região Centro do território continental de Portugal. A amostra, por conveniência, contou com o envolvimento de 154 participantes. Após as análises estatísticas, a investigação possibilitou-nos concluir que efetivamente existem diferenças estatisticamente significativas nas perceções dos intervenientes do processo educativo de alunos com NSE sobre a inclusão escolar, formação e práticas inclusivas, em função de variáveis sociodemográficas, formativas e experiência profissional.
- Perceção de jovens com e sem incapacidade sobre si e os outros, enquanto bailarinos de dança inclusivaPublication . Costa, Teresa Maria Ferreira da; Felizardo, Sara; Sargento, JoséEste projeto tem como propósito aferir a perceção de jovens com e sem incapacidade sobre si e os outros, enquanto bailarinos de dança inclusiva. Foi elaborado um estudo com o grupo “Dançando com a Diferença”, de Viseu, que contou com 30 participantes. Utilizou-se uma metodologia mista, quantitativa e qualitativa, que incluiu como instrumentos de recolha de dados as versões portuguesas da Escala Contour Drawing Rating Scale (Thompson & Gray, 1995) e da Escala de Auto-Estima de Rosenberg (Rosenberg, 1965), bem como um inquérito por questionário, construído para o efeito, sobre a temática em estudo. Os dados obtidos foram alvo de análise estatística descritiva e inferencial, bem como de análise de conteúdo dos discursos dos participantes. Em relação aos resultados na pesquisa, apurámos que a amostra apresenta valores de autoestima acima da média M=31.46±3.53 e, na imagem corporal, a média da discrepância entre a aparência ideal e a atual foi de M=1.03±2.2. No que concerne às análises diferenciais nos grupos de participantes, observa-se que os valores de autoestima são mais elevados no género feminino, embora a diferença não seja estatisticamente significativa, t(26)=0.956, p=.348, sendo que as diferenças na imagem corporal, em função do género, não se apresentaram significativas (χ2 (2)=3.117, p =.267). O resultado da autoestima em jovens sem incapacidade apresentou-se mais elevado; contudo, a diferença não se mostrou estatisticamente significativa, t(26)=0.591, p=.560; também no que se refere à imagem corporal, a diferença não é significativa (χ2 (2) = 0.321, p=.784). Relativamente às perceções dos jovens “bailarinos(as)” sobre a participação no grupo de dança inclusiva, ressalta-se a emergência de quatro categorias relevantes, “Determinação”, “Participação”, “Improvisação” e “Propósito”. Em relação às subcategorias, surgiram como mais frequentes, “dançar” e “inclusão”, seguindo-se “pertença” e “arte/ criar”. Este tipo de projetos de dança inclusiva salientam a potencialidade das atividades artísticas, ao nível da dança, propiciadoras da mudança da imagem social das pessoas com incapacidade, como sendo participativas e competentes em contextos promotores da sua autoestima, imagem pessoal e autodeterminação.
- Perceção dos professores do ensino secundário face à inclusão dos alunos com Necessidades de Saúde Especiais no contexto de ensino regularPublication . Silva, Flávia Paola Guatura Costa da; Felizardo, Sara; Rocha, JoãoCom a evolução do conceito da inclusão em diversos países, após a Declaração de Salamanca (1994), a sociedade passou a exigir políticas e medidas que favorecem o paradigma da inclusão. No caso de Portugal, as ações de inclusão de alunos com Necessidades de Saúde Especiais (NSE) no meio escolar chegam com o Decreto-Lei n° 54/2018, de 6 de julho, um marco na busca da igualdade de oportunidades, com a implementação de políticas e praticas inclusivas. Com o intuito de identificar a perceção de docentes do Ensino Secundário (ES) sobre inclusão, políticas e práticas inclusivas, foram recolhidos dados em três escolas secundárias públicas da região centro. Para o efeito, utilizámos um inquérito por questionário como instrumento de recolha de dados. A amostra utilizada é caráter não probabilístico, sendo composta por 86 professores pertencentes às instituições de ensino supramencionadas. O estudo enquadra-se no paradigma positivista, sustentado numa metodologia quantitativa não experimental. Os resultados apresentados revelam diferenças significativas na perceção de aspetos específicos da inclusão, em função das variáveis sexo do inquirido, formação contínua na área da Educação Inclusiva (EI) e experiência anterior com alunos NSE. As variáveis idade e tempo de serviço não evidenciaram um efeito significativo nas perceções dos professores sobre inclusão. No que diz respeito às perceções sobre políticas e praticas inclusivas, também se verificou a influencia de variáveis sociodemográficas, formativas e de experiência (sexo, formação continua, experiência com alunos NSE), em especial nas perceções sobre políticas inclusivas. O processo de inclusão pode ser considerado longo, ou, em algum momento utópico, mas não se pode deixar de ser um ideal a ser construído para que os alunos NSE possam usufruir do ES e com isto, diversos desafios cresçam no meio escolar, sendo que todo corpo escolar precisa de se adaptar à nova realidade inclusiva.
- As Perspetivas de Família sob o olhar de pais e filhos com Incapacidade IntelectualPublication . Adão, Miriam Cláudia Valinho Figueiredo Duque; Felizardo, SaraEste estudo debruça-se sobre as perceções de família, sua estrutura e dinâmicasde pessoas com incapacidade intelectual. Trata-se de uma temática pouco abordada, de estudos escassos, pois envolve protagonistas com incapacidade intelectual que, na maior parte das vezes, não são ouvidos. É a partir deles que obtemos informações sobre a sua visão de família, seus ideais, apoios, funcionamento, medos e expectativas. É através das suas vivências que ficamos a conhecer a experiência na primeira pessoa da parentalidade e seus desafios.No presente estudo pretende-se dar resposta aos seguintes objetivos: i) analisar as perspetivas dos jovens com incapacidade intelectual sobre família e parentalidade; ii) compreender a forma como pais com incapacidade intelectual experienciam a parentalidade, assim como as dinâmicas relacionais no seio familiar; iii) identificar as barreiras e facilitadores no processo de inclusão da pessoa com incapacidade intelectual no seio familiar e social; iv) compreender medos e expectativas dos jovens/adultos com incapacidade intelectual.Trata-se se um estudo qualitativo e exploratório. Foi utilizada uma amostra por conveniência, composta por vinte jovens/adultos com incapacidade intelectual ligeira/moderada, dez com filhos e dez sem filhos.Os instrumentos de recolha foram a entrevista estruturada e a análise/pesquisa documental. Posteriormente, procedemos à análise de conteúdo dos discursos dos participantes (Bardin, 2011).Os resultados vão ao encontro do que sugere a literatura na defesa da complexidade e desafio constante na parentalidade (Alarcão, 2006), acrescida em indivíduos com incapacidade intelectual (Vonneilich, Ludecke & Kofahl, 2016). No entanto, reiteramos que estes têm o direito à sua autodeterminação e a participar nas respetivas famílias e nos desafios da sociedade, que se quer mais inclusiva, dando primazia aos meios facilitadores e demolindo barreiras.
- Perspetivas sobre jogos digitais nas competências de comunicação e interação social de crianças e jovens com Perturbação do Espetro do AutismoPublication . Silva, Carlos Elói Ramos da; Felizardo, Sara; Alves, ValterAs tecnologias digitais estão cada vez mais presentes na sociedade atual, influenciando os padrões ocupacionais e levando a novas formas de explorar e vivenciar o mundo. Os contextos educativos têm vindo a adaptar-se e a beneficiar desta realidade, utilizando novos modelos de intervenção pedagógica e preparando os alunos para a sociedade digital. As crianças e jovens com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) podem beneficiar particularmente das tecnologias digitais, uma vez que permitem maior ênfase na individualização, estrutura e suporte visual e pela qual revelam especial interesse. Além do potencial enquanto recursos educativos, as tecnologias podem ser utilizadas de forma lúdica em atividades de brincar, adaptando-se aos novos padrões ocupacionais das famílias. Neste estudo, pretende-se compreender as perspetivas de profissionais (de educação e desenvolvimento infantil) e familiares sobre as potencialidades das tecnologias e jogos digitais na promoção de competências de crianças/jovens com PEA e verificar, em que medida, a participação no protótipo do jogo “Mushyland Adventures” promove as dimensões de comunicação e interação social. Optou-se por uma metodologia mista, com enfoque quantitativo e qualitativo, tendo-se utilizado como instrumentos de recolha de dados um inquérito por questionário sobre as perspetivas de profissionais e familiares sobre a utilização de jogos digitais por crianças ou jovens com PEA, bem como a análise documental e escalas/grelhas de observação. A amostra, por conveniência, envolveu 323 profissionais e familiares, bem como 2 adolescentes com PEA, 2 familiares e o observador que participaram nas sessões do jogo “Mushyland Adventures”. Os resultados obtidos após a participação de 323 respondentes, mostram perceções próximas entre familiares e profissionais sobre a utilização de jogos digitais na PEA. Os profissionais revelam resultados mais elevados na perceção da influência positiva do jogo digital nas competências de comunicação e interação social de crianças/jovens com PEA, na perceção da necessidade de jogos específicos e maior interesse no desenvolvimento de jogos digitais para a população com PEA. Quanto às questões de literacia digital, os profissionais de desenvolvimento infantil revelam perceções mais elevadas, sendo que os docentes revelam maior frequência e satisfação para utilizar as tecnologias digitais na atividade profissional. Os profissionais com mais experiência na PEA sublinham a necessidade de supervisão nos momentos de jogo e manifestam maior abertura para conhecer jogos específicos para a PEA. Além disso, verificou-se impacto positivo nas competências de interação e no envolvimento de dois casos de jovens com PEA, ao participarem no protótipo do jogo digital “Mushyland Adventures”.