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morais da fonseca martins, ana patrícia

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  • Subsídios para uma tábua portuguesa de mortalidade o contributo de Daniel Augusto da Silva
    Publication . martins, ana patrícia
    Tábuas de mortalidade são uma ferramenta fundamental nas práticas actuariais – a sua adequação à população visada torna-se crucial para a elaboração de planos de pensões de sobrevivência ou de seguros vida e, portanto, para a viabilidade financeira da instituição. A primeira tábua de mortalidade (1662) com bases científicas foi elaborada pelo demógrafo John Graunt, com base em Bills of mortality da cidade de Londres. Seguiu-se a tábua de Edmund Halley (1693), construída a partir de estatísticas da cidade de Breslau. É considerada um marco na criação da Ciência Actuarial, pela aplicação proposta à determinação de anuidades vida. Os inconvenientes destas tábuas residiam no facto de se basearem apenas em estatísticas de mortalidade; não havia registos do número de vivos, uma vez que não se efectuavam, à data, censos populacionais. Na Europa Continental, a insatisfação com tais tábuas levou estudiosos de França e Holanda a usar dados estatísticos provenientes de outro tipo de fontes – grupos de subscritores de anuidades vida vendidas pelo Estado. Surgem, assim, as reconhecidas tábuas de Déparcieux, Duvillard, Struick e Kersseboom. Mas também estas acarretavam imprecisões, decorrentes da caracterização de uma população estacionária e, por exemplo, de avanços médicos e melhoramento das condições sanitárias nas cidades. Maior precisão se alcançou com a realização de censos populacionais, sendo pioneiras as tábuas do astrónomo e demógrafo sueco Pehr Wargentin.
  • Planos de pensões em montepios de sobrevivência: contributos de Daniel Augusto da Silva na verificação da sua viabilidade
    Publication . martins, ana patrícia
    Daniel Augusto da Silva (1814-1878), importante matemático português do século XIX cuja produção científica se destaca nas áreas da Mecânica e Teoria dos Números, contava com cerca de cinquenta anos quando inicia o estudo da estabilidade financeira do Montepio Geral, do qual se tornara sócio. A vida efémera de grande parte dos montepios que operavam no século XIX em Lisboa e que facultavam pensões de sobrevivência era resultado da falta de princípios sobre os quais se estabeleciam as contribuições dos seus sócios e as pensões legadas aos respectivos herdeiros. O Montepio Geral, criado em 1840, era a mais próspera instituição do género mas também na década de 1860 se questionou a viabilidade do seu plano de pensões. O matemático compôs dois escritos sobre esse montepio onde conclui sobre a inadequação do plano de pensões em vigor, recorrendo à teoria de anuidades sobre a vida exposta em tratados clássicos ingleses. Escreve um artigo mais genérico para uso de montepios de sobrevivência sobre amortização de pensões, factor essencial na determinação do equilíbrio entre despesas e receitas desses montepios. Efectua também um estudo comparativo da população portuguesa com as de outros países europeus, que lhe permitiu aferir até que ponto as tábuas de mortalidade estrangeiras se adequavam a ser utilizadas em Portugal. Todos os textos constituem novidade em termos da abordagem das temáticas no país, podendo considerar-se Daniel da Silva como precursor da introdução do cálculo actuarial em Portugal. Nesta comunicação apresentamos esses escritos, com ênfase nos três primeiramente referidos. Destacamos o que de original contêm e o modo como se baseiam na teoria de cálculo de anuidades sobre a vida.
  • Cálculo actuarial em Portugal: contributos de Daniel Augusto da Silva
    Publication . martins, ana patrícia
    A produção científica de Daniel Augusto da Silva (1814-1878) abarcou áreas bem diversificadas, revelando a variedade de aptidões do matemático. Destacou-se em assuntos de Mecânica e de Teoria dos Números, estudou questões de Física e Demografia mas é sobre a sua contribuição na área do Cálculo actuarial que nos pronunciamos nesta comunicação. O seu interesse pelo estudo de assuntos de pensões relaciona-se com a entrada, na década de 1860, no Montepio Geral, a mais próspera instituição do género existente em Portugal. Preocupa-se com a análise da estabilidade financeira dessa associação, produzindo alguns estudos a esse respeito e outros mais abrangentes, relacionados com o movimento da população portuguesa ou ainda a amortização genérica em montepios de sobrevivência portugueses. Na abordagem à temática, estes são os primeiros trabalhos compostos no país e surgem numa época em que se adoptam medidas governamentais no sentido da organização das associações de socorros mútuos, segundo as orientações dos congressos internacionais de estatística. A par da crescente preocupação pelo assegurar da viabilidade dessas sociedades não se verificou, no entanto, um aumento na investigação sobre assuntos actuariais. Na década de 1910 reconhece-se não existir uma organização eficaz das bases científicas que sustentassem os planos financeiros das associações de socorros mútuos. Referimo-nos nesta comunicação aos contributos de Daniel da Silva na introdução do Cálculo actuarial em Portugal, avaliamos a sua pertinência ao nível do desenvolvimento dessa área no panorama nacional e internacional, destacando ainda a recepção e impacto dos seus trabalhos.
  • Daniel da Silva e a Escola Naval no século XIX
    Publication . martins, ana patrícia
    Sucessora da Academia dos Guardas-Marinhas, a Escola Naval foi criada em 1845 com o intuito de fornecer aos futuros oficiais de Marinha instrução teórica e disciplina militar adequadas que a Companhia dos Guardas-Marinhas não estava a satisfazer. Apesar das frequentes críticas ao curso ministrado pela Escola Naval, nomeadamente ao funcionamento em articulação com a Escola Politécnica de Lisboa, a primeira reforma do seu curso ocorreu apenas em 1864. Daniel Augusto da Silva (1814-1878), um dos mais importantes matemáticos portugueses do século XIX, foi Lente da Escola Naval desde a sua fundação até 1865, ano em que se jubila. A ligação que manteve com a Marinha Portuguesa reporta-se aos seus quinze anos, com a frequência do Curso Matemático da Academia Real da Marinha e, de seguida, com o ingresso na Academia dos Guardas-Marinhas. Completou a formação matemática na Universidade de Coimbra, donde saiu Bacharel em Matemática em 1839, com vinte e cinco anos. Regressou à Companhia dos Guardas-Marinhas e em 1845 foi nomeado Lente Substituto da Escola Naval. Passou a Lente Proprietário em 1848, lugar que conservou até à jubilação, três anos antes de se reformar. Mas já em 1859, com apenas quarenta e cinco anos, é considerado pela Junta de Saúde Naval, "incapaz de serviço activo". A carreira docente de Daniel da Silva, marcada por longos períodos de ausência por motivos de saúde, será um dos objectos desta comunicação. Procuraremos ainda caracterizar o curso ministrado na Escola Naval desde a sua criação até à primeira reestruturação em 1864, atendendo, entre outros aspectos, às disciplinas do plano de estudos, aos compêndios seguidos nas aulas e ao mérito dos seus Lentes.
  • Daniel Augusto da Silva, oficial e matemático; mas… actuário???
    Publication . martins, ana patrícia
    Um dos mais relevantes contributos científicos do matemático, oficial de Marinha, Daniel Augusto da Silva (1814-1878) foi na área do Cálculo Actuarial, designadamente na verificação da estabilidade financeira de montepios de sobrevivência portugueses, na década de 1860. Os princípios da Ciência Actuarial que fundamentavam os fundos de pensões dessas instituições, bem como de companhias de seguros ramo Vida, estavam estabelecidos já na primeira metade do século XVIII e em Portugal existem provas de que fossem conhecidos nos finais do mesmo século. De qualquer modo, a falta de estatísticas credíveis sobre a população portuguesa, entre outros factores, impedia o seu uso. Julgamos que Daniel da Silva foi o primeiro a empregá-los correctamente. Motivado pela resolução da instabilidade financeira identificada na década de 1860 no Montepio Geral, de que era sócio, estudou mais amplamente a organização de fundos de pensões de montepios de sobrevivência. Nesta comunicação apresentamos os trabalhos do matemático nessa área, comentando a sua pertinência, originalidade, recepção e repercussão. Destacam-se dois opúsculos sobre o Montepio Geral, um artigo sobre amortização de pensões, factor essencial na determinação da viabilidade de planos de pensões de montepios de sobrevivência, e um estudo comparativo da população portuguesa com as de outros países, que permitia aferir até que ponto as tábuas de mortalidade estrangeiras se adequavam a ser utilizadas em Portugal.
  • Sobre Daniel Augusto da Silva, por ocasião do bicentenário do seu nascimento
    Publication . martins, ana patrícia
    Daniel Augusto da Silva (1814-1878) é reconhecidamente um dos mais importantes matemáticos portugueses do século XIX. Por ocasião do bicentenário do seu nascimento, contribuímos para um maior conhecimento das actividades desta figura singular, referindo-nos a diferentes facetas – matemático, professor, académico. Nasceu em Lisboa, em 16 de Maio de 1814. Casou-se aos 44 anos com Zeferina d’Aguiar (?-1891), natural da ilha da Madeira, e juntos tiveram um filho, Júlio Daniel da Silva (1866-1891). Pretendendo candidatar-se a um lugar de lente na Escola Politécnica, Júlio foi aconselhado por Francisco Gomes Teixeira (1851-1933) a estudar assuntos de Astática, reivindicando para seu pai um lugar na fundação dessa área. Faleceu sem cumprir esse projeto. A formação académica de Daniel da Silva foi diversificada, em Ciências Físico-Matemáticas, Ciências Militares e Filosofia Natural. Ingressou na Academia Real de Marinha no ano de 1829, com 15 anos, onde completou o Curso Mathematico de três anos, tendo obtido prémios pelo seu mérito. Pediu admissão à Companhia dos Guardas Marinhas no mesmo mês, apresentando-se em Outubro seguinte. Ingressou na Academia Real dos Guardas Marinhas no posto de Guarda-Marinha, com 19 anos, terminando o curso em Agosto de 1835. Em Setembro obteve licença para cursar na Faculdade Mathematica da Universidade de Coimbra, onde estudou às expensas da Marinha. Ainda em Novembro solicitou permissão para ingressar no recém-criado Instituto das Ciências Físicas e Matemáticas de Lisboa mas logo em Dezembro foi anulada a lei que o havia criado. Matriculou-se na Faculdade Mathematica no ano letivo de 1835-36, obteve prémios por mérito e terminou o curso em Julho de 1839, com 25 anos, obtendo o grau de bacharel.
  • Daniel Augusto da Silva, “um precursor da Teoria dos Conjuntos”?
    Publication . martins, ana patrícia
    Em 1927, Pedro José da Cunha apresenta, ao Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências, uma comunicação intitulada A noção de conjunto numa das memórias de Daniel da Silva, onde considera o matemático, oficial de Marinha e lente da Escola Naval, Daniel Augusto da Silva (1814– 1878) “um precursor da Teoria dos Conjuntos”. Essa memória, Propriedades geraes e resolução directa das congruencias binomias: introducção ao estudo da theoria dos numeros, estava concluída em 1852 e foi ofertada pelo autor à Academia das Ciências de Lisboa. Publicada em 1854, o seu capítulo final (Várias aplicações) não ficou concluído — Daniel da Silva afastara-se da vida activa ainda em 1852, por motivos de doença (excesso de trabalhos intelectuais, segundo o próprio). Regressaria em 1859.
  • A sustentabilidade do plano de pensões do Montepio Geral no século XIX. O contributo do matemático Daniel Augusto da Silva
    Publication . martins, ana patrícia
    Dos montepios de sobrevivência portugueses que no século XIX operavam em Lisboa, o Montepio Geral era, sem dúvida, o mais próspero. Criado em 1840, sob o nome Montepio Literário, propõe-se socorrer os sócios em caso de perda de emprego, sendo a mais significativa das assistências o proporcionar pensões de sobrevivência às famílias após o seu falecimento. Ao longo do século XIX mantiveram-se esses fins, acrescentando-se outras abrangências que de igual modo observavam os princípios de mutualidade característicos dessas associações. Em meados da década de 1860 afirmam-se receios sobre a sua estabilidade financeira, duvidando-se da capacidade de garantir os encargos futuros apesar do prodigioso crescimento verificado por um quarto de século.
  • Daniel Augusto da Silva — sua ligação a questões de Astronomia
    Publication . martins, ana patrícia
    Daniel Augusto da Silva (1814–1878) obteve instrução académica diversificada, em Ciências Físico-Matemáticas, Ciências Militares e Filosofia Natural. No que respeita a ensinamentos de Astronomia, o terceiro ano do Curso Mathematico da Academia Real de Marinha (ARM), que frequentou em 1831, compreendia o ensino da Arte de Navegação teórica e prática. No mesmo ano, assistiu ao Curso de Lições Práticas do Observatório Real da Marinha (ORM), criado para complementar a formação em Astronomia e Navegação de quem se destinasse à Marinha, não só alunos da ARM como também da Academia dos Guardas Marinhas (AGGMM).
  • Daniel Augusto da Silva e as Escolas da Marinha Portuguesa no século XIX
    Publication . martins, ana patrícia
    Nascido nos inícios do século XIX, na freguesia de Nossa Senhora dos Mártires de Lisboa, filho de Roberto José da Silva e de Maria do Patrocínio, cuja condição social desconhecemos, Daniel Augusto da Silva (1814-1878) viria a afirmar-se como um dos mais importantes matemáticos portugueses desse século. Ligou-se desde cedo à Marinha Portuguesa, iniciando a sua formação nas Academias da Marinha. Com quinze anos matricula-se na Academia da Marinha, distinguindo-se como Partidista no Curso Matemático aí ministrado. Terminado o curso em 1832, e talvez porque as aulas na Universidade de Coimbra se haviam fechado, prossegue os estudos na Academia dos Guardas-Marinhas. Não foi, no entanto, de imediato que aí ingressou. Somente em Agosto de 1833 pede admissão ao “Real Corpo dos Guardas-Marinhas”, após uma brevíssima passagem pelo 1º Batalhão Fixo do Comércio, no qual se alista com a indicação de ser “caixeiro do comércio”. Saiu apto passados dois anos, em 1835, ano em que pede licença para cursar na Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, e assim completar a sua formação académica. Solicita ainda permissão para ingressar no Instituto das Ciências Físicas e Matemáticas de Lisboa, recentemente criado em Novembro de 1835. A vida efémera desse Instituto não permitiria, todavia, que Daniel da Silva permanecesse na capital, pois logo em Dezembro seguinte foi anulado o decreto que havia fundado essa instituição. Após concluir, com vinte e cinco anos, o Curso Matemático em Coimbra, no qual foi julgado aluno distinto, regressa à Marinha em 1839 para ser reintegrado na Companhia dos Guardas-Marinhas. Serviu como examinador da cadeira de Artilharia, Geografia e Hidrografia da Academia dos Guardas-Marinhas e quando, em 1845, se funda a Escola Naval, é nomeado seu lente substituto. Passou a lente proprietário em 1848, lugar que conservou até à jubilação em 1865, três anos antes de se reformar. Mas logo em 1852 se afasta das funções de professor, por motivos de saúde, sendo em 1859, com apenas quarenta e cinco anos, considerado “incapaz de serviço activo” pela Junta de Saúde Naval. Dois importantes momentos da vida de Daniel da Silva o ligam à Marinha Portuguesa: um enquanto estudante e o outro como professor da Escola Naval. Nesta comunicação abordaremos o seu percurso pelas Academias da Marinha, procurando criar um panorama geral dos cursos aí ministrados, atendendo às disciplinas dos planos de estudos, ao mérito dos seus Lentes e aos compêndios seguidos nas aulas. Iremos focar ainda a actividade docente de Daniel da Silva, marcada por longos períodos de ausência, esclarecendo qual o envolvimento que manteve com a Escola Naval. Apresentamos uma panorâmica do curso aí professado, desde a sua criação até à primeira reestruturação em 1864, não nos esquecendo de fazer menção às críticas de que foi alvo, as quais permitem avaliar de forma mais clara a formação proporcionada por essa escola da Marinha Portuguesa.