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RE - Número 46-A - novembro de 2014

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Recent Submissions

Now showing 1 - 10 of 15
  • Memória e Intertextualidade em Mãos de Cavalo e Reparação
    Publication . Giacomolli, Dóris
    Segundo a crítica literária Tiphaine Samoyault, a intertextualidade é um fenômeno comum a todos os textos e consiste na relação que eles estabelecem entre si. O nosso objetivo é analisar a intertextualidade entre as narrativas Reparação de Ian McEwan e Mãos de Cavalo de Daniel Galera. Analisaremos a memória e o sentimento de culpa que a personagem-narradora Briony Tallis e Hermano, o Mãos de cavalo, carregam, bem como a maneira que encontraram para lidar com este problema.
  • O Delfim e o Crime Perfeito
    Publication . Giacomolli, Dóris
    Este trabalho pretende levantar, analisar e discutir as hipóteses sobre duas mortes, ocorridas numa aldeia de Portugal, a Gafeira, lugar criado pelo autor/narrador que lá se instala e tenta compreender o mistério não elucidado: o que aconteceu, de verdade, à Maria das Mercês, esposa do Delfim, assim como ao criado do casal, Domingos. Essas mortes podem ser consideradas crimes? A resolução do enigma é de pouca importância para a apreciação da narrativa, mas os movimentos de acareação do crime despertam o interesse do leitor e sustentam o valor da obra. O declínio da família de nobres pode ser lido como uma paródia da história de Portugal.
  • Literatura Comparada e Intertextualidade. Saramago e Patativa do Assaré: O Homem Faz do Mundo um Texto para Produzir Sentido
    Publication . Giacomolli, Dóris
    O presente trabalho tem por objetivo discutir as conceções de texto e discurso, conceitos usados como ponto de partida para a reflexão acerca da intertextualidade e interdiscursividade, à luz da teoria bakhitiniana. Os textos escolhidos foram o poema A terra é natura de Patativa do Assaré e o texto/prefácio escrito por José Saramago para o livro Terra de Sebastião Salgado, autores que se abastecem da cultura popular a fim de comporem textos que dialogam e se complementam. Vamos analisá-los sob a luz dos pressupostos de Tânia Franco Carvalhal sobre literatura comparada. Este artigo refere-se à intertextualidade entre as duas obras e ao tema presente tanto numa como na outra: a questão da terra, problema que aflige a contemporaneidade e permanece longe de ser resolvido. Estes dois escritores assemelham-se, ao se solidarizarem com essas vozes das minorias. A herança cultural deixada por muitos homens nesta luta desigual por um lugar para se fixarem expressa-se e concretiza-se nas obras destes artistas, que se fazem transmissores dessa memória. Haverá ainda uma abordagem referente à oralidade nos dois autores, tendo em vista que o poema em questão e o texto de José Saramago são essencialmente orais.
  • Corpos Fixos e Identidades Fluidas: Felicidade Demais
    Publication . Poletto, Ana Júlia
    Ao analisar o conto Felicidade Demais, da autora canadense Alice Munro, efetuámos uma releitura da história e da constituição das identidades femininas, dentro de algumas correntes feministas. A ampliação do espaço de debate sobre o universo feminino, entrecruzando Literatura e História, ilumina padrões aceitos inconscientemente, tirando-os da penumbra, com possibilidade de mudança.
  • Bufo & Spallanzani e a paródia pós-modernista
    Publication . Brandão, Saulo; Mourão, Manfred
    O presente trabalho tem por objetivo investigar as considerações acerca da paródia e sua implicação na linha teórica pós-modernista, partindo das análises de Fredric Jameson e Linda Hutcheon, quando conceituando pastiche. Desse modo, nos propomos a fazer uma análise das paródias no romance Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca, a partir da leitura de Ana Cristina T. de B. Carvalho (2013) que corrobora para sonegar a proposta de Jameson. Desse modo, procuraremos, no emaranhado de citações do romance, que remetem aos mais diversos campos da cultura, elementos que qualifiquem a característica paródica do romance, tendo por embasamento a contraproposta feita por Linda Hutcheon.
  • Deus e o Diabo no Grande Sertão: Veredas: Uma Leitura Antimaniqueísta
    Publication . Oliveira, Elson Dias
    O presente trabalho, vinculando literatura e filosofia, objetiva analisar a relação dualista existente entre Deus e o Diabo no Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, procurando contrastar uma interpretação maniqueísta que comumente se faz, haja vista não estarem bem definidos e delimitados esses dois signos na narrativa em questão. Por meio de repetições contraditórias, Riobaldo, o narrador-protagonista, questiona a existência e a atuação/operância dessas forças que perpassam as mesmas veredas. Deus existe, porém é muito passivo, deixando quase todo o protagonismo para o ser humano, detentor da liberdade. E o Diabo, paradoxalmente, amedronta, mas não existe: a despeito de sugerir uma dimensão metafísico-ontológica, surge como algo demasiado humano, representação das más ações humanas. Inconformado, Riobaldo insiste em reclamar uma justa separação entre o que é bom e o que é mau, mas não consegue, pois está tudo muito misturado. Assim, pretendemos demonstrar que não há maniqueísmo nessa tessitura porque não há um dualismo radical na concepção do Bem e do Mal; não se constituem como absolutamente distinto-antagônicos.
  • Ave, a Palavra do Sertanejo na Literatura Brasileira
    Publication . Pelinser, André Tessaro; Malloy, Letícia
    Publicada postumamente, a coletânea de textos intitulada Ave, Palavra, de Guimarães Rosa, vem ganhando pouca atenção da crítica, sobretudo ao se considerar as contribuições que pode trazer aos estudos da obra daquele autor. Dentre os textos mais interessantes do volume, destaca-se a reportagem poética “Pé-duro, chapéu-de-couro”, em cujas páginas o autor procede, à sua maneira, a uma verdadeira gênese do vaqueiro sertanejo, imputando-lhe raízes a princípio improváveis. Com isso, Guimarães Rosa sugere vincular-se à tradição literária regionalista brasileira, destoando das vozes da crítica. Busca-se, neste artigo, dar uma parte da merecida atenção que aquela reportagem poética, um texto altamente complexo, não tem recebido.
  • Espaços Íntimos e Espaços Públicos na Narrativa de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)
    Publication . Colombini, Maikely Teixeira; Siqueira, Joelma Santana
    No presente trabalho monográfico, o nosso objetivo foi analisar os espaços privados e públicos nas obras A Moreninha (1844) e O Moço Loiro (1845), de Joaquim Manuel de Macedo, como espaços fenomenológicos e sociais que demarcam modos de agir e de ser dos personagens, buscando investigar se a análise desses espaços confirma ou nega a observação recorrente sobre a pequena importância social da obra do escritor. De fato, se analisarmos o romance com os olhos críticos daqueles que buscaram ver nele o realismo da escola realista ou o da escola modernista, é possível que ele seja apontado como menor, superficial, piegas em razão do sentimentalismo, da representação dos costumes e da ausência de aprofundamento na psicologia dos personagens. No entanto, é preciso observá-lo, como disse Campedelli, na perspectiva do passado, na perspectiva da visão romântica que não se encerra na pura expressão da emoção, mas também na tomada de consciência da estilização da emoção por parte do artista.
  • A Transcriação de Poesia Através de Diferentes Mídias no Brasil
    Publication . Tosin, Giuliano
    A utilização de meios eletrônicos e digitais é um fator marcante na produção de poesia contemporaneamente e as questões que suscita têm sido tema de inúmeras indagações. No conjunto de esforços com a finalidade de fomentar essas iniciativas e abrir novas trajetórias de reflexão, propomos neste artigo abordar a transcriação de poesia através de diferentes mídias no Brasil. O trabalho concentra-se inicialmente na análise do material bibliográfico que aborda o conceito de transcriação, situando-o no âmbito da tradução de poesia e, em seguida, no da tradução entre meios de comunicação distintos.
  • A Importância da Tradição Oral em Man Made of Words, de Scott Momaday, ou a Palavra como Epifania
    Publication . Lopes, Ana Maria Costa Pereira; Ferreira, Zaida Maria Pinto
    Para o sujeito euro-americano, o Mundo é feito de pares binários dicotómicos (começando, desde logo, com a oposição binária entre o Bem e o Mal), sendo que é a própria Linguagem que antecipa essas dicotomias, desencadeadas, desde logo, pela distinção, a cisão, entre significante e significado. Para o sujeito nativo-americano, por outro lado, o Mundo é feito de dialéticas, de intercessões e interdependência entre diferentes elementos que, estando todos imbuídos de sacralidade, se conjugam harmoniosamante, dando origem a um universo uno, holístico. É à luz destes pressupostos que deve entender-se a obra The Man Made of Words, de Scott Momaday. Na coletânea em apreço, a palavra é entendida como a génese, o sopro espiritual que funde significante e significado, a qual, transmitida de geração em geração, graças à preservação de uma tradição oral, dá vida a uma mundividência que permite ao sujeito ultrapassar ruturas e fragmentações, identificando-se com a Cultura e tradições do seu povo.