Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
187.92 KB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
O Homem actual continua com a (e pela) ciência, a gozar das inovações que
quase diariamente ela lhe proporciona, a acreditar no seu potencial benéfico, a investir
no seu fomento, a aceitá-la como indiscutível e dogmático factor do seu próprio
desenvolvimento. Mas o uso de algumas descobertas científicas, vieram demonstrar que
a ciência nem sempre se faz a favor, mas algumas vezes contra o Homem.
A ficção tornou-se realidade e ao Homem parece nada ser impossível. Os
únicos limites apontados à ciência são os que ela própria encerra, decorrentes de
conhecimentos ainda não plenamente desenvolvidos e capacidades ainda não totalmente
dominadas. Mas estes limites intrínsecos à ciência afinal são sempre provisórios e
ultrapassáveis.
É neste progresso desenfreado que urge dominar, orientar o seu
desenvolvimento, o que exige o estabelecimento prioritário de limites nas área de
investigação a empreender. O problema do aparente irreprimível progresso científicotecnológico vem a ser travado pela bioética, entendida então primariamente como um
meio de imposição de limites à ciência, através da criação de orientações diversas de
pensamento e de acção que determinam modos de pensar e agir, de interpretar e de
intervir, às vezes bem distintos entre si, e de normas que regulamentam algumas
intervenções.
O problema que se evidencia então como prioritário é o de defender a
dignidade do Homem, de preservar a sua identidade face ao perigo eminente da sua
artificialização. Exige-se assim uma reflexão sobre a especificidade do ser Homem que
venha a possibilitar, com uma legitimidade acrescida fundada na identidade do Homem,
o estabelecimento de parâmetros para a intervenção científico-tecnológica. Esta só se
justificará na medida em que promova as condições de realização do Homem, que
contribua para a perfectibilidade do seu modo de ser e de existir.
Description
Keywords
Citation
Publisher
Instituto Politécnico de Viseu