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- Conhecimentos e experiência dos enfermeiros com o código deontológicoPublication . Batista, Maria Irene Gomes; Silva, Daniel Marques daIntrodução: O Código Deontológico dos Enfermeiros encerra nos seus artigos os direitos e deveres da classe profissional, alicerçado nos princípios éticos e autoregulação da própria profissão. Como disposições essenciais para o exercício profissional, é fundamental o conhecimento pelos enfermeiros sobre o seu código deontológico, de modo a pautar a sua conduta profissional. Objetivos: Identificar os conhecimentos e experiência dos enfermeiros com o Código Deontológico. Métodos: Estudo quantitativo com análise descritiva-correlacional, de corte transversal, com uma amostra de 120 enfermeiros em exercício de funções, a frequentar cursos de formação na Escola Superior de Saúde de Viseu. O instrumento de colheita de dados (ad hoc) é constituído por um questionário e uma escala criada para o efeito. Resultados: A amostra é predominantemente feminina (83,3%), média de idades (34,28 anos ±7,66 anos), prevalecendo a categoria de Enfermeiro (91,7%). A maioria frequenta cursos de pós-licenciatura(51,7%), exerce funções em unidades não hospitalares (51,7%), com média de 10,86 anos (±7,52 anos) de experiência profissional e nunca frequentou formação em ética/deontologia (51,7%). Um total de 79,2% classifica como negativo/aceitável o reconhecimento social da profissão. A idade (superior a 35 anos), a experiência profissional (maior experiência) e a melhor percepção pessoal dos conhecimentos interferem nos conhecimentos dos enfermeiros com o seu código deontológico. Conclusões: Os resultados obtidos revelam que é importante os enfermeiros reflectirem sobre os seus conhecimentos sobre o código deontológico e alicerçar as suas experiências em princípios éticos e deveres deontológicos, de forma a preencher lacunas existentes.
- Rastreio do cancro do colo do útero: O significado que lhe é atribuído pelas mulheresPublication . Almeida, Susana Maria Marques de; Coutinho, Emília CarvalhoEnquadramento: O cancro do colo do útero (CCU) assume um enorme impacto na saúde pública mundial, e particularmente nos países em desenvolvimento, uma vez que implica não apenas alterações significativas na qualidade de vida das mulheres, bem como gastos avultados em cuidados de saúde. No entanto, é sobre este tipo de cancro que mais se pode atuar em termos de prevenção e cura. O rastreio do cancro do colo do útero (RCCU) assume um papel fundamental em termos preventivos, uma vez que permite a deteção precoce de alterações celulares quais podem levar a formas de cancro altamente invasivas. Considerando a importância do RCCU realizámos um estudo do tipo não experimental, de natureza quanti/qualitativa, transversal, exploratório e descritivo os quais apresentamos separadamente. O estudo respeitou todos os princípios éticos ao desenvolvimento de estudos de investigação pelo que para além do pedido de autorização aos intervenientes através do consentimento informado foi obtida autorização pela Comissão de Ética da ULS da instituição envolvida no estudo (Região Centro de Portugal) Estudo Quantitativo Objetivos: Determinar o número de mulheres inscritas na Unidade de Cuidados Saúde Personalizados de Seia, com idade para realizarem RCCU, no triénio 2013-2015; Identificar a prevalência de não comparências à consulta de RCCU por parte das mulheres; Determinar a prevalência de casos positivos de CCU. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo: a população é constituída pelas mulheres inscritas numa UCSP de uma ULS da região centro de Portugal. A amostra não probabilística por conveniência é constituída por mulheres inscritas numa UCSP de uma ULS da região centro de Portugal que faltaram, pelo menos, a uma consulta de RCCU, e tem idade compreendida entre os 27 e os 64 anos de idade. Os dados relativos ao número de mulheres inscritas na UCSP em idade de rastreio (25-64 anos) foram obtidos a partir do Sistema de Informação Nacional dos Cuidados de Saúde Primários (SINUS), facultados pelo Serviço de Estatística, Planeamento e Apoio à Gestão (SEPAG) da ULS participante no estudo. Os dados da frequência à consulta de rastreio de cancro do colo do útero para determinação de prevalência de RCCU foram obtidos pela contagem dos resultados de citologia através dos ficheiros em suporte de papel existentes na respetiva unidade. Para a análise de dados foram tidos em conta os valores numéricos e percentuais para a determinação das prevalências, com recurso ao SPSS versão 24. Resultados: O estudo da UCSP revelou um decréscimo do número das mulheres (em idade de realizarem rastreio) que se apresentaram na consulta de RCCU no triénio de 2013-2015. Se em 2013 cerca de 16% das mulheres fizeram a consulta de RCCU, em 2015 a prevalência de presenças foi de apenas 11%. O estudo qualitativo realizado permitiu observar que os principais motivos que explicam a ausência das mulheres são pessoais (como a vergonha e o pouco à vontade com o médico do sexo masculino) e profissionais (incompatibilidade de horários e indisponibilidade do médico para convocar). Devido a estes constrangimentos, algumas mulheres recorrem ao setor privado para terem cuidados continuados, poderem escolher o médico que faz o RCCU, poderem escolher o horário da consulta e sentirem-se mais à vontade. Conclusões: Os indicadores de vigilância de saúde no que respeita ao RCCU na UCSP em estudo são altamente preocupantes por não cobrirem sequer um quinto da população inscrita nesta consulta. Estes indicadores devem ser motivo de reflexão não apenas por parte dos profissionais de saúde da Unidade de cuidados em causa, bem como pelas entidades competentes e reguladoras da saúde as quais deverão desenvolver planos de ação corretivos e de melhoria que assegurem cuidados de saúde de qualidade à população.Estudo Qualitativo Objetivos: Compreender o significado atribuído pelas mulheres à consulta de RCCU; Compreender a perceção das mulheres acerca do risco de cancro do colo do útero; Compreender o significado que as mulheres atribuem aos cuidados de enfermagem, dos quais são alvo na consulta de RCCU. Métodos: Para a recolha de dados convidámos 20 participantes que integraram a amostra do estudo quantitativo. A recolha de dados foi efetuada através de questionário, para a caracterização sociodemográfica, e por entrevista semiestruturada, para responder aos objetivos de investigação. As entrevistas decorreram num gabinete reservado na UCSP para esse fim. Para a análise qualitativa dos dados foram tidos conta os pressupostos apresentados por Bardin, com recurso ao NVivo versão 11. Resultados: Emergiram as seguintes categorias - Percepção das mulheres acerca dos fatores de risco de CCU; Percepção das mulheres sobre requisitos da prevenção de CCU; Significado atribuído pela mulher à consulta de RCCU; Motivos para não ir à consulta de rastreio do CCU; Atitudes da mulher perante a consulta de rastreio do CCU; Intervenções de enfermagem valorizadas pelas mulheres na consulta de rastreio CCU; Constrangimentos referidos pelas mulheres na consulta de enfermagem do RCCU; Expectativas das mulheres relativamente ao trabalho que deveria ser desenvolvido pelos enfermeiros na consulta de rastreio do CCU; Crenças das mulheres face ao género do profissional que realiza a consulta de RCCU; Sentimentos vivenciados pela mulher face à consulta de RCCU. Conclusão: São vários os motivos apresentados pelas mulheres para a não comparência à consulta de RCCU, estando os aspetos culturais na génese de diferentes perceções, decisões, comportamentos, atitudes e sentimentos vivenciados pela mulher. Pretende-se que a compreensão desta problemática capacite o enfermeiro e os profissionais de saúde em geral para a criação de condições adequadas e intervenções culturalmente sensíveis que se traduzam não apenas na adesão das mulheres à consulta de RCCU, mas que as mesmas sejam experiências agradáveis e de bemestar para a mulher/família/comunidade.