RE - Número 40 - Junho de 2011
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- Adaptação dos Idosos InstitucionalizadosPublication . Carvalho, Maria Paula Rodrigues Sequeira de; Dias, Maria OlíviaNeste artigo é estudada a adaptação dos idosos institucionalizados. Pretendemos determinar em que medida as respostas dadas pela instituição e as relações com a família estão associadas à adaptação e expectativas da qualidade de vida do idoso institucionalizado. O estudo realizado é de natureza qualitativa e quantitativa, correlacional e transversal. Para tal, analisámos uma população de 120 idosos institucionalizados na Santa Casa da Misericórdia de Cinfães, no distrito de Viseu, através de um inquérito por questionário, aplicado durante o mês de Novembro de 2009. A variável em estudo refere-se às condicionantes e características da adaptação do idoso à instituição e é medida por indicadores quantitativos, isto é, por variáveis independentes de natureza pessoal e sócio-demográficas e por variáveis relativas à experiência do idoso na instituição. Apesar dos elevados níveis de satisfação relativamente aos cuidados prestados pela instituição e às instalações, os idosos inquiridos revelaram níveis de insatisfação e tristeza no que toca ao contexto familiar, à falta de autonomia, à existência de doenças e outras limitações físicas. Verificou-se, ainda, que o meio de onde provêm os idosos tem influência no processo de adaptação, uma vez que são pessoas com uma ligação forte ao local onde nasceram e constituíram família. Foi ainda possível constatar a existência de uma ligação forte entre o ambiente familiar e o processo de adaptação à instituição, sendo o primeiro determinante na integração bem sucedida do idoso.
- Adesão ao regime Terapêutico na Doença Crónica: Revisão da LiteraturaPublication . Dias, António Madureira; Cunha, Madalena; Santos, Alexandra Margarida Marques dos; Neves, Ana Patrícia Gandra; Pinto, Andreia Filipa Coimbra; Silva, Andreia Sofia Anjos; Castro, Sónia ArmindoNa actualidade, uma percentagem significativa da população mundial depara-se com a necessidade de tomar medicação e de adoptar medidas para controlar e tratar, tanto as patologias agudas como as crónicas. Os doentes portadores de patologia crónica são os que menos aderem à terapêutica. Estima-se que, nos países desenvolvidos, apenas 50% dos doentes crónicos cumprem o tratamento acordado com o profissional de saúde, condicionando a economia, o bem-estar e a qualidade de vida da sociedade. A compreensão deste fenómeno implica tomar conhecimento dos vários modelos conceptuais existentes, bem como analisar os seus pressupostos teóricos. É de capital interesse conhecer os factores que influenciam a adesão, percebendo a associação estabelecida entre variáveis internas e externas ao doente, assim como as variáveis relacionais. Desta forma, poder-se-ão delinear estratégias que promovam a adesão ao regime terapêutico, quer a nível educacional, quer comportamental, ou conjugando as duas dimensões. Na avaliação da adesão terapêutica poder-se-á recorrer a métodos directos e indirectos, sendo os directos mais fidedignos, mas menos utilizados devido ao seu elevado custo.
- Aleitamento Materno: O Porquê do AbandonoPublication . Natal, Sofia; Martins, Rosa Maria LopesSendo o aleitamento materno um momento único e privilegiado na comunhão mãe - filho, este deve ser sentido como um acto natural. No entanto, o abandono precoce é uma realidade. O presente estudo tem como objectivo principal conhecer as razões que levam ao abandono do aleitamento materno exclusivo, em crianças com menos de quatro meses. Para responder a esta questão, foram entrevistadas 23 mães que abandonaram o aleitamento materno antes do quarto mês da vida do seu filho. Como objectivos específicos, pretendeuse conhecer as vantagens e desvantagens do aleitamento materno, sentidas pelas mães, assim como os sentimentos vivenciados no momento do abandono. Pretendeu-se, ainda, conhecer alguns factores institucionais que influenciaram o sucesso do aleitamento materno. Tratou-se de um estudo exploratório - descritivo, onde se analisou o conteúdo das entrevistas efectuadas às mães. Os resultados do estudo mostram que as razões principais para o abandono precoce do aleitamento materno exclusivo, apontadas pelas mães, foram o choro intenso do bebé e o leite insuficiente da mãe. A maior vantagem apontada relativamente ao aleitamento natural foi a comodidade e a maior desvantagem foi a dependência mãe-bebé, ou seja, o facto da mãe não se poder afastar, durante muito tempo, do bebé. Esta forma de amamentar provoca na mãe sentimentos positivos e de proximidade.
- Auto‐Conceito da Grávida – Factores AssociadosPublication . Silveira, Carla Sofia Pascoal; Ferreira, Manuela Maria da ConceiçãoA gravidez, sendo um momento privilegiado de transformações pessoais e sociais, muda inevitavelmente a vida de uma mulher, ao ponto de questionar a sua própria identidade e conceito pessoal, em todo o processo de adaptção a uma nova condição e papel. A forma como a grávida vivencia todas as mudanças e os acontecimentos significativos exige, em termos desenvolvimentais, um duplo esforço físico e psicológico, nem sempre fáceis de gerir, no sentido de prevenir desequilíbrios e perturbações emocionais. Realizou-se um estudo quantitativo, transversal, decritivo-correlacional e analítico, com o objectivo de analisar o auto-conceito da grávida, bem como a influência de variáveis socio-demográficas e obstétricas. Utilizou-se para o efeito um questionário destinado à caracterização da amostra e o Inventário Clínico de Auto-Conceito de Vaz Serra (1986), tendo sido inquiridas 219 grávidas. Do estudo conclui-se que o exercício da actividade profissional influencia a auto-eficácia da grávida, mas não as outras dimensões do auto-conceito; o estado civil influencia o auto-conceito da grávida, excepto a dimensão maturidade pscológica; a paridade influencia a dimensão impulsivide/actividade; a patologia obstétrica, a idade da grávida, o tempo de gestação e a aceitação por parte da mulher não influenciam o seu auto-conceito.
- Comportamento Violento em Adolescentes. Uma Evidência numa Escola SecundáriaPublication . Cruz, Carla Maria Viegas e Melo; Almeida, Mariline; Pinto, José Romão; Aleluia, SoraiaIntrodução: É incontestável que um adolescente com condutas violentas perturba toda uma dinâmica familiar. Mas será que ele não é a vítima das disfunções familiares preexistentes? Será que o comportamento violento não é um sinal de alerta? O adolescente, muitas vezes vulnerável, expõe-se a situações de vida até então desconhecidas, podendo adoptar condutas associais, como comportamentos violentos, com consequências para a sua saúde mental. Objectivos: Propomo-nos analisar a influência das variáveis sócio-demográficas no comportamento violento em adolescentes e identificar a interferência das variáveis de contexto familiar no comportamento violento em adolescentes. Metodologia/Métodos: Tendo em consideração a nossa Questão de investigação “Será que o comportamento violento em adolescentes é influenciado pelas variáveis sóciodemográficas e de contexto familiar?”, realizámos um estudo quantitativo, analítico, descritivo, correlacional, transversal e não experimental, numa amostra de 920 indivíduos de ambos os sexos com uma média de idades de 16 anos. Para proceder à colheita de dados utilizamos um questionário de dados pessoais e o Inventário de Hostilidade Buss-Durkee. Resultados/Conclusões: Amostra constituída por adolescentes, com idades compreendidas entre os 14 e 20 anos (34,7%); Sexo feminino (54,5%); Frequentam o 10º ano (35,5%); A zona de residência familiar é a cidade (68,7%); Coabitam com os pais (82,9%); Estado civil dos pais, casados (86,3%); Habilitações literárias do pai, ensino superior (33,9%); Habilitações literárias da mãe, ensino superior (41,2%); Rendimento mensal dos pais, médio (53,6%). Podemos afirmar que as variáveis: sexo, local de residência, habilitações literárias do pai, habilitações literárias da mãe e o rendimento mensal, influenciam o comportamento violento em adolescentes. Sugestões: Consideramos a escola, como meio promotor de saúde mental; De primordial importância, a figura do professor de referência, que poderá ser o director de turma ou o professor mais significativo para o aluno e para os encarregados de educação. Este professor desempenha um papel fundamental no acompanhamento do indivíduo, desde idades mais precoces até á adolescência, identificando factores desencadeantes, intrínsecos e extrínsecos, do comportamento violento, intervindo junto dos jovens e família, evitando a evolução deste tipo de comportamento, promovendo a saúde mental e prevenindo a doença mental e, consequentemente, a marginalidade e a delinquência.
- Comportamentos Suicidários em Estudantes do Ensino Superior: Factores de Risco e de ProtecçãoPublication . Gonçalves, Amadeu Matos; Freitas, Paula Pinto de; Sequeira, Carlos Alberto da CruzNeste artigo abordam-se algumas questões relacionadas com os comportamentos suicidários em estudantes do Ensino Superior, tendo por base uma revisão sistemática da literatura. Neste contexto, faz-se o enquadramento conceptual dos comportamentos suicidários, clarificando os conceitos de Ideação suicida, Tentativa de suicídio, Para-suicídio e Suicídio. Partindo de alguns dados epidemiológicos disponíveis, faz-se uma reflexão sobre a dimensão desta problemática, possíveis causas dos comportamentos suicidários e dos factores mais recorrentemente associados ao risco de suicídio nos jovens. Procura-se realçar a importância do reconhecimento de possíveis indicadores de risco e de protecção nos domínios da promoção da saúde mental dos jovens e da prevenção do suicídio em meio académico.
- Funcionalidade Familiar e Qualidade de Vida dos IdososPublication . Andrade, Ana Isabel Nunes Pereira de Azevedo e; Martins, Rosa Maria LopesO crescimento significativo do envelhecimento da população surge como tema de grande actualidade nas ciências sociais, relatando a literatura que o suporte familiar, a par do estado de saúde e do contexto situacional do idoso, constitui um pilar importante na promoção da Qualidade de Vida (QDV) dos idosos. Neste contexto, realizámos um estudo analítico correlacional, com a finalidade de avaliar a qualidade de vida dos idosos e analisar a influência das variáveis sócio-demográficas e de contexto familiar na qualidade de vida. Objectivo: Avaliar a qualidade de vida dos idosos e analisar a influência das variáveis sócio-demográficas e de contexto familiar com a variabilidade da qualidade de vida dos idosos. Metodologia: Estudo transversal realizado numa amostra de 210 idosos do concelho de Tondela, com idades compreendidas entre os 60 e os 95 anos (M=72,91; Dp=6,095); Resultados: A qualidade de vida é mais elevada nos idosos de menor idade (r = -0,192; p = 0,005) e com melhor funcionalidade familiar (r = 0,297; p = 0,000); Conclusão: Face às evidências apresentadas, inferimos que as variáveis estudadas, designadamente a idade e a funcionalidade familiar influenciam a QDV, impondo-se considerá-las quando se planeiam acções de promoção da Qualidade de Vida dos Idosos
- Motivação para o Aleitamento Materno: Variáveis IntervenientesPublication . Ferreira, Manuela; Nelas, Paula; Duarte, JoãoEnquadramento: A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza o aleitamento Materno (AM) exclusivo até aos 6 meses e, a partir desta idade, a introdução oportuna de alimentos complementares adequados e seguros em termos nutricionais, enquanto se continua a amamentar durante um período de dois anos ou mais que, no puerpério, o estado emocional da mãe e outras condições psicológicas, incluindo a própria personalidade pode levá- la a desistir do aleitamento materno, e/ou a sentir-se pouco motivada para amamentar. Objectivos: Assim, o objectivo do nosso estudo é analisar a relação entre os traços de personalidade e a motivação para o AM nas puérperas Metodo: O estudo realizado é de natureza quantitativa, não experimental, transversal e descritivo. Foi aplicado um questionário a 144 puérperas, no dia da alta médica (após 48horas), constituído pela caracterização sócio – demográfica e obstétrica, e por duas escalas, a Escala de Motivação para Amamentação (EMA) de Nelas, Ferreira & Duarte. (2008), para avaliar a motivação para a amamentar e a Escala de Avaliação de Sintomas (SCL-90) de Degoratis (1977), para avaliar os traços de personalidade materna. Resultados: Os resultados sugerem que são as mulheres mais velhas (70,8%), com maior grau de escolaridade (50%) e que já tiveram experiências anteriores agradáveis (61,8%), que se encontram mais motivadas para o aleitamento materno (AM). Relativamente à nossa variável independente, a hostilidade é o traço de personalidade materna que possui maior valor preditor na dimensão cognitiva (p=0,063), psicossocial (p=0,184) e motivação total (p=0,088); na dimensão fisiológica é a somatização (p=0,115). Conclusão: Este estudo sugere-nos que o traço de personalidade que influencia a motivação para o AM foi a hostilidade com valores preditores superiores.
- Olhar dos Pais sobre o Estado Nutricional das Crianças Pré‐escolaresPublication . Aparício, Graça; Cunha, Madalena; Duarte, João; Pereira, AnabelaPortugal é um dos países europeus com maior prevalência de obesidade infantil, o que se traduz num problema de saúde crescente não só na geração actual, mas que se repercutirá na próxima, dada a grande probabilidade da doença transitar para a idade adulta. Estudos em diversos países têm revelado que os pais se mostram despreocupados e pouco conscientes do estado nutricional das crianças, dada a tendência para subestimarem o peso excessivo dos seus filhos. Ajudar os pais a reconhecerem que a obesidade nas crianças é um problema de saúde e a identificarem o verdadeiro estado nutricional dos seus filhos, pode ser o primeiro passo na promoção de um estilo de vida mais saudável. Com este artigo pretendeu-se identificar a percepção dos pais (mãe e pai) acerca do estado nutricional do filho em idade pré-escolar e analisar a sua relação com variáveis sóciodemográficas e clínicas.
- Outra Forma de Olhar a Mãe Imigrante numa Situação de TransiçãoPublication . Coutinho, Emília; Parreira, Maria VitóriaA situação de transição que a mulher vivencia, a diversidade cultural, os direitos de acessibilidade reduzidos dos imigrantes ao sistema de saúde, entre outros, são situações que colocam quer utentes quer profissionais de saúde numa situação de vulnerabilidade nos cuidados. Neste contexto, delinearam-se os seguintes objectivos: Compreender os significados que emergem do processo de transição, na situação de maternidade; Compreender como a mulher imigrante perspectiva os cuidados face ao seu projecto de maternidade (gravidez, parto e puerpério); Desocultar crenças e valores inerentes à mãe imigrante numa situação de transição de vida; Identificar de que forma o processo de cuidados difere do sistema do seu país de origem. Estudo qualitativo, exploratório descritivo. Realizado a partir da seguinte questão de partida: Que significados emergem do processo de transição na mulher / mãe imigrante que vivencia um processo de maternidade? Os critérios de inclusão dos participantes foram: Residir em Portugal há pelo menos 3 meses; Ter vivenciado ou estar a vivenciar um processo de maternidade; Ter sido vigiada durante a gravidez no sistema de saúde português e aceitar participar no estudo. Amostra não probabilística, intencional (12 mães imigrantes). Amostragem determinada pelo princípio de saturação dos dados. Instrumento de colheita de dados: a entrevista semi-estruturada, com recurso a gravação áudio com obtenção prévia do consentimento informado. Análise dos dados efectuada por análise de conteúdo, feita codificação aberta, codificação axial e codificação selectiva, com ajuda do software NUD*IST 8.0 ® Emergiram 8 categorias: Comunicação difícil; existência de divergências no processo de cuidar; mitos e crenças divergentes; práticas culturais divergentes; informação desajustada; descriminação; acessibilidade dificultada às consultas; gratuitidade do sistema de saúde. As conclusões emergentes apontam para a inexistência, em Portugal, de rituais inerentes aos cuidados que conflituem com a sua cultura de origem. A maior barreira com que estes imigrantes se depararam foi a comunicação. Na cultura muçulmana, ressalta a especificidade da questão de género: o homem não deverá ser cuidador da mulher. Na perspectiva dos participantes, os cuidados de saúde tendem a ser culturalmente congruentes. Exemplo: no Uzbequistão os cuidados prestados não diferem dos do nosso país, à excepção da tecnologia utilizada que referem ser “superior”. Os resultados deste estudo têm implicações para a prática, na medida em que ao desocultar os significados sobre os cuidados, as crenças e valores, os profissionais de saúde adquirem conhecimentos específicos sobre a etnoculturalidade, o que lhes permite evitar atitudes negativas e comportamentos de etnocentrismo, ajudando assim a mulher/casal numa situação de transição para a parentalidade, já que a falta de respeito pela cultura pode originar um choque cultural.