ESEV - DCL - Capítulo em obra nacional, como autor
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- Da inesgotável beleza da diversidade: lições de uma toupeiraPublication . Melão, DulceO papel de relevo da literatura para a infância no âmbito da Educação é, hoje, consensualmente reconhecido, a nível nacional e internacional. Este capítulo procura lançar luz sobre alguns dos percursos que podem integrar tal demanda, através da proposta de itinerários de fruição de duas obras: A toupeira que queria saber quem lhe fizera aquilo na cabeça (Holzwarth, 2022) e Damião, a toupeira furacão (Llenas, 2017a). Os alicerces teóricos e a fundamentação curricular que sustentam esta reflexão contemplam: i) a importância hodierna da literatura para a infância na Educação; ii) o contributo da Educação Literária para a compreensão das singularidades que ampliam a diversidade de posicionamentos no mundo, alimentando o refinamento da apreciação estética; iii) a relevância da Educação para a Cidadania Global para o acolhimento da plurissignificação plasmada em modos de ser e de estar no quotidiano que implicam a participação ativa de todas as crianças e a escuta das suas vozes. À luz do apontado, traçaram-se os seguintes objetivos: i) indagar o modo como os peritextos e os textos alvos de atenção se entrelaçam, promovendo itinerários do olhar que potenciam o desenvolvimento da empatia e a sensibilidade estética das crianças; ii) refletir sobre as potencialidades das duas obras, no que respeita à compreensão da diversidade enquanto pilar da Educação para a Cidadania Global, em diálogo com a Educação Literária. Conclui-se que as duas obras possibilitam desvelar percursos de fruição estética e de compreensão da identidade e da diversidade englobadas nos quotidianos vivenciados, abrindo novos trilhos que iluminam espaços de afeição que acolhem os leitores. Os diálogos sugeridos potenciam reflexões sobre o inusitado, implicando olhares renovados sobre pormenores que devem ser alvo de cuidado, no âmbito da Educação, entendida como perene partilha, em comum.
- CAMINHOS PARA UMA BIBLIOTECA INCLUSIVA: PROCESSOS DE ADAPTAÇÃO DE LIVROS PARA SISTEMAS PICTOGRÁFICOSPublication . Silva, Ana IsabelAs bibliotecas inclusivas são ainda um espaço em construção, para o qual mostramos os desafios inerentes a essa travessia. Propomos, por um lado, dar a conhecer um percurso pelo papel das bibliotecas (inclusivas) e como, no âmbito da unidade curricular de Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicação (SAAC), constituímos um tímido acervo de títulos de literatura para a infância adaptados a pictogramas; por outro lado, desdobramos os processos de decisão inerentes à sua adaptação, evidenciando a necessidade de conhecimento explícito de um idioma neste processo de conversão para pictogramas, sem corromper a sua poética e o público-alvo. Esta atividade implica conhecer os domínios linguísticos e seus instrumentos de análise, bem como as propriedades e universais linguísticos, mas também situar a mensagem nos elementos paratextuais como a ilustração. Rematamos com a proposição de que adaptar uma obra de literatura para a infância para um sistema aumentativo e alternativo de comunicação (SAAC) que traz desafios de natureza linguística, tendo em consideração que as línguas não se constituem unidimensionalmente e também não são entidades homogéneas, antes plasmam idiossincrasias socioculturais e geográficas.
- Educação em Português e promoção da cidadania global: uma revisão sistemática de estudos publicadosPublication . Macário, Maria João; Sá, Cristina Manuela Branco Fernandes de; Mesquita, Luciana; António Manuel Ferreira; Carlos Morais; Maria Fernanda Brasete; Rosa Lídia CoimbraAs alterações trazidas pelo ambiente digital em que vivemos têm vindo a modificar as representações sobre o mundo, os valores a adotar, as competências exigidas aos cidadãos e as formas de aceder à informação e de (co/re)construir conhecimento. Rapidamente, a evolução digital entrou na vida das pessoas, que hoje já não concebem um mundo em que não possam estar constantemente ligadas a pessoas e lugares próximos e distantes, através da web. As possibilidades trazidas pela era digital, nomeadamente tendo a internet a suportá-la, promovem também o contacto com o que se passa localmente e a nível global de uma forma mais rápida e fácil. Pelo menos em teoria, isso deveria trazer-nos uma maior consciência da complexa rede de relações de que fazemos parte, da forma como todos nos influenciamos mutuamente, como as decisões de uns têm impacto na vida de outros. Neste quadro, sendo hoje as sociedades mais interdependentes, são também mais diversas e exigem que os seus cidadãos tenham representações de cidadania mais amplas e inclusivas (Banks, 2017).
- “Terra azul, lua laranja”: cuidar da Educação para a Cidadania Global nas veredas da literaturaPublication . Melão, DulceA Educação para a Cidadania Global (ECG) tem vindo a assumir destaque crescente no âmbito das práticas educativas da atualidade. Nesta reflexão, procuramos dar-lhe voz, incrementando a relevância da sua escuta, no âmbito do ensino da língua portuguesa. Para tal, percorremos dois livros-álbum contemporâneos, procurando mostrar como se instituem enquanto matéria privilegiada de acolhimento da língua, em conjugação com as ilustrações. O enquadramento teórico e curricular do artigo contempla: i) relatórios internacionais sobre a ECG e a "reimaginação" do futuro da educação; ii) as Aprendizagens Essenciais (1.º Ciclo de Ensino Básico – português), reportando-se ao currículo escolar, em Portugal; iii) o papel dos livros-álbum para alimentar a ECG. Traçamos como objetivos: i) investigar o potencial dos livros-álbum enquanto promotores de fruição estética que pode abrir caminhos à compreensão e à valorização da empatia, do cuidado e da solidariedade, em harmonia com a Natureza; ii) partilhar propostas de leituras que contribuam para renovar a relevância da valorização permanente da alteridade, enquanto alicerce do bem comum; iii) indagar formas de compreensão e de promoção da ECG nas veredas do ensino da língua, por via da literatura para a infância, no incremento da Educação Literária. Concluímos que o livro-álbum contemporâneo pode ter um papel preponderante no âmbito da compreensão de valores e no germinar de atitudes que potenciem cuidar dos outros, como perene exercício cívico que contribui para construir futuros da Educação que assentem na prossecução do bem comum.
- “António Nobre visto por Leonardo Coimbra. Uma leitura criacionista de uma poética da Saudade”.Publication . Relvas, SusanaUma das linhas mais originais e surpreendentes do pensamento de Leonardo Coimbra prende‑se com a relação dialética entre filosofia e arte, tendo o autor pensado a experiência artística, nas suas vertentes ética e estética, chegando à relação analógica entre o homem e a natureza. Conceitos que emergem de uma antropologia filosófica centrada na pessoa moral, cuja caminhada, feita em liberdade, se dirige até Deus. Este vetor fundamental do seu pensamento criacionista concilia o real e o ideal, a intuição e a razão, a matéria e o espírito, numa justa harmonia revelada nos sistemas filosóficos do Saudosismo e Criacionismo. Compatibilizando conhecimento científico, moral, artístico e religioso, o pensador portuense confere aos poetas a missão de profetas da humanidade, e aos poetas portugueses, em concreto, destina‑lhes os mais altos voos como intérpretes da alma nacional. Em diferentes momentos, o pensador consagra‑lhes páginas de exaltação e cumplicidade e António Nobre merecerá, de entre uma plêiade de escritores de Camões a Teixeira de Pascoaes, de Mário Beirão a Guerra Junqueiro, estatuto de poeta da Saudade.
- Percursos para o desenvolvimento da cidadania global: a formação de professores e a literatura para a infânciaPublication . Macário, Maria JoãoA diversidade e o contacto entre diferentes povos e culturas, que caracteriza (e enriquece) o mundo atual, torna premente a preparação de indivíduos preocupados com as suas ações locais e as consequências globais dos seus atos, perspetivando o bem comum, o desenvolvimento sustentável e o respeito pelos direitos humanos. A promoção de uma educação para a cidadania global é, por isso, fundamental para todos e precisa de se iniciar desde os primeiros anos, preparando (futuros) cidadãos ativos, que exerçam um papel consciente da importância da ação local para um mundo globalizado mais justo. Enquanto sistema modelizante do mundo e pelas potencialidades que apresenta de questionamento, reflexão e projeção de vivências, a literatura para a infância revela-se como um espaço privilegiado para crianças (e adultos) pensarem sobre o seu lugar (e o do outro) no mundo e sobre formas de todos (con)viverem de forma sustentável e harmoniosa. É precisamente com estas preocupações em mente que neste artigo pretendemos refletir sobre os resultados de dois estudos de caso de abordagem qualitativa, centrados na educação para a cidadania global através da literatura para a infância. Num dos estudos, desenvolvido em 2021, analisaram-se dois livros-álbum, procurando neles indícios que pudessem servir de reflexão às crianças e seus mediadores sobre princípios de cidadania global. Os resultados apontaram para livros-álbum que apresentam possibilidades de reflexão de grande riqueza, através da experiência e questionamento das personagens destas histórias que as crianças facilmente projetarão nas suas próprias vivências.Desenvolvido no ano letivo de 2019/2020, outro estudo teve como participantes 13 estudantes da Licenciatura em Educação Básica, a frequentarem uma unidade curricular de literatura para a infância. Estes estudantes responderam a um questionário online para identificação e caracterização das suas representações sobre educação para a cidadania global e sua promoção através da literatura para a infância. Os dados foram tratados com recurso a análise de conteúdo. Os resultados apontam para estudantes preocupados com a promoção de uma cidadania global, nomeadamente sugerindo itinerários de leitura para a sua promoção. Apesar disso, revelam que estes estão muito mais focados nas suas atitudes do que nos seus conhecimentos e competências, o mesmo se revelando na sua promoção junto das crianças.
- Storytelling and digital art: tools for enhancing multilingual skillsPublication . Delplancq, Véronique; Costa Lopes, Ana Maria; Costa, Cristina Amaro; Coutinho, Emília; Oliveira, Isabel; Pereira, José; Lopez Garcia, Patricia; Gillain, Romain; Amante, Susana; Fidalgo, Susana; Relvas, Susana
- Da breve idade imensa do sonho: a leveza vivaz das palavras recordada por Álvaro MagalhãesPublication . Melão, DulceNos múltiplos sentidos desvelados em "O homem que não queria sonhar e outras histórias" plasmam-se linhas temáticas que percorrem, de modo vivo, a escrita de Álvaro Magalhães – modos de ler e de ver o tempo e a vida – que constituem um apelo renovado à releitura da sua obra, oferecendo abundantes possibilidades de reflexão sobre os desafios com que hoje nos debatemos, e se configuram enquanto alento redobrado do nosso exercício de cidadania. Neste capítulo, tendo como entrelaçamentos temáticos infâncias e sonhos abrigados em múltiplos tempos, apresentamos trilhos potenciadores de tal exercício, alimentado pela fruição da poesia que percorre a escrita de Álvaro Magalhães.
- Da leitura como perene reinício de constelações de afetos – reencontrar Conceição Dinis ToméPublication . Melão, DulceNeste capítulo aborda-se a leitura como perene reinício de constelações de afetos plasmados na obra de Conceição Dinis Tomé, numa rede delicada de intertextualidades. Reencontrar, de modo renovado, modos de olhar a leitura e nela acolher abrigos que se reconstroem através das múltiplas vozes que ecoam na obra da autora, reveste-se de particular significado. Périplos do sonho, reescritas do silêncio e pinceladas de luz, oferecidos aos leitores por Conceição Dinis Tomé, ganham destaque e constituem ensejos de outras leituras, inscrevendo a autora como relevante voz e rosto da literatura para a infância e a juventude.
- Biliteracy and Multiliteracies: Building Paths to the FuturePublication . Lúgaro, Carolina; Sá, Maria Helena Araújo; Silva, Ana IsabelLiving in a modern world where linguistic and cultural diversity, enhanced by a host of technologies, are present in people's daily lives, demands skills on multiliteracies, which must incorporate the different languages and cultures and the different forms in which texts appear (Cope & Kalantzis, 2009). For an emancipatory approach to the deaf as critical agents of citizenship, capable of acting and intervening in the different spheres of society, they need to build up skills to deal with multilingualism and multimodality. Language and literacies of the deaf have been widely discussed in the scientific literature in recent decades, from broader studies about reading and language development of the deaf (Domínguez, Pérez, & Alegría, 2014; Goldin-Meadow & Mayberry, 2001; Lederberg, Miller, Easterbrooks, & Connor, 2014; Spencer & Marschark, 2010; Y. Wang & Andrews, 2014; Worsfold, Mahon, Pimperton, Stevenson, & Kennedy, 2018), to those on more specific themes, such as the use of reading strategies (Banner & Wang, 2011; Furlonger, 2016; Schirmer, Bailey, & Lockman, 2004), emergent literacy skills (Easterbrooks, Lederberg, Miller, Bergeron, & McDonald Connor, 2008; Kyle & Harris, 2011; Zupan & Dempsey, 2013), reading comprehension response to complex grammar (Traxler, Corina, Morford, Hafer, & Hoversten, 2013), the impact of new technologies on literacy development (Harris, 2015), and those that focus on how to teach reading to this public (Ducharme & Arcand, 2011; Martins, 2015). Moreover, in recent years, multi/plurilingualism related to the deaf has given rise to research that comes from the multidisciplinary fields of Language Studies, Deaf Studies and Educational Sciences and discuss language issues within a plurilingual1 view, even if they have different approaches and diverse focus and objectives.