RE - Número 47 - dezembro de 2014
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- Adesão ao Rastreio do Cancro do Colo do Útero e da Mama da Mulher PortuguesaPublication . Ferreira, Manuela; Ferreira, Sofia; Ferreira, Nuno; Andrade, Joana; Duarte, JoãoResumo Enquadramento: O aumento das doenças oncológicas na mulher é uma preocupação, tanto pelo impacto na sua qualidade de vida, como nos indicadores de saúde e nos custos, assumindo por isso vital importância a adesão das mulheres ao rastreio precoce. Objetivos: Identificar os fatores associados à adesão das mulheres à vigilância de saúde sexual e reprodutiva. Método: Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, não experimental, descritivo, correlacional e transversal, com uma amostra constituída por 522 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 67 anos, que frequentam os cuidados de saúde primários portugueses, no ACES Dão Lafões. Resultados: As mulheres que participaram no estudo tem uma média de idade ≤ 30 anos (25,7%), possuem maioritariamente o ensino secundário (38,5%), são casadas ou em união de facto (62,8%), têm nacionalidade portuguesa 97.7%, residem com o companheiro (72,8%), e a maioria tem 2 filhos (33.9%). Verificámos que os grupos etários, o estado civil, o agregado familiar, as habilitações literárias, a profissão e o número de filhos foram preditores da adesão à vigilância de saúde sexual e reprodutiva. A realização do autoexame da mama e os conhecimentos acerca do cancro do colo do útero mostraram ser preditores da adesão à vigilância de saúde sexual e reprodutiva. Conclusão: Os profissionais de saúde devem adotar práticas de rastreio e promover decisões informadas e seguras para a saúde das mulheres. As recomendações médicas para realização do autoexame da mama e citologia, bem como as características sociodemográficas, devem ser consideradas pelos profissionais de saúde na promoção da saúde sexual e reprodutiva da mulher.
- A Epidemiologia. De Hipócrates ao século XXIPublication . Pereira, Carlos; Veiga, NélioResumo A epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição dos estados de saúde/doença e os seus fatores condicionantes e determinantes nas populações humanas. A epidemiologia permite ainda a avaliação da eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública, bem como descreve as diferenças existentes na saúde das populações e procura as explicações etiológicas para essas desigualdades. O presente artigo faz uma resenha histórica da evolução do conceito de epidemiologia e descreve o contributo dos principais responsáveis por essa evolução, desde Hipócrates até ao seculo XXI. Foi efetuada uma pesquisa nas bases de dados Pubmed/Medline para identificar publicações originais, editoriais e artigos de revisão sobre a temática em estudo, com recurso às seguintes palavras-chave, epidemiology, public health, evidence based public health, historical evolution of epidemiology, epidemiological research in health.
- A Segurança do Doente em Cuidados Paliativos: Perceção dos Profissionais de SaúdePublication . Ribeiro, Olivério; Cunha, Madalena; Duarte, João; Ferreira, Ana Luísa; Venício, DanielaResumo Enquadramento: A segurança dos cuidados de saúde prestados ao doente é fundamental para garantir a sua qualidade. Neste âmbito, estudou-se a segurança do doente em fim de vida na perspetiva dos profissional de saúde. Objetivo: Compreender as intervenções dos profissionais de saúde na deteção de erros e incidentes para a segurança dos doentes. Métodos: Estudo transversal com enfoque descritivocorrelacional, recorrendo-se a um questionário de segurança do doente, elaborado para o efeito, tendo por base a Classificação Internacional sobre Segurança do Doente da Direção-Geral da Saúde (2011). A amostra foi constituída por 146 profissionais de saúde que trabalham em unidades de saúde com doentes crónicos e paliativos. Resultados: Os profissionais na faixa etária mais jovem (≤27anos), do género feminino e com pós-graduação/especialização, são os que observam com maior frequência os incidentes/erros. Os profissionais que trabalham em unidades de saúde são os que mais incidentes/erros observam (O.M. 74.29; =.001) e o inverso acontece com os que trabalham em Unidades de Cuidados Paliativos (UCP), (O.M. 37.53, =.001). O “grau de gravidade do dano observado”, assumido como gravidade severa, podendo mesmo conduzir à morte, é a dimensão com a percentagem mais elevada, seguida das “atitudes/comportamentos agressivos” para com o doente e, por último, as “infeções”. Conclusão: Garantir a segurança do doente é um aspeto primordial, devendo ser trabalhada diariamente na revisão da prática clínica de cada profissional de saúde, com a finalidade de prevenir erros/incidentes.
- Qualidade de Vida e Dor no Doente com Úlceras Varicosas dos Membros InferioresPublication . Martins, Conceição; Campos, Sofia; Chaves, CláudiaResumo A úlcera varicosa é uma situação extrema, responsável por elevada morbilidade, sofrimento físico e psicológico. Desta constatação surgiu a necessidade de estudar a Qualidade de vida e dor em doentes com úlceras varicosas dos membros inferiores. Assim, pretendemos conhecer a Qualidade de Vida (QDV) dos doentes com úlceras varicosas dos membros inferiores, identificando os fatores que mais a influenciam. A compreensão da QDV destes doentes constitui um campo de investigação que só terá significado se visto holisticamente. O interesse deste estudo surge com o problema: Em que medida as variáveis sociodemográficas, sociofamiliares e de contexto clínico estão associadas à QDV nos doentes com úlceras varicosas dos membros inferiores de alguns concelhos do Distrito de Viseu. É um estudo transversal, de natureza quantitativa, seguindo uma via descritivo correlacional, cujo objetivo é avaliar a QDV destes doentes e a influência das variáveis anteriormente citadas. Utilizou-se uma amostra não probabilística por conveniência, da qual constam 103 indivíduos, 54 mulheres e 49 homens, sendo a média de idades de 66.62 anos. Para a recolha de dados utilizámos um instrumento que integra escalas e questões que possibilitaram a caracterização da amostra. Para o tratamento dos dados utilizámos a estatística descritiva e inferencial. Através desta investigação verificámos que 76.70% dos inquiridos apresentam QDV superior e que 23.30% QDV inferior. Do nosso estudo concluímos que as variáveis dor, idade, apgar e grafar são preditores da qualidade de vida, sendo que a primeira é a que exerce maior influência e assim sucessivamente.
- Automedicação em Jovens e Adultos da Região Centro de PortugalPublication . Amaral, Odete; Lages, Adriana; Sousa, Liliana; Almeida, Lúcia; Santos, Juliana; Dias, Mariana; Silva, Daniel; Pereira, CarlosResumo Introdução: A automedicação é uma prática frequente e, atualmente é um fenómeno em desenvolvimento crescente. Os objetivos deste estudo foram estimar a prevalência da automedicação em jovens e adultos da região centro de Portugal, caracterizar a prática de automedicação e identificar fatores associados à automedicação. Métodos: Realizámos um estudo analítico e transversal. A colheita de dados foi efetuada com recurso a um questionário, autoaplicado e respondido online, a indivíduos residentes na região centro de Portugal com idades ≥ 16 anos. A amostra ficou constituída por 182 indivíduos, com uma média de idades de 33,88±12,62 anos, sendo a maioria do género feminino (66,5%). As prevalências foram expressas em percentagens. Para comparação de proporções utilizou-se o teste qui quadrado e a magnitude de associação entre um fator e a condição foi estimada através do cálculo do odds ratios, com os respetivos intervalos de confiança a 95%. Resultados: Verificámos que a prevalência de automedicação ao longo da vida foi de 85,7%, e, nos últimos 6 meses, de 85,9%. A maioria da amostra (50,3%) referiu que pratica automedicação por iniciativa própria, sendo os medicamentos mais utilizados os analgésicos (78,8%) e os anti-inflamatórios (54,5%), salientando que 7,1% dos indivíduos referiu que se automedica com antibióticos. O local de aquisição mais frequente dos medicamentos foi a farmácia (82,5%) e, grande parte dos indivíduos (92,3%), afirma ter conhecimento dos riscos dos medicamentos. A prática da automedicação associou-se com a idade (≤ 25 anos OR=1,28; IC95% 1,16-1,41) e com o agregado familiar com filhos (OR=4,77; IC95% 1,94-11,71). Conclusão: Concluímos que a automedicação é uma prática muito frequente entre os jovens e adultos da região centro de Portugal, associando-se a idades mais jovens e aos agregados familiares com filhos.
- Contributos da Preparação para o Parto na Perceção de Cuidados CulturaisPublication . Coutinho, Emília; Morais, Carla; Parreira, Vitória; Duarte, JoãoResumo Enquadramento: A preparação para o parto constitui-se como um tempo privilegiado de educação para a saúde durante a gravidez e uma oportunidade para os enfermeiros obstetras poderem capacitar a mulher/casal a vivenciar a maternidade sem hesitações, incertezas, receios ou medos, tornando-a uma experiência positiva e gratificante. Objetivo: Analisar a influência da preparação para o parto na perceção de cuidados culturais em mulheres em trabalho de parto. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, correlacional do tipo explicativo, com uma amostra de 1000 puérperas das maternidades da região norte de Portugal, utilizando um questionário de caracterização sociodemográfica e obstétrica, e a Escala de Perceção dos Cuidados Culturais de Parreira et al. (2010) para a recolha de dados. Resultados: A preparação para o parto foi realizada por 39,6% das puérperas. As puérperas que realizaram preparação para o parto obtiveram melhores resultados no atendimento personalizado (p<0,001), no significado do tempo durante o parto (p=0,002), e na importância do espaço na privacidade e na comunicação (p=0,017). As puérperas que não realizaram preparação para o parto apresentaram índices superiores na despersonalização na prestação de cuidados (p<0,001), sentimentos e sensações negativos por falta de explicação (p<0,001), meio ambiente (p<0,001), sentimentos negativos causados pelo uso de aparelhos e utensílios (p<0,001) e medo de morrer (p<0,001). Conclusão: A preparação para o parto promove uma melhor perceção dos cuidados culturais no momento do parto, sendo que a mesma deve ser desenvolvida também nos meios rurais. Emerge a necessidade de investigar o que leva as mulheres que vigiaram a gravidez no Serviço Nacional de Saúde a não aderirem à preparação para o parto.
- Ideação Suicida em Estudantes do Ensino Superior Politécnico: Influência de Algumas Variáveis Sociodemográficas, Académicas e ComportamentaisPublication . Gonçalves, Amadeu; Sequeira, Carlos; Duarte, João; Freitas, PaulaResumo Introdução: Este artigo procede à divulgação de alguns resultados obtidos, a partir de um estudo mais alargado, desenvolvido no âmbito do doutoramento em Ciências de Enfermagem, e nele se pretende avaliar a prevalência da ideação suicida em estudantes do ensino superior politécnico e conhecer quais os fatores, eventualmente associados, com o intuito de definir o perfil de risco para a presença de elevada ideação suicida/risco suicida. Durante a frequência do ensino superior ocorrem múltiplas mudanças na vida dos estudantes, pois trata-se de um período marcado por um conjunto de transições desenvolvimentais e académicas que podem originar algumas crises situacionais e problemas de saúde mental, tornando estes estudantes potencialmente mais vulneráveis e com risco aumentado para os comportamentos suicidários. Os comportamentos suicidários constituem, atualmente, um problema de saúde pública, sendo o suicídio a segunda causa de morte na população jovem na maioria dos países europeus. Objetivos: Determinar a prevalência da ideação suicida nos estudantes do ensino superior politécnico e analisar a sua relação com algumas variáveis sociodemográficas, académicas e comportamentais. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e correlacional, realizado numa amostra do tipo não probabilístico intencional, constituída por 1074 estudantes de uma instituição de ensino superior da região centro de Portugal. A colheita de dados foi efetuada através de uma plataforma online e teve por base um questionário com questões relativas à caracterização sociodemográfica e académica dos estudantes e um Questionário de Ideação Suicida (QIS) de (Ferreira & Castela, 1999). Resultados: A idade dos estudantes da amostra oscila entre os 17 e os 49 ( = 23,9 anos ± 6,107 dp), a grande maioria (64.7%) é do sexo feminino. Os resultados mostram que a presença/gravidade de pensamentos suicidas é de ( = 13.84; ± 20.29 Dp) numa escala de 0 a 180 e ponto de corte > 41 para valores sugestivos de potencial risco suicida, com base no qual foram identificados 84 estudantes (7,8%). As variáveis que produziram significância estatística com a ideação/risco de suicídio nos estudantes foram: Sexo (feminino); Estado civil (solteiro); Coabitação em tempo de aulas (viver sozinho); Desempenho académico (reprovações); Comportamentos aditivos (consumo de drogas e psicofármacos). Conclusões: Embora a prevalência de ideação suicida nos estudantes não seja elevada, encontramos na nossa amostra 84 estudantes (7,8%) com potencial risco de suicídio. Não poderemos ficar indiferentes a esta problemática pelas suas repercussões individuais, familiares e sociais. Todas as instituições de ensino superior deveriam possuir gabinetes de apoio aos estudantes e desenvolver programas de promoção da saúde mental e prevenção do suicídio em meio académico.
- Literacia para a Saúde, Obesidade e Hipertensão Arterial – Revisão Integrativa da LiteraturaPublication . Cunha, Madalena; Santos, Eduardo; Fonseca, Sónia; Gaspar, Raquel; Almeida, DinaResumo A literacia para a saúde está relacionada com o grau de escolaridade e implica o conhecimento, a motivação, as competências das pessoas em aceder, compreender e avaliar as informações da área da saúde para, assim, poderem tomar decisões sobre a promoção da saúde, prevenção de doenças e melhoria da sua qualidade de vida (Sorensen, 2012). Existem atualmente recomendações relativas à promoção da literacia para a saúde, em prol de diversos indicadores de saúde, contudo, não existem ainda consensos sobre a sua influência na prevenção de doenças e promoção da saúde, nomeadamente ao nível da promoção de indicadores (e.g. índice de massa corporal (IMC) e pressão arterial) tradutores de melhor saúde. Assim, este estudo procurou, através de uma revisão da literatura, analisar o efeito da literacia para a saúde na manutenção do IMC e da pressão arterial dentro de parâmetros considerados normais para o adulto, considerados os respetivos descritores. Foram realizadas pesquisas eletrónicas, através de várias bases de dados científicas (CINAHL Plus with Full Text, MedicLatina, MEDLINE with Full Text, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Central Register of Controlled Trials - via EBSCO), nos idiomas português e inglês, para identificar estudos, desde 2005 até à atualidade, sobre estas matérias. Para o efeito foram utilizadas diferentes combinações com os descritores “Health Education”, “Obesity”, “Hypertension” e “Feeding Behavior”. Os estudos selecionados foram analisados e agrupados de acordo com o tipo de desenho metodológico e objetivos, principais resultados encontrados e formas de intervenção propostas, desenvolvendo, desta forma, uma Revisão Integrativa da Literatura. Para isso foram seguidos os princípios propostos pelo Cochrane Handbook (Higgins & Green (Eds), 2011) e a análise crítica foi realizada por dois investigadores. No total, o corpus do estudo integrou a análise de 6 estudos primários que demonstraram que a literacia para a saúde se associou fortemente ao IMC e à pressão arterial. Conclui-se que a literacia para a saúde influencia o IMC e a pressão arterial.
- Reflexão Ética sobre Cuidados Paliativos em Neonatologia a Partir do Livro Um Filho para a EternidadePublication . Silva, Ernestina Batoca; Silva, DanielResumo O livro Um Filho para a Eternidade, de Isabelle de Mézerac, é uma história real de uma mãe que, com coragem, decide prosseguir com a gravidez de um filho portador de uma malformação grave, após lhe ter sido proposta a interrupção da gravidez. Aceitando ver desfeito no seu coração o mito de bebé perfeito, os pais deram ao filho, antes de partir, o seu próprio tempo para viver, bem como para sentir o amor que por ele tinham. Desta forma, não sentem remorsos nem culpabilidade, pois não anteciparam deliberadamente a vida do pequeno filho. Uma experiência aparentemente parodoxal onde o sentido da vida, do amor e da verdade se aliam para fazer resplandecer os laços fraternos e a exigência da humanidade perante a morte. O livro retrata igualmente a conduta dos profissionais de saúde no processo de transmissão de más notícias, onde, numa primeira fase, não valorizam a compaixão nem promovem a autonomia na decisão, contrastando, posteriormente, com manifestações de apoio, serenidade e zelo incondicional durante a vigilância da gravidez, no parto e no nascimento de um bebé que morre poucos minutos depois do nascimento. Reportamos de grande importância refletir sobre a vivência deste casal, pois que nos leva a pensar a ética e o respeito pela dignidade da criança que ainda não nasceu, bem como a considerar a vulnerabilidade de um casal nesta situação. Esta experiência constitui uma lição para os profissionais de saúde, no sentido de estes proporcionarem às mães, confrontadas com diagnósticos semelhantes, uma decisão informada, livre e esclarecida que vá ao encontro da sua vontade, consciência e valores morais. Deve incentivar-se nos pais uma visão mais global do seu filho, valorizando, desde o início da gravidez, a sua existência como uma pessoa. No diagnóstico pré-natal, a imagem da ecografia permite à mãe, não só ter uma foto de seu filho com antecedência, mas também torna possível reintroduzir o sentido da sua humanidade para além de uma possível deficiência. Em casos como este, consideramos importante a introdução dos cuidados paliativos na maternidade e no acompanhamento da gravidez e do luto por essas crianças. Um modelo inovador e compassivo de cuidar da família a partir do momento do diagnóstico, antes, durante e depois do nascimento.
- Boas Práticas nos Cuidados ao Coto Umbilical: Um Estudo de RevisãoPublication . Luís, Sandra; Costa, Graça Aparício; Casteleiro, CatarinaResumo Os cuidados ao coto umbilical foram, ao longo dos anos, considerados fulcrais e foram sofrendo mudanças consideráveis, muito ao sabor dos tempos ou experiências do prestador de cuidados. Na prática, o que se verificou foi uma diversidade de atuações nos cuidados ao coto umbilical. Perante esta problemática, com este artigo pretendeu-se identificar recomendações efetivas, baseadas na evidência científica, de boas práticas nos cuidados de promoção da queda e na prevenção da infeção do coto umbilical do recém-nascido (RN).