Browsing by Author "Martins, Vítor Manuel Tavares"
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- A caminho da educação do futuro. Algumas provoca(ac)çõesPublication . Martins, Vítor Manuel Tavaresâmbito de diferentes contextos de aprendizagem e formação tenho solicitado a diferentes formandos (alunos finalistas de Curso Superior na área do Ensino ou professores já integrados na carreira) um exercício, variante simplificado da família da tempestade de ideias, segundo o qual podem expressar livremente palavras ou expressões que associam espontânea e intimamente a outras que lhes são previamente apresentadas. Este exercício costuma apresentar resultados potenciadores de diferentes análises. No caso vertente, trata-se de apresentar alguns dados e de proceder a um despretensioso e singelo estudo das representações dos sujeitos envolvidos neste exercício a propósito de determinada expressão. Estes constituem dois grupos distintos: de um fazem parte professores dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico, bacharéis, com variados níveis etários e diferentes posicionamentos na carreira docente (desde o terceiro escalão aos de fim de carreira). São 79 os sujeitos deste grupo; o outro é formado por 21 indivíduos, alunos do último ano de um curso de formação inicial de professores, de diversas variantes. Para além da apresentação crua de alguns dados curiosos, interessa-me, neste caso concreto, descortinar eventuais correlações significativas entre as representações que os dois grupos têm acerca dos mesmos termos. Escolhi os termos “escola actual” e “criança”. Assim, como já se disse, cada um dos elementos dos dois grupos expressou espontaneamente, em condições de resposta semelhantes, a primeira ideia que lhe surgiu sobre aqueles (e outros) vocábulos, os quais lhes foram dados apenas no momento do exercício (desconhecidos até então).
- Da “sociedade da criação” à “escola da criação” ou de como é urgente a criatividade na nossa escola breves notasPublication . Martins, Vítor Manuel TavaresHouve tempos em que se entendeu que a expressão da criatividade estava ligada a musas inspiradoras, a "um estado místico de receptividade, a algum tipo de mensagem proveniente de entidades divinas" (Alencar, 1991). Identificava-se o criador com o louco, pois a criação tinha natureza irracional ou involuntária e o trabalho criativo era visto como uma “tentativa de compensar desajustamentos ou como uma entre outras formas de expressão de conflitos inconscientes" (Alencar, 1991). As pesquisas de White, de Harlow e de outros investigadores do Laboratório de Primatas da Universidade de Wisconsin contribuíram para a mudança na concepção do ser humano, abrindo passagem do ser passivo, acomodativo ou apenas reactivo para o homem interpelativo, curioso, explorador. Esta perspectiva interagiu com novas formas de idealizar o próprio intelecto. "Conforme lembra Getzels e Csikszentmihalyi (1975), um dos grandes obstáculos à emergência da criatividade como uma área autónoma de estudo, na primeira metade deste século, foi o domínio de um determinado conceito de inteligência, apoiado no reconhecimento do valor dos testes construídos para a sua medida. Naquele período, o conceito de inteligência ligado à capacidade ou aptidão mental predominou. Se a inteligência se aplicava a qualquer pessoa, a criatividade era vista como prerrogativa de alguns poucos privilegiados" (Alencar, 1991). Guilford lançou as bases, com o seu modelo multidimensional da estrutura do intelecto, de novas formas de relacionar inteligência e criatividade e de posicionar cada uma delas no próprio ser humano. Por exemplo, viu nas categorias pensamento divergente (que inclui habilidades para gerar múltiplas respostas para um estímulo ou questão) e transformações (que incluem habilidades para produzir redefinições, revisões e outros tipos de mudanças na informação) ligações óbvias à criatividade, embora considerasse também outros factores ao longo do processo criador (Guilford, 1967).
- Para um projecto educativoPublication . Martins, Vítor Manuel TavaresEste pequeno texto de Malaguzzi oferece algumas pistas para a clarificação do conceito e das características que deve ter o Projecto Educativo. Em primeiro lugar, só uma escola que pensa, que estabelece hábitos continuados de auto-reflexão, pode aglutinar certas condições necessárias à realização de um verdadeiro Projecto Educativo. Em segundo lugar, só uma escola que "põe a pensar muitas cabeças", todas as cabeças, todos os agentes educativos - intra e extra muros (os muros dos estabelecimentos de ensino são simbolicamente barreiras e fronteiras que urge destruir!) - pode reunir outros pressupostos indispensáveis ao Projecto Educativo. Em terceiro lugar, só uma escola que "entra em crise", ou seja, que promove uma dinâmica de inovação (para a mudança), num movimento contínuo de adaptações a sucessivas "estabilidades dinâmicas", isto é, que não se deixa estar em apatias e constrangimentos mortificadores, só uma escola assim pode, de facto, conceber e realizar o "documento vértice e ponto de referência, orientador de toda a actividade escolar, baseado na participação (...)" (ALBALAT, 1989) que é o Projecto Educativo. Mas não se esgotam aqui as ideias-chave que caracterizam este macroconceito. É que o Projecto Educativo pode ser também o instrumento privilegiado para se chegar à autonomia da própria escola (artº 2º. do Dec. Lei nº 43/89, de 3 de Fevereiro) e esta torna-se uma condição essencial para se atingirem os fins desejados localmente - a nível meso e a nível micro - ou seja, a sua adequação às características dos utentes e beneficiários, pois "as medidas de política educativa decididas ao nível do estado central mais não podem fazer do que adequar o sistema educativo no seu conjunto ao ambiente geral" (DIOGO, Fernando, 1994). Só com verdadeira autonomia (que "é dada à escola comunidade educativa e não à escola comunidade docente" (FORMOSINHO, Braga, 1991) é que se pode construir uma nova escola e só no âmbito desta faz sentido a emergência do Projecto Educativo.
- Perfil de competências do aluno à saída do ensino básico das potencialidades, das dificuldades, das responsabilidadesPublication . Martins, Vítor Manuel TavaresNo passado ano lectivo o Ministério da Educação, através do Departamento da Educação Básica, lançou o projecto "Reflexão Participada Sobre os Currículos do Ensino Básico". Trata-se de levar a cabo um vasto trabalho de análise, debate e reflexão sobre os currículos do Ensino Básico, a nível nacional, em que participaram escolas, as Direcções Regionais de Educação, as instituições do Ensino Superior e os centros de formação de associação de escolas e de associação de professores. Um dos documentos de trabalho desse projecto é o "Perfil de Competências à saída do Ensino Básico", a partir do qual apresento esta breve reflexão.