RE - Número 05 - Janeiro de 1997
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- Curso de gestão: ajustamento à realidade económica regional. O papel dos estágiosPublication . Simões, JoaquimQuando, há algumas décadas, alguns pensadores procuraram conferir racionalidade ao facto de a taxa de crescimento económico ser, em muitos países, marcadamente superior ao crescimento dos factores de produção convencionais (terra, trabalho, capital), um "novo" recurso produtivo era identificado: o Capital Humano. O Homem, entendido até então como um ser dotado de capacidades produtivas biologicamente determinadas, sem grandes exigências de conhecimentos e aptidões (e pouco susceptíveis de valorização), passa a ser reconhecido como o ser que, detendo a capacidade criativa dentro do processo produtivo, deve ser considerado em função de capacidades e qualificações que pode enriquecer e valorizar através do investimento em si próprio. O Capital Humano é então, neste sentido, um factor raro, pelo que, em obediência aos princípios da racionalidade económica, se deve evitar o seu desperdício e promover a sua valorização. O reconhecimento destas ideias implicava desde logo a necessidade de as sociedades se envolverem em políticas conducentes à "acumulação" deste factor. À educação, enquanto meio de fornecimento e desenvolvimento de atributos e capacidades produtivas, competiria um papel essencial nesse processo. Na actualidade estas ideias são, de alguma forma, pacíficas. O que em muitos casos se tem revelado difícil é a sua concretização prática. É que a lógica das ideias apresentadas assenta num pressuposto essencial: o Capital Humano produzido é ajustado às características do sistema sócio-económico. Se transportarmos esta ideia genérica para o domínio da educação, então esse ajustamento implica que o sistema de ensino seja capaz de fornecer aos indivíduos uma formação compatível com as necessidades das estruturas produtivas. E esta terá que ser, de facto, uma preocupação de todos, particularmente daqueles que no domínio da educação têm responsabilidades acrescidas. Se o sistema não for capaz de cumprir este desígnio, cair-se-á certamente numa contradição indesejável: a existência de analfabetismo funcional a par de um eventual excedente de diplomados. Como agentes com algumas responsabilidades no Curso de Gestão leccionado no âmbito do Departamento de Gestão da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Viseu e como docentes desse curso, essa é uma preocupação que também nos compete. E passada quase uma década sobre o início do referido curso pensamos poder dizer que ele tem cumprido, de forma satisfatória, esse desígnio. Ao longo deste artigo procuraremos fundamentar esta posição. No entanto e antecipando algumas ideias, pensamos que esse relativo sucesso assenta em grande medida no diálogo que o departamento e o curso têm procurado manter com as estruturas empresariais da região. E nesse diálogo, como veremos, um elemento tem desempenhado papel determinante: os estágios realizados pelos alunos junto das empresas.
- O desafio linguístico na nova Europa: o novo discurso pedagógico na relação escolaPublication . Correia, Maria José M. SáA primeira parte deste trabalho analisa o novo desafio linguístico desenhado no quadro da Comunidade Europeia, no respeitante à optimização do ensino das Línguas, à sua rentabilização e ao estabelecimento de códigos de prática pedagógica efectiva que permitam a colaboração na investigação e cooperação entre Centros de Língua do Ensino Superior, numa relação estreita com o Conselho da Europa e as políticas linguísticas por ele advogadas. Dentro desta política salientaremos a promoção da comunicação e cooperação internacional que facilitará a mobilidade de recursos humanos e a troca de ideias, assim como a preservação e desenvolvimento da diversidade cultural e linguística no espaço europeu. Na segunda parte tentaremos abordar, no contexto da CERCLES (Confédération Européene des Centres de Langues dans l'Enseignment Supérieur), a problemática ligada à actuação dos Centros de Língua e do CIELV (Centro de Investigação e Ensino de Línguas de Viseu), na dependência do ISPV, e os desafios que se lhe deparam na ligação Escola-Empresa.
- Ensaio de portugalidade em terras africanas durante a governação d´el-rei D. Sebastião D. Francisco Barreto em Moçambique e na região do MonomotapaPublication . Branco, Alberto Manuel VaraD. Francisco Barreto em Terras de Além-Mar. A criação das bases para a operacionalidade económico-social dos portugueses na região de Monomotapa, que corresponde genéricamente ao actual Zimbabwe. Com este empreendimento, o nosso Rei D. Sebastião lança os alicerces da colonização portuguesa na África Oriental a partir de Moçambique, onde a acção missionária dos Jesuítas se fez sentir com bastante eficiência e poder.
- Ensino Superior e a Realidade Empresarial: em busca do adequado interposicionamentoPublication . Figueiredo, António JoséO grande "divórcio" que tem caracterizado o interrelacionamento entre ensino superior e a realidade do jogo económico tem - salvo honrosas e escassíssimas excepções - resistido tenazmente quer a críticas quer às variadas tentativas dos "conselheiros matrimoniais" mais empenhados. Se, por um lado, a realidade empresarial se queixa do grande desajuste entre a formação com que os alunos saem das nossas escolas de ensino superior e as reais necessidades das empresas e demais organizações, por outro assiste-se à lamentação das escolas em relação à falta de interesse com que empresários e outros responsáveis encaram a sua participação - supostamente activa - nos conselhos consultivos e, de um modo geral, sempre que são chamados a sugerir, colaborar, ou seja, a contribuir para o almejado ajustamento de posicionamentos.
- Ensino Superior e as Empresas: a perspectiva da CCRCPublication . Reis, JoséAs relações entre o ensino superior e as empresas são, em geral, apreciadas num quadro relativamente simplista, dicotómico e normativo. Usa-se a imagem da "aproximação" querendo com isso significar sobretudo que o ensino superior tem de (deve) aproximar-se do mundo empresarial, abandonando uma posição supostamente longínqua e dirigindo-se para um lugar onde já deveria estar há muito. Do mesmo modo, a ideia de aproximação, ao mesmo tempo que é apenas um movimento de "deslocação" de uma das partes (o ensino superior), traz também consigo a convicção de que as empresas são o mundo onde está a prática, o concreto, o modo certo e moderno de fazer as coisas. As empresas representariam a norma a que o ensino superior se deverá adaptar.
- O ensino superior e o mercado de trabalhoPublication . Fernandes, Luís RodriguesEste ensaio reproduz parte das opiniões expressas no artigo "Employment and Work of British and German Graduates", da autoria de John Brennan, Stina Lyon, Harald Schomburg e Ulrich Teichler (1) sobre a influência do ensino no percurso profissional dos diplomados. Foram tidos em conta outras abordagens à mesma problemática, como a de Christopher Jenks no seu livro "Inequality" (2) e a experiência pessoal do autor.
- O Ensino Superior na HungriaPublication . Cunha, Vasco Oliveira ePreocupações dominantes neste documento são as incidências no ensino superior húngaro das alterações políticas, económicas e sociais produzidas no país a partir de 1989, nomeadamente a reflexão sobre as dificuldades e os desafios que elas sempre originam, e também sobre as bases em que parece assentar hoje algum consenso entre os responsáveis. Fontes determinantes na elaboração deste texto foram os documentos seguintes: a) "Innovation in the Hungarian Extra University Sector", do Professor Doutor László Dinya, Reitor do Colégio de Indústria Alimentar e Presidente da Conferência de Directores dos Colégios Húngaros, uma comunicação apresentada em Nicosia, em 1995, numa conferência internacional sobre inovação no ensino superior, e publicada no número 1, volume 8, pp 85-90, (1995) de Journal of Business and Society, uma edição do Cyprus College; b) "System Change and higher education in Hungary", um artigo da autoria do Dr. Holger Fischer, secretário para os assuntos académicos do Centro de Estudos Húngaros da Universidade de Hamburg, Alemanha, publicado em Amsterdam pela E.A.I.E. na sua News Letter número 23, p.p., 11-13, Junho de 1996.
- A experiência húngara de cooperação académicaPublication . Silva, SóniaTem pouco mais de vinte anos a cooperação académica húngara com a Europa comunitária, os Estados Unidos e o Canadá, uma cooperação fundamentalmente desenvolvida, no início, no âmbito do intercâmbio de resultados de investigação e de estadias de curta duração para professores e pessoal administrativo. Até meados da década de 80, quando se operou uma mudança considerável a nível das relações internacionais das universidades e dos colégios húngaros, a cooperação bilateral organizada por estas instituições e por agências governamentais não esteve orientada para a mobilidade estudantil nem para o desenvolvimento curricular e institucional. Porém, a progressiva internacionalização do ensino superior, sobretudo alimentada pelos programas comunitários ERASMUS E COMETT, e a importância do trabalho no âmbito do cada vez mais necessário reconhecimento de graus e de diplomas, por um lado, e a introdução de cursos regidos em línguas estrangeiras em mais de metade das universidades da Hungria, pelo outro, deram um impulso considerável não só à mobilidade de estudantes como também às trocas de informação sobre os sistemas de ensino superior, os seus graus e os requisitos para os adquirir.
- Formação contínua no mercado regional de empregoPublication . Baptista, RuiA criação de valor é apontada como sendo o primeiro objectivo da actividade empresarial. Porém, tal objectivo exige das empresas capacidade de inovação e adaptação, em tempo útil, às novas realidades tecnológicas, económicas e sociais. Neste contexto de mudança o desenvolvimento dos recursos humanos é considerado como uma peça chave na estratégia global da empresa. O sucesso empresarial é cada vez mais dependente de novos conhecimentos e novas competências profissionais. Assim, a formação profissional e a formação escolar são hoje consideradas factor fundamental da promoção do sucesso empresarial, da valorização das pessoas e do desenvolvimento sócio-económico pelo que na sociedade tanto a empresa como a escola se assumem como importantes instituições produtoras de conhecimento e como principais protagonistas dos processos de mudança. Esta mudança exige que os velhos conhecimentos tenham que ser permanentemente enriquecidos com a aquisição de novas competências profissionais.
- He reform of theHungarian higher education and the non-university sectorPublication . Dinya, LászloOne of the most important weak points of the Hungarian higher education (just like the Central European higher education system) in the communist era was the extremely low access rate, roughly around 10% of the age group in the region. Such a system cuts the way before a large percentage of the age group towards post-secondary education and we cannot help thinking about political considerations of the governing nomenclature behind it. In some countries of the region the situation could be qualified even anticonstitutional since the respective constitutions stipulated: Each citizen, having graduated from the secondary education system has the right to enter the post-secondary education in a filiere appropriately chosen according to his or her capacities. Beyond this bottleneck at the access to higher education another common characteristic of the region higher education system were the inappropriate, if existing, links between education and economy. This bad relationship is especially dangerous in a period of rapid economical and social changes of the society. Regardless of the direction of the changes, the accelerated evolution of the society necessitates a high level of adaptability of the education and training system. Traditional higher education systems with their long cycle courses - Iet alone the sometimes obsolete curricula - are not able to satisfy the rapidly appearing needs of the new economical system. ln the same time on the traditional fields the good performance of the higher educational systems was weIl known. This gave the false justification for the higher education institutions to preserve their structure, profile, curricula, etc.