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- Abordagem intercultural para prevenir práticas tradicionais nefastas: Manual prático para profissionais de primeira linhaPublication . Coutinho, Emília; Magalhães, Cátia; Alves, Ana Berta; Ruah, David; Tomaz, Inês; Neves, Ana; Valério, Mafalda; Pinto, Mariana; Ferreira, Ana; Freitas, Inês Nunes de; De Martin, Antonio; Altan, Levent; Baudouin-Naneix, Solène; Agusti, Paula Peralta; Fontanot, Sara; Lombardi, Lia; Dallavalle, Chiara; Moudatsou, Maria; Tampakis, Harry; Apostolopoulou, Alexia; Varadinis, DimitrisIntrodução As Práticas Tradicionais Nefastas (doravante designadas por PTN) são comportamentos ou ações consideradas prejudiciais a indivíduos ou grupos, fundamentadas em discriminação baseada no sexo, género ou idade, entre outros fatores, incluindo casos de discriminação múltipla e intersectorial. Estas práticas constituem violação dos direitos humanos e causam danos físicos, emocionais ou psicológicos, muitas vezes associados a formas graves de violência. As PTN são predominantes em diversas comunidades em todo o mundo. Podem estar profundamente enraizadas na comunidade, fazendo parte de normas sociais (isto é, normas comportamentais seguidas por grupos em contextos específicos), e também em noções erradas relativamente a determinados grupos desfavorecidos de mulheres e crianças. Os fatores sociais que contribuem para a perpetuação das PTN são variados e incluem: a crença na prevenção de um mal maior, o controlo da sexualidade das mulheres, os pré-requisitos para o casamento (no caso da Mutilação Genital Feminina [MGF]), os ritos de passagem (no caso da MGF), a preservação da honra e da moralidade familiar, os estereótipos de género, o sentimento de pertença e identidade relativamente a um grupo específico, a dependência socioeconómica, entre outros. No entanto, independentemente de quaisquer particularidades regionais e nacionais dos sistemas políticos, económicos e culturais, é dever de todos os Estados prevenir as PTN e promover os direitos humanos, direitos estes que são universais, indivisíveis, inalienáveis, inter-relacionados e interdependentes. Para melhor apoiar as vítimas e as pessoas em risco de sofrerem PTN, é importante compreender as suas causas, motivações e a lógica subjacente à sua prática, os fatores que apoiam ou desencorajam estas práticas, a complexidade ou a diversidade no seio das comunidades afetadas, incluindo como as suas perspetivas podem perdurar num determinado contexto, num dado momento e como mudam. É importante, por exemplo, garantir que a informação fornecida ajuda a desconstruir noções erradas, dá resposta às necessidades e reconhece as dificuldades sentidas pelas vítimas no que toca à partilha dessas experiências. Neste sentido, a formação tem um papel essencial, proporcionando aos profissionais as competências de que necessitam para o desempenho das suas funções específicas e permitindo a colaboração num quadro multissectorial e multi-institucional — incluindo o trabalho em colaboração com mediadores culturais, líderes comunitários e líderes religiosos no sentido de erradicar as PTN. É necessária uma abordagem abrangente, multissectorial e multidisciplinar que tenha em conta a complexa rede de variáveis que contribuem para a vulnerabilidade das mulheres de forma a protegê-las de PTN. Esta abordagem assenta na compreensão de que estes comportamentos estão profundamente enraizados nas normas sociais e nas instituições económicas. Como tal, para que sejam alcançadas mudanças duradouras, as intervenções devem ir além das fronteiras de um determinado sector ou área do conhecimento: as instituições de saúde necessitam de ter a capacidade de disponibilizar apoio físico e psicológico às vítimas; quem procura refúgio contra comportamentos abusivos deve ter acesso fácil a respostas sociais, como apoio psicológico e casas de abrigo; já na esfera económica, as iniciativas que visam o empoderamento económico fortalecem ainda mais o quadro de proteção, munindo as mulheres de ferramentas para se libertarem de padrões abusivos e exploradores. É fundamental que as agências governamentais, grupos não governamentais, empresas, tribunais e prestadores de serviços de saúde trabalhem juntos. A sociedade não pode erradicar a intrincada rede de comportamentos prejudiciais que põem em risco os direitos e o bem-estar das mulheres, a menos que trabalhe em conjunto. Através da promoção de uma abordagem holística, podemos criar um futuro em que as mulheres sejam protegidas do perigo e possam viver vidas pautadas pela igualdade e dignidade. Devem ser aprovadas leis rigorosas e garantido o seu cumprimento por forma a penalizar e desencorajar comportamentos perigosos. Simultaneamente, na esfera da educação — essencial para transformar as atitudes da sociedade — devem ser realizados amplos esforços de sensibilização no sentido de promover o questionamento de ideias nefastas profundamente enraizadas, bem como de dotar as mulheres de conhecimento relativamente aos seus direitos, incorporando estes esforços em sistemas educativos formais e informais. Este manual prático foi desenvolvido para disponibilizar ferramentas e recursos práticos no sentido de apoiar profissionais de diferentes áreas, para que possam prevenir, identificar, encaminhar e intervir junto de mulheres que sofreram ou estão em risco de sofrer danos relacionados a PTN. Espera-se que este conjunto de ferramentas aumente a sensibilização, capacitação e confiança dos profissionais que trabalham nas áreas da educação, saúde, social e da justiça. O manual prático e o material são de acesso gratuito e estão disponíveis para todos os profissionais de qualquer agência/organização. O manual inclui quatro secções: prevenção; deteção precoce e encaminhamento; intervenção em situações de crise; e uma secção final intitulada recomendações para políticas e práticas, que inclui um conjunto de procedimentos práticos para profissionais de primeira linha.
- Approccio interculturale per la prevenzione di pratiche dannose: Toolkit per operatori di prima lineaPublication . Coutinho, Emília; Magalhães, Cátia; Alves, Ana Berta; Ruah, David; Tomaz, Inês; Neves, Ana; Valério, Mafalda; Pinto, Mariana; Ferreira, Ana; Freitas, Inês Nunes de; De Martin, Antonio; Altan, Levent; Baudouin-Naneix, Solène; Agusti, Paula Peralta; Fontanot, Sara; Lombardi, Lia; Dallavalle, Chiara; Moudatsou, Maria; Tampakis, Harry; Apostolopoulou, Alexia; Varadinis, DimitrisINTRODUZIONE Le pratiche dannose sono comportamenti o azioni considerati dannosi per individui o gruppi, essendo fondate su discriminazioni basate sul sesso, sul genere o sull'età, tra altri fattori, inclusi casi di discriminazione multipla e intersezionale. Esse costituiscono una negazione dei diritti umani e causano danni fisici, emotivi o psicologici, spesso associati a gravi forme di violenza. Le pratiche dannose sono prevalenti in molte comunità diverse in tutto il mondo. Possono essere profondamente radicate all'interno della comunità, facendo parte di norme sociali (ovvero norme comportamentali seguite da gruppi in contesti particolari), unitamente a idee sbagliate su determinati gruppi svantaggiati di donne e bambini. Molti fattori sociali contribuiscono alla continuazione delle pratiche tradizionali dannose, tra cui: la convinzione nella prevenzione di danni maggiori, il controllo della sessualità femminile, i requisiti matrimoniali (nel caso delle Mutilazioni Genitali Femminili - MGF), i riti di passaggio (nel caso delle MGF), la preservazione dell'onore e della morale familiare, gli stereotipi di genere, il senso di appartenenza e identità a un gruppo specifico, la dipendenza socioeconomica, tra gli altri. Indipendentemente dalle particolarità regionali e nazionali dei sistemi politici, economici e culturali, è dovere di tutti gli Stati prevenire le pratiche dannose e promuovere i diritti umani, che sono universali, indivisibili, inalienabili, interconnessi e interdipendenti. Per assistere meglio le vittime e le persone a rischio di pratiche dannose, è importante comprenderne le cause, i fattori trainanti e le motivazioni, i fattori di supporto e no, la complessità o la diversità all’interno delle comunità colpite, compreso il modo in cui le loro prospettive possono essere valide in un dato contesto e come cambiano. È importante, ad esempio, garantire che le informazioni fornite contribuiscano a smontare le idee sbagliate, che rispondano ai bisogni e riconoscano le difficoltà nella divulgazione. A tal fine, la formazione è essenziale, in quanto fornisce le capacità per lo svolgimento di ogni ruolo specifico da parte di tutti gli operatori e la possibilità di collaborare in un quadro multisettoriale e multiagenzia, anche lavorando a fianco dei mediatori culturali, dei leader delle comunità e dei leader religiosi per sradicare le pratiche dannose. Per salvaguardare le donne dalle pratiche dannose è necessario un approccio globale, multisettoriale e multidisciplinare che affronti la complessa rete di variabili che contribuiscono alla loro vulnerabilità. La consapevolezza che i comportamenti dannosi hanno forti radici nelle norme sociali e nelle istituzioni economiche costituisce il fondamento di questo approccio. Affinché si ottengano cambiamenti duraturi, gli interventi devono quindi andare oltre i confini di un solo settore o disciplina. La capacità di offrire alle vittime supporto sia fisico che psicologico è un’esigenza delle istituzioni sanitarie. Le persone che cercano protezione da comportamenti abusanti dovrebbero avere facile accesso alle risorse sociali e sanitarie, come le case protette e le cure appropriate. Le iniziative per l’empowerment economico rafforzano ancora di più il quadro protettivo fornendo alle donne gli strumenti per liberarsi da modelli di abuso e sfruttamento. È fondamentale che le agenzie governative, le ONG, le imprese, i tribunali e gli operatori sanitari lavorino insieme. La società non può sradicare l’intricata rete di comportamenti dannosi che mettono a repentaglio i diritti e il benessere delle donne se non lavora insieme di concerto. Possiamo creare un futuro in cui le donne siano protette dai pericoli e abbiano la possibilità di vivere una vita equa e dignitosa promuovendo un approccio olistico. È necessario approvare e mantenere leggi severe per penalizzare e scoraggiare comportamenti pericolosi. Allo stesso tempo, l’istruzione è essenziale per cambiare gli atteggiamenti della società. Ampi sforzi di sensibilizzazione possono mettere in discussione idee profondamente radicate e fornire alle donne la consapevolezza dei loro diritti quando vengono integrate nei sistemi educativi formali e informali. Questo toolkit è stato sviluppato per fornire strumenti pratici e risorse per supportare professionisti e operatori con background diversi, in modo che possano prevenire, identificare, indirizzare e intervenire con donne che hanno subito o sono a rischio di danni legati a una pratica dannosa. Si spera che questo toolkit aumenti la consapevolezza, l’empowerment e la fiducia degli operatori sociali, dell’istruzione, della sanità e della giustizia. Il toolkit e il materiale sono ad accesso gratuito e disponibili per tutti gli operatori di qualsiasi agenzia/organizzazione. Comprende quattro sezioni – Prevenzione; Individuazione precoce e referral; Intervento in caso di emergenza e una sezione finale intitolata Raccomandazioni per politiche e pratiche, che comprende una serie di procedure pratiche per operatori di prima linea.
- Approche interculturelle pour prévenir les pratiques néfastes: Boîte à outils pour praticiens de première lignePublication . Coutinho, Emília; Magalhães, Cátia; Alves, Ana Berta; Ruah, David; Tomaz, Inês; Neves, Ana; Valério, Mafalda; Pinto, Mariana; Ferreira, Ana; Freitas, Inês Nunes de; De Martin, Antonio; Altan, Levent; Baudouin-Naneix, Solène; Agusti, Paula Peralta; Fontanot, Sara; Lombardi, Lia; Dallavalle, Chiara; Moudatsou, Maria; Tampakis, Harry; Apostolopoulou, Alexia; Varadinis, DimitrisINTRODUCTION Les pratiques néfastes (ci-après, les PN) sont des comportements ou des actions considérés comme préjudiciables à des individus ou à des groupes, fondés sur une discrimination basée sur le sexe, le genre ou l'âge, entre autres facteurs, y compris des cas de discrimination multiple et intersectionnelle. Ces actes constituent des dénis des droits humains et provoquent des préjudices physiques, émotionnels ou psychologiques, souvent associés à de graves formes de violence. Les PN sont répandues dans de nombreuses communautés différentes à travers le monde. Elles peuvent être profondément enracinées dans la communauté et faire partie des normes sociales (c'est-à-dire des normes comportementales suivies par des groupes dans des contextes particuliers), au même titre que des idées fausses liées à certains groupes défavorisés de femmes et d'enfants. De nombreux facteurs sociaux contribuent au maintien des PN traditionnelles, notamment : la croyance en la prévention de dommages plus importants, le contrôle de la sexualité des femmes, les conditions de mariage (dans le cas des mutilations génitales féminines [MGF]), les rites de passage (dans le cas des MGF), la préservation de l'honneur et de la moralité de la famille, les stéréotypes de genre, le sentiment d'appartenance et d'identité à un groupe spécifique, la dépendance socio-économique, entre autres. Quelles que soient les particularités régionales et nationales des systèmes politiques, économiques et culturels, il est du devoir de tous les États de prévenir les PN et de promouvoir les droits humains, qui sont universels, indivisibles, inaliénables, interdépendants et interdépendants. Pour mieux aider les victimes et les personnes à risque de pratique néfaste, il est important de comprendre leurs causes, les moteurs et les raisons de leur pratique, les facteurs favorables et défavorables, la complexité ou la diversité au sein des communautés affectées, y compris la manière dont leurs points de vue peuvent être valables dans un contexte donné à un moment donné et comment ils changent. Il est important, par exemple, de s’assurer que les informations fournies contribuent à déconstruire les idées reçues, qu’elles répondent aux besoins et qu’elles reconnaissent les difficultés de divulgation. À cette fin, la formation est essentielle, en fournissant des capacités pour l'exercice de chaque rôle spécifique de tous les professionnels et en collaborant dans un cadre multisectoriel et multi-agences, notamment en travaillant aux côtés des médiateurs culturels, des dirigeants communautaires et des chefs religieux pour éradiquer les PN. Une approche globale, multisectorielle et multidisciplinaire qui s'attaque à l'ensemble complexe de variables contribuant à la vulnérabilité des femmes est nécessaire pour les protéger des PN. La compréhension du fait que les comportements préjudiciables sont fortement enracinés dans les normes sociétales et les institutions économiques constitue le fondement de cette approche. Pour obtenir un changement durable, les interventions doivent donc dépasser les frontières d’un seul secteur ou d’une seule discipline. La capacité d’offrir aux victimes un soutien à la fois physique et psychologique est une nécessité pour les établissements de santé. Les personnes qui cherchent à se protéger des comportements abusifs devraient avoir un accès facile aux ressources sociales, telles que la thérapie et les refuges. Les initiatives d'autonomisation économique renforcent davantage le cadre de protection en donnant aux femmes les outils nécessaires pour se libérer des schémas de violence et d'exploitation Il est essentiel que les agences gouvernementales, les groupes non gouvernementaux, les entreprises, les tribunaux et les professionnels de santé travaillent ensemble. La société ne peut pas éradiquer le réseau complexe de comportements préjudiciables qui mettent en danger les droits et le bien-être des femmes à moins de travailler ensemble. Nous pouvons créer un avenir dans lequel les femmes seront protégées du danger et auront la possibilité de vivre une vie égale et digne en favorisant une approche holistique. Des lois strictes doivent être adoptées et respectées afin de pénaliser et décourager les comportements dangereux. Dans le même temps, l’éducation est essentielle pour changer les attitudes de la société. De vastes efforts de sensibilisation peuvent remettre en question des idées profondément ancrées et permettre aux femmes de connaître leurs droits lorsqu'elles sont intégrées dans les systèmes éducatifs formels et informels. Cette boîte à outils a été développée pour fournir des outils et des ressources pratiques pour soutenir les professionnels et les praticiens de toute agence/organisation, afin qu'ils puissent prévenir, identifier, orienter et intervenir auprès des femmes qui ont subi ou risquent de subir un préjudice lié à une pratique néfaste. Nous espérons que cette boîte à outils accroîtra la sensibilisation, l'autonomisation et la confiance des professionnels travaillant dans les domaines de l'éducation, de la santé, du social et de la justice. La boîte à outils et le matériel sont accessibles gratuitement et disponibles pour tous les professionnels et praticiens de toute agence/organisation. Il comprend quatre sections – Prévention ; Détection précoce et orientation ; Intervention en cas de crise et une dernière section intitulée Recommandations pour la politique et la pratique, qui comprend un ensemble de procédures pratiques pour les praticiens de première ligne.
- Intercultural approach to prevent harmful practices: Toolkit for first-line practitionersPublication . Coutinho, Emília; Magalhães, Cátia; Alves, Ana Berta; Ruah, David; Tomaz, Inês; Neves, Ana; Valério, Mafalda; Pinto, Mariana; Ferreira, Ana; Freitas, Inês Nunes de; De Martin, Antonio; Altan, Levent; Baudouin-Naneix, Solène; Agusti, Paula Peralta; Fontanot, Sara; Lombardi, Lia; Dallavalle, Chiara; Moudatsou, Maria; Tampakis, Harry; Apostolopoulou, Alexia; Varadinis, DimitrisIntroduction Harmful Practices (hereinafter, HPs) are behaviours or actions that are considered detrimental to individuals or groups, being grounded in discrimination based on sex, gender or age, among other factors, including instances of multiple and intersectional discrimination. These constitute denials of human rights and cause physical, emotional, or psychological harm, often associated with serious forms of violence. HPs are prevalent in many different communities worldwide. They may be deeply rooted within the community, forming part of social norms (i.e. behavioural norms followed by groups in particular contexts), along with misconceptions related to certain disadvantaged groups of women and children. Many social factors contribute to the continuation of traditional HPs, including: the belief in preventing greater harm, the control of women’s sexuality, requirements for marriage (in the case of FGM), rites of passage (in the case of Female Genital Mutilation [FGM]), the preservation of family honour and morality, gender stereotyping, a sense of belonging and identity to a specific group, socio-economic dependence, among others. Regardless of any regional and national particularities of political, economic and cultural systems, it is a duty of all States to prevent HPs and promote human rights, which are universal, indivisible, inalienable, interrelated and interdependent. To better assist victims and people at risk of HPs, it is important to understand their causes, the drivers and rationale for practising them, the supportive and unsupportive factors, the complexity or diversity within affected communities including how their perspectives may hold in a given context at any given time and how they change. It is important, for instance, to ensure that the information provided helps deconstruct misconceptions, that it addresses needs and that it recognises difficulties in disclosing. To this end, training is essential, by providing capabilities for the performance of each specific role of all professionals and by collaborating in a multisector and multiagency framework, including working alongside cultural mediators, community leaders and religious leaders to eradicate HPs. A comprehensive, multisectoral, and multidisciplinary approach that tackles the complex web of variables contributing to women’s vulnerability is necessary to safeguard them from HPs. The understanding that damaging behaviours have strong roots in societal norms and economic institutions forms the foundation of this approach. For long-lasting change to be achieved, interventions must therefore go beyond the boundaries of just one sector or discipline. The ability to offer victims both physical and psychological support is a need for healthcare institutions. People seeking safety from abusive behaviours should have easy access to social resources, such as therapy and shelters. Initiatives for economic empowerment strengthen the protective framework even more by giving women the tools to break free from abusive and exploitative patterns It is critical that government agencies, non-governmental groups, businesses, courts and healthcare providers work together. Society cannot eradicate the intricate network of harmful behaviours that jeopardise women’s rights and well-being unless it works together in concert. We can create a future in which women are protected from danger and given the ability to live equal and dignified lives by promoting a holistic approach. Strict laws must be passed and upheld in order to penalise and discourage dangerous behaviours. Simultaneously, education is essential in changing the attitudes of society. Extensive awareness efforts can question deeply held ideas and provide women with the knowledge of their rights when they are incorporated into formal and informal education systems. This toolkit has been developed to provide practical tools and resources to support professionals and practitioners from different backgrounds, so that they may prevent, identify, refer and intervene with women who have experienced, or are at risk of, harm related to an HP. It is hoped that this toolkit increases the awareness, empowerment and confidence of professionals working in education, health, social and justice areas. The toolkit and material are free to access and available to all professionals and practitioners from any agency/organisation. It includes four sections – Prevention; Early Detection and Referral; Crisis Intervention and a final section titled Recommendations for Policy and Practice, which includes a set of practical procedures for first-line practitioners.
- Διαπολιτισμική Προσέγγιση για την Πρόληψη Επιβλαβών Πρακτικών: Ερ γαλειοθηκη για ερ γαζομενο υς στην πρωτη γ ραμμηPublication . Coutinho, Emília; Magalhães, Cátia; Alves, Ana Berta; Ruah, David; Tomaz, Inês; Neves, Ana; Valério, Mafalda; Pinto, Mariana; Ferreira, Ana; Freitas, Inês Nunes de; De Martin, Antonio; Altan, Levent; Baudouin-Naneix, Solène; Agusti, Paula Peralta; Fontanot, Sara; Lombardi, Lia; Dallavalle, Chiara; Moudatsou, Maria; Tampakis, Harry; Apostolopoulou, Alexia; Varadinis, DimitrisΕΙΣΑΓΩΓΗ Οι επιβλαβείς πρακτικές (εφεξής, ΕΠ) είναι συμπεριφορές ή ενέργειες που θεωρούνται επιζήμιες για άτομα ή ομάδες, που βασίζονται σε διακρίσεις λόγω κοινωνικού ή βιολογικού φύλου, ή ηλικίας, μεταξύ άλλων παραγόντων, συμπεριλαμβανομένων περιπτώσεων πολλαπλών και διατομεακών διακρίσεων. Αυτά συνιστούν άρνηση των ανθρωπίνων δικαιωμάτων και προκαλούν σωματική, συναισθηματική ή ψυχολογική βλάβη, που συχνά συνδέεται με σοβαρές μορφές βίας. Οι ΕΠ είναι διαδεδομένες σε πολλές διαφορετικές κοινωνίες και κοινότητες παγκοσμίως. Μπορεί να είναι βαθιά ριζωμένες στην κοινότητα, αποτελώντας μέρος των κοινωνικών κανόνων (δηλ. κανόνες συμπεριφοράς που ακολουθούνται από ομάδες σε συγκεκριμένα πλαίσια), μαζί με παρανοήσεις που σχετίζονται με ορισμένες μειονεκτούσες ομάδες γυναικών και παιδιών. Πολλοί κοινωνικοί παράγοντες συμβάλλουν στη συνέχιση των παραδοσιακών ΕΠ, όπως: η πίστη στην πρόληψη μεγαλύτερης βλάβης, ο έλεγχος της σεξουαλικότητας των γυναικών, οι απαιτήσεις για γάμο (στην περίπτωση του ΑΓΓΟ), οι τελετές μύησης (στην περίπτωση του ακρωτηριασμού γυναικείων γεννητικών οργάνων [ΑΓΓΟ]), η διατήρηση της οικογενειακής τιμής και ηθικής, τα στερεότυπα των φύλων, η αίσθηση του ανήκειν και της ταυτότητας σε μια συγκεκριμένη ομάδα, η κοινωνικοοικονομική εξάρτηση, μεταξύ άλλων. Ανεξάρτητα από οποιεσδήποτε περιφερειακές και εθνικές ιδιαιτερότητες των πολιτικών, οικονομικών και πολιτιστικών συστημάτων, είναι καθήκον όλων των κρατών να αποτρέπουν την εφαρμογή ΕΠ και να προάγουν τα ανθρώπινα δικαιώματα, τα οποία είναι καθολικά, αδιαίρετα, αναπαλλοτρίωτα, αλληλένδετα και αλληλοεξαρτώμενα. Για να βοηθήσουμε καλύτερα τα θύματα και τα άτομα που κινδυνεύουν από ΕΠ, είναι σημαντικό να κατανοήσουμε τις αιτίες τους, τις κινητήριες δυνάμεις και τη λογική πίσω από την εξάσκησή τους, τους υποστηρικτικούς και μη υποστηρικτικούς παράγοντες, την πολυπλοκότητα ή την ποικιλομορφία στις επηρεαζόμενες κοινότητες, συμπεριλαμβανομένου του τρόπου με τον οποίο μπορεί να ισχύουν οι προοπτικές τους σε ένα δεδομένο πλαίσιο ανά πάσα στιγμή και πώς αυτές αλλάζουν. Είναι σημαντικό, για παράδειγμα, να διασφαλιστεί ότι οι παρεχόμενες πληροφορίες βοηθούν στην αποδόμηση λανθασμένων αντιλήψεων, ότι ανταποκρίνονται στις ανάγκες και ότι αναγνωρίζουν τις δυσκολίες γνωστοποίησης. Για το σκοπό αυτό, η εκπαίδευση είναι απαραίτητη, παρέχοντας δυνατότητες για την εκτέλεση κάθε συγκεκριμένου ρόλου όλων των επαγγελματιών και με τη συνεργασία σε ένα διατομεακό και πολύ-υπηρεσιακό πλαίσιο, συμπεριλαμβανομένης της συνεργασίας με πολιτιστικούς διαμεσολαβητές, ηγέτες κοινότητας και θρησκευτικούς ηγέτες για την εξάλειψη των ΕΠ. Μια ολοκληρωμένη, διατομεακή και διεπιστημονική προσέγγιση που εξετάζει το σύνθετο δίκτυο των μεταβλητών που ενισχύει την ευαλωτότητα της θέσης των γυναικών είναι απαραίτητη για την προστασία τους από ΕΠ. Η κατανόηση ότι οι επιβλαβείς συμπεριφορές έχουν βαθιές ρίζες σε κοινωνικά πρότυπα και οικονομικούς θεσμούς αποτελεί τη βάση αυτής της προσέγγισης. Για να επιτευχθούν μακροχρόνιες αλλαγές, οι παρεμβάσεις πρέπει επομένως να υπερβαίνουν τα όρια ενός μόνο τομέα ή κλάδου. Η ικανότητα να προσφέρουν στα θύματα τόσο σωματική όσο και ψυχολογική υποστήριξη αποτελεί ανάγκη για τους φορείς υγειονομικής περίθαλψης. Τα άτομα που αναζητούν ασφάλεια από καταχρηστικές συμπεριφορές θα πρέπει να έχουν εύκολη πρόσβαση σε κοινωνικούς πόρους, όπως θεραπεία και δομές φιλοξενίας. Πρωτοβουλίες για την οικονομική ενδυνάμωση ενισχύουν ακόμη περισσότερο το προστατευτικό πλαίσιο, δίνοντας στις γυναίκες τα εργαλεία για να απελευθερωθούν από τα κακοποιητικά πρότυπα και τα πρότυπα εκμετάλλευσης. Είναι σημαντικό οι κυβερνητικές υπηρεσίες, οι μη κυβερνητικές ομάδες, οι επιχειρήσεις, τα δικαστήρια και οι πάροχοι υγειονομικής περίθαλψης να συνεργαστούν. Η κοινωνία είναι σε θέση να εξαλείψει το περίπλοκο δίκτυο επιζήμιων συμπεριφορών που θέτουν σε κίνδυνο τα δικαιώματα και την ευημερία των γυναικών μόνο σε ένα πλαίσιο συνεργασίας. Μπορούμε να δημιουργήσουμε ένα μέλλον στο οποίο οι γυναίκες θα προστατεύονται από τον κίνδυνο και θα τους δίνεται η δυνατότητα να ζουν ισότιμα και με αξιοπρέπεια, προωθώντας μια ολιστική προσέγγιση. Πρέπει να ψηφιστούν και να τηρηθούν αυστηροί νόμοι για να τιμωρούνται και να αποθαρρύνονται οι επικίνδυνες συμπεριφορές (ΕΠ). Ταυτόχρονα, η εκπαίδευση είναι απαραίτητη για την αλλαγή των στάσεων της κοινωνίας. Οι εκτεταμένες προσπάθειες ευαισθητοποίησης μπορούν να αμφισβητήσουν βαθιά διαδεδομένες ιδέες και να παρέχουν στις γυναίκες γνώση των δικαιωμάτων τους με την ενσωμάτωσή τους σε επίσημα και ανεπίσημα εκπαιδευτικά συστήματα. Αυτή η εργαλειοθήκη αναπτύχθηκε με στόχο να παρέχει πρακτικά εργαλεία και πηγές για την υποστήριξη επαγγελματιών και εργαζομένων από διαφορετικά υπόβαθρα, έτσι ώστε να μπορούν να αποτρέπουν, να εντοπίζουν, να παραπέμπουν και να παρεμβαίνουν σε περιστατικά γυναικών που έχουν βιώσει ή κινδυνεύουν από βλάβη που σχετίζεται με ΕΠ. Ελπίζουμε ότι αυτή η εργαλειοθήκη αυτή θα συνδράμει στην ευαισθητοποίηση, στην ενδυνάμωση και στην αύξηση της εμπιστοσύνης των επαγγελματιών που εργάζονται στους τομείς της εκπαίδευσης, της υγείας, της κοινωνικής βοήθειας και της δικαιοσύνης. Η εργαλειοθήκη και το υλικό είναι ελεύθερα προσβάσιμα και διαθέσιμα σε όλους τους επαγγελματίες και εργαζομένους από οποιονδήποτε οργανισμό/φορέα. Περιλαμβάνει τέσσερις ενότητες: «Πρόληψη», «Έγκαιρη ανίχνευση και παραπομπή», «Επέμβαση σε καταστάσεις κρίσεις» και μια τελευταία ενότητα με τίτλο «Συστάσεις Πολιτικής και Πρακτική», η οποία περιλαμβάνει ένα σύνολο πρακτικών διαδικασιών για επαγγελματίες πρώτης γραμμής.
- النهج الثقافي المتبادل لمنع الممارسات الضارة: دليل للأخصائيين في الخطوط الأماميةPublication . Coutinho, Emília; Magalhães, Cátia; Alves, Ana Berta; Ruah, David; Tomaz, Inês; Neves, Ana; Valério, Mafalda; Pinto, Mariana; Ferreira, Ana; Freitas, Inês Nunes de; De Martin, Antonio; Altan, Levent; Baudouin-Naneix, Solène; Agusti, Paula Peralta; Fontanot, Sara; Lombardi, Lia; Dallavalle, Chiara; Moudatsou, Maria; Tampakis, Harry; Apostolopoulou, Alexia; Varadinis, Dimitrisالممارسات الضارة هي سلوكيات أو أفعال ضارة بالأفراد أو الجماعات، حيث تقوم على التمييز على أساس الجنس أو النوع أو العمر، من بين عوامل أخرى، بما في ذلك حالات التمييز متعدد الأشكال والتمييز متعدد الجوانب. تمثل الممارسات الضارة حرما ن ا من حقوق الإنسان وتسبب ضر را جسدي ا أو عاطفي ا أو نفسي ا، وغالب ا ما ترتبط بأشكال خطيرة من العنف. تنتشر الممارسات الضارة في العديد من المجتمعات المختلفة في جميع أنحاء العالم، وقد تكون متأصلة داخل المجتمع، وتشكل جز ءا من الأعراف الاجتماعية )أي الأعراف السلوكية التي تتبعها الجماعات في سياقات معينة(، إلى جانب المفاهيم الخاطئة المتعلقة ببعض الفئات المحرومة من النساء والأطفال. تساهم العديد من العوامل الاجتماعية في استمرار الممارسات الضارة، بما في ذلك: الاعتقاد في الوقاية من وقوع ضرر أكبر والتحكم في الحياة الجنسية للمرأة، ومتطلبات الزواج )في حالة ختان الإناث(، وطقوس الانتقال من مرحلة لمرحلة أخرى )كما في حالة ختان الإناث(، والحفاظ على شرف العائلة والأخلاق، والتنميط الجنساني، والشعور بالانتماء والهوية لمجموعة معينة، والتبعية الاجتماعية والاقتصادية، وغيرها من بين أمور أخرى. وبصرف النظر عن أي خصوصيات إقليمية ووطنية للنظم السياسية والاقتصادية والثقافية، فإن من واجب جميع الدول منع الممارسات الضارة وتعزيز حقوق الإنسان التي هي حقوق عالمية وثابتة وراسخة وغير قابلة للتجزئة ومترابطة ومتداخلة مع بعضها البعض. ومن أجل مساعدة الضحايا والأشخاص المعرضين لخطر الممارسات الضارة بشكل أفضل، من المهم فهم أسباب الممارسات الضارة ودوافعها والأساس المنطقي لممارستها، والعوامل الداعمة وغير الداعمة لها، والتعقيد أو التنوع داخل المجتمعات المتضررة منها، بما في ذلك كيفية ثبات وجهات نظرهم في سياق معين في أي وقت معين وكيفية تغيرها. من المهم، على سبيل المثال، ضمان أن تساعد المعلومات المقدمة في القضاء على المفاهيم الخاطئة، وأن تلبي الاحتياجات وأن تعترف بالصعوبات في الإفصاح عن الممارسات الضارة. لتحقيق هذه الغاية، يُعد التدريب أم را ضروري ا، من خلال توفير الإمكانيات اللازمة لأداء كل دور محدد لجميع المهنيين والتعاون في إطار متعدد القطاعات والوكالات، بما في ذلك العمل مع الوسطاء الثقافيين وقادة المجتمعات والزعماء الدينيين لاستئصال الممارسات الضارة. من الضروري اتباع نهج شامل ومتعدد القطاعات ومتعدد التخصصات يعمل على معالجة شبكة المتغيرات المعقدة التي تُسهم في ضعف المرأة وتتمثل أهمية هذا النهج في حماية المرأة من الممارسات الضارة. يكمن أساس هذا النهج في الفهم بأن السلوكيات الضارة لها جذور قوية في الأعراف المجتمعية والمؤسسات الاقتصادية. من أجل تحقيق تغيير طويل الأمد، يجب أن تتجاوز التدخلات بالتالي حدود قطاع واحد أو مجال واحد فقط، علما بأن القدرة على تقديم الدعم المادي والنفسي للضحايا تمثل إحدى الضرورات المطلوبة من مؤسسات الرعاية الصحية. يجب أن يكون لدى الأشخاص الذين يبحثون عن الأمان من السلوكيات الضارة إمكانية الوصول بسهولة إلى الموارد الاجتماعية، مثل العلاج النفسي وملاجئ لحمايتهم. تعزز مبادرات التمكين الاقتصادي إطار الحماية بشكل أكبر من خلال منح النساء الأدوات اللازمة للتحرر من أشكال التعسف والاستغلال. من الأهمية بمكان أن تعمل المؤسسات الحكومية والمنظمات غير الحكومية والشركات والمحاكم ومقدمو خدمات الرعاية الصحية مع ا ، حيث لا يمكن للمجتمع أن يقضي على الشبكة المعقدة من السلوكيات الضارة التي تعرض حقوق المرأة ورفاهيتها للخطر ما لم تعمل المجتمعات بشكل متضافر. يمكننا أن نخلق مستقبلا يتم فيه حماية المرأة من الخطر ويمنحها القدرة على العيش حياة متساوية وكريمة من خلال تعزيز نهج شامل. يجب إصدار قوانين صارمة ودعمها من أجل تجريم السلوكيات الخطيرة وتثبيطها. وفي الوقت نفسه، يُعتبر التثقيف التعليم أمرا ضروريا لتغيير مواقف المجتمع، حيث يمكن أن تؤدي جهود التوعية المكثفة إلى التشكيك في الأفكار الراسخة وتزويد النساء بمعرفة حقوقهن عندما يتم دمجها في أنظمة التعليم الرسمي وغير الرسمي. لقد تم وضع مجموعة الأدوات هذه لتوفير أدوات وموارد عملية لدعم المهنيين والممارسين من مختلف الخلفيات، حتى يتمكنوا من منع الممارسات الضارة وتحديدها وإحالة النساء اللاتي تعرضن أو يتعرضن لخطر الممارسات الضارة والتدخل في تلك الحالات. من المأمول أن تزيد مجموعة الأدوات هذه من وعي وتمكين وثقة المهنيين العاملين في المجالات التعليمية والصحية والاجتماعية والقضائية. يمكن الوصول إلى مجموعة الأدوات والمواد مجانا وهي متاحة لجميع المهنيين والممارسين من أي وكالة/منظمة، كما أنها تتضمن أربعة أقسام وهي الوقاية؛ والكشف المبكر والإحالة؛ والتدخل في حالة الأزمات وقسم أخير بعنوان توصيات للسياسات والممارسات، والذي يتضمن مجموعة من الإجراءات العملية للمهنيين في المستوى الأول.