Browsing by Author "Costa, Telmo"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Agricultura familiar e proteção das culturas: abordagens tradicionais e proximidade com práticas de agricultura biológicaPublication . Costa, Cristina Amaro Da; Guiné, Raquel; Esteves Correia, Helena; Costa, Daniela; Costa, Telmo; Parente, Cristina; Pais, Celso; Gomes, Mafalda; Aguiar, AnaDesde há quase um século, a proteção das culturas em explorações agrícolas familiares, tem vindo a juntar às práticas tradicionais, meios de proteção curativos para combater pragas, doenças e infestantes, em particular recorrendo ao uso de pesticidas. Estes agricultores assumem grande relevância territorial, económica e social em Portugal e a sociedade procura os seus produtos, em mercados e feiras locais, por entender que estão associados a práticas agrícolas com menores impactos na saúde e no ambiente e se aproximam do modo de produção biológico. Assim, procura-se identificar as práticas agrícolas da agricultura familiar, na componente de proteção das culturas, que podem ter impactos negativos no ambiente e na saúde humana e que se distanciam da agricultura biológica. A partir de um questionário (cheklist), aplicado a 125 agricultores familiares com explorações situadas em Portugal (Viseu, Braga e Barcelos) e Espanha (Pontevedra e Padron), identificaram-se as práticas agrícolas relacionadas com a proteção das culturas. Identificaram-se algumas práticas comuns com a agricultura biológica: diversidade cultural, consociações, rotação de culturas, seleção de variedades resistentes. Outras, como o pousio, intervenções em verde ou luta biotécnica, são utilizadas apenas por alguns agricultores familiares. Por outro lado, a luta química é utilizada pela maioria dos agricultores familiares.
- Exposição a pesticidas e alimentação. Análise de risco a partir de questionários de frequência alimentarPublication . Gaião, Davide; Costa, Cristina Amaro Da; Marques, Catarina; Costa, Telmo; Guiné, RaquelApesar dos benefícios que a utilização de pesticidas traz à agricultura, pela redução dos prejuízos causados por inimigos das pragas, doenças e infestantes, estas substâncias apresentam propriedades adversas se forem utilizadas incorretamente ou por longos períodos de tempo. Estes compostos interferem em mecanismos comuns a muitas espécies, provocando doenças dermatológicas, neurológicas, reprodutivas, alterações ao nível do DNA, o que leva à ocorrência de intoxicações agudas e crónicas (Costa e Teixeira, 2012). O risco de pesticidas para a saúde humana baseia-se na avaliação da natureza e probabilidade de efeitos nocivos em pessoas que podem estar expostas a pesticidas: desde o agricultor ao consumidor, através da presença de resíduos em alimentos e água, no ar, ou por contacto com as substâncias ativas em causa. O risco de exposição aos pesticidas (probabilidade estimada de um efeito adverso na saúde, ponderada pela sua severidade, ocorra em humanos como resultado da exposição) depende da frequência, duração e nível de contacto (dose e concentração) com a substância, a que acresce o seu perigo (propriedade intrínseca da toxina que causa efeitos adversos na saúde sob dadas condições) (Barlow et al., 2015). Neste sentido, é possível construir uma estimativa do risco de exposição a pesticidas do consumidor, a partir da quantificação da sua dieta alimentar (frequência alimentar) associada à probabilidade de presença de resíduos de pesticidas em cada um dos alimentos que compõem a dieta. No presente trabalho, aplicou-se um questionário de frequência alimentar por aplicação indireta e presencial, durante o ano de 2016, a 270 inquiridos, distribuídos pelos centro e norte de Portugal e regiões autónomas da Madeira e Açores. O questionário inclui o perfil sociodemográfico, perfil antropométrico, locais e hábitos de compra de produtos alimentares e frequência de consumo e sazonalidade de legumes, óleos e gorduras, cereais e frutos. Com base em indicadores de uso de pesticidas para cada alimento constante da dieta alimentar, foi possível definir um nível de risco de pesticidas para cada alimento. O risco de pesticidas por alimento foi estimado com base nos inimigos-chave de cada cultura e nos tratamentos com pesticidas preconizados, a que se associou um indicador de uso de pesticidas. Testaram-se dois indicadores de uso de pesticidas preconizados na literatura: o Environmental Impact Quotient (EIQ) ao nível do risco para o consumidor (Kovach et al., 1992) e o Human health risk indicator, proposto pela OCDE (2001). As perceções de risco dos consumidores e a procura por alimentos mais seguros são fatores importantes que podem contribuir para moldar as práticas agrícolas. No entanto, poucos estudos têm sido desenvolvidos com o objetivo de avaliar a exposição aos fatores de risco mais preocupantes os consumidores, nomeadamente os relacionados com o uso de pesticidas.
- Impact of family farming practices in the environmentPublication . Costa, Telmo; Pinheiro, Guadalupe Ribeiro; Silva, Luisa; Barata, José; Aguiar, A. R. M.; Esteves Correia, Helena; Guiné, Raquel; Parente, Cristina; Costa, Cristina Amaro DaTraditionally, family farming has contributed to the preservation of biodiversity and the environment while also contributing to decrease poverty and social inequalities, especially in developing countries (FAO, 2014). Nonetheless, there has been a growing adoption of intensive agricultural practices like the widespread use of synthetic fertilizers and pesticide crop spraying by family farmers. Therefore, in this study we wanted to establish the technical itinerary of family farming, in the North and Center of Portugal, and to assess their potential impact on the environment and understand which practices should be promoted or abandoned to make family farming more sustainable and to reduce its negative impacts. To that end, we interviewed family farmers using a checklist questionnaire that included questions related to the socio-demographic characteristics of the farmer and his family, farm description, technical itinerary and perceptions towards sustainable farming practices and pesticide use risks to the environment and health. Based on the results, we were able to determine that several practices related with soil management, like liming, absence of soil/water/leaf analysis and the non-use of composting may result in inefficient use of soil nutrients and lead to inappropriate use of fertilizers. On a positive side, many farmers use crop rotation, green and animal manure, the latter originating mostly from their own farm and thereby reducing the need of non-organic fertilizer inputs. Regarding pest management, almost all farmers use pesticides on a regular basis, whilst only a minority use biological or biotechnological pest control methods, even though about two thirds of all farmers recognize pesticides to be harmful. In a significant number of cases, farmers use pesticides without respecting the legal limits and safety intervals, originating health risks to the farmers and consumers and, at the same time, contributing to endanger the biodiversity of their farms.