ESSV - UEMOG - Dissertações de mestrado (após aprovadas pelo júri)
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- O impacto da endometriose na qualidade de vida da mulher em idade fértilPublication . Pinheiro, Bárbara Sofia Martins; Nelas, Paula; Santos, EduardoIntrodução: A endometriose é uma doença inflamatória crónica que afeta a saúde da mulher, a reprodução, aumenta o risco de depressão, traz limitações nas atividades de vida diárias e consequente redução da atividade social e laboral, devido à sintomatologia que lhe é tão característica. Esta patologia afeta sobretudo adolescentes e mulheres em idade fértil. Objetivos: Mapear a investigação científica sobre a influência que a endometriose exerce na qualidade de vida da mulher que se encontra em idade fértil. Material e métodos: Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados: PubMed, CINAHL, Rcaap, Scielo no mês de novembro de 2021, utilizando como descritores, os termos: endometriose e qualidade de vida, mais propriamente a fórmula de pesquisa: endometriosis and quality of life. Concluindo na elaboração de uma Scoping Review. Resultados: A qualidade de vida é afetada pela sintomatologia manifestada de forma diferente de mulher para mulher, da mesma forma pode-se afirmar que mulheres com a mesma sintomatologia podem relatar diferentes níveis de qualidade de vida. Conclusões: A mulher diagnosticada com esta patologia incapacitante e crónica, deve ser abordada através de uma visão biopsicossocial, tendo em consideração os seus contextos de vida (pessoais, familiares, sociais e laborais) uma vez que esta afeta a sua qualidade de vida. Deve, da mesma forma ser orientada em termos de diagnóstico e tratamento por uma equipa multidisciplinar (enfermeiro especialista em saúde materna e obstétrica, ginecologista, psicólogo, psiquiatra e sexólogo), devendo ter o enfermeiro especialista um lugar de destaque. Descritores em Português: endometriose; qualidade de vida.
- Literacia em saúde mental positiva da puérperaPublication . Pissarra, Carla Susana Marques; Duarte, João Carvalho; Nelas, Paula Alexandra Andrade BatistaEnquadramento: O Plano de Ação para a Saúde Mental para 2013-2020 refere que uma boa saúde mental é uma condição fundamental para o aumento do potencial, da capacidade de lidar com o stress da vida, do aumento da produtividade e do bem-estar, priorizando, a literacia em saúde mental, como um objetivo de saúde pública a atingir no século XXI. Assim, uma adequada literacia no puerpério é essencial para promover a transição para a parentalidade incluindo o desenvolvimento de competências, poder de decisão e autonomia que possibilitem decisões livres e esclarecidas que promovam a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar. Objetivos: Determinar o nível de literacia em saúde mental da puérpera, identificar as variáveis sociodemográficas, obstétricas e as alterações psicoemocionais associadas ao nível de literacia em saúde mental da puérpera. Métodos: Estudo transversal, quantitativo, descritivo-correlacional com amostra não probabilística, intencional por conveniência de 208 puérperas, com uma média de idades de 32 anos e desvio padrão 4,79. O instrumento de colheita de dados foi o questionário constituído por questões sociodemográficas, obstétricas, pela escala de avaliação das alterações psicoemocionais do puerpério – EAAPP (Sousa & Leal, 2010) e escala de conhecimento para uma Boa Saúde Mental – EBSM (Bjørnsen, Eilertsen, Ringdal, Espnes, & Moksnes, 2017). Resultados: Relativamente aos conhecimentos para uma boa saúde mental, as puérperas apresentam com igual percentagem (35,1%), conhecimentos suficientes e fracos. Já 29,8% têm bons conhecimentos. A literacia em saúde mental positiva da puérpera é influenciada: para o fator exigências ou vivencias externas pelas variáveis obstétricas, informação fornecida pelos médicos e tipo de ajuda; para o fator património interno da puérpera, pelas variáveis sociodemográficas, local de residência, habilitações literárias e pelas variáveis obstétricas, acompanhante no parto, curso de preparação para o parto/parentalidade, esclarecimento de dúvidas sobre o puerpério, informação fornecida pelos enfermeiros e pessoa que ajuda; para o fator global boa saúde mental, pelas variáveis sociodemográficas situação laboral, internet na residência e pelas variáveis obstétricas planeamento da gravidez, acompanhante no parto, curso de preparação para o parto/parentalidade, esclarecimento de dúvidas sobre o puerpério, informação fornecida pelos médico e tipo de ajuda. As variáveis alterações psicoemocionais, nomeadamente, a ansiedade tem significância marginal na literacia em saúde mental da puérpera para o património interno. Conclusões: Obteve-se um nível global de literacia em saúde mental positiva problemático, que se associou a variáveis sociodemográficas, obstétricas e psicológicas. A melhoria deste resultado, no puerpério, é essencial para uma boa transição para a parentalidade, permitindo o desenvolvimento de competências e conhecimentos para que a puérpera tenha poder de decisão e autonomia para tomar decisões livres e esclarecidas. Neste âmbito, o enfermeiro deve promover a literacia em saúde mental durante as consultas pré-concecionais e pré-natais.
- Rastreio do cancro do colo do útero: O significado que lhe é atribuído pelas mulheresPublication . Almeida, Susana Maria Marques de; Coutinho, Emília CarvalhoEnquadramento: O cancro do colo do útero (CCU) assume um enorme impacto na saúde pública mundial, e particularmente nos países em desenvolvimento, uma vez que implica não apenas alterações significativas na qualidade de vida das mulheres, bem como gastos avultados em cuidados de saúde. No entanto, é sobre este tipo de cancro que mais se pode atuar em termos de prevenção e cura. O rastreio do cancro do colo do útero (RCCU) assume um papel fundamental em termos preventivos, uma vez que permite a deteção precoce de alterações celulares quais podem levar a formas de cancro altamente invasivas. Considerando a importância do RCCU realizámos um estudo do tipo não experimental, de natureza quanti/qualitativa, transversal, exploratório e descritivo os quais apresentamos separadamente. O estudo respeitou todos os princípios éticos ao desenvolvimento de estudos de investigação pelo que para além do pedido de autorização aos intervenientes através do consentimento informado foi obtida autorização pela Comissão de Ética da ULS da instituição envolvida no estudo (Região Centro de Portugal) Estudo Quantitativo Objetivos: Determinar o número de mulheres inscritas na Unidade de Cuidados Saúde Personalizados de Seia, com idade para realizarem RCCU, no triénio 2013-2015; Identificar a prevalência de não comparências à consulta de RCCU por parte das mulheres; Determinar a prevalência de casos positivos de CCU. Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo: a população é constituída pelas mulheres inscritas numa UCSP de uma ULS da região centro de Portugal. A amostra não probabilística por conveniência é constituída por mulheres inscritas numa UCSP de uma ULS da região centro de Portugal que faltaram, pelo menos, a uma consulta de RCCU, e tem idade compreendida entre os 27 e os 64 anos de idade. Os dados relativos ao número de mulheres inscritas na UCSP em idade de rastreio (25-64 anos) foram obtidos a partir do Sistema de Informação Nacional dos Cuidados de Saúde Primários (SINUS), facultados pelo Serviço de Estatística, Planeamento e Apoio à Gestão (SEPAG) da ULS participante no estudo. Os dados da frequência à consulta de rastreio de cancro do colo do útero para determinação de prevalência de RCCU foram obtidos pela contagem dos resultados de citologia através dos ficheiros em suporte de papel existentes na respetiva unidade. Para a análise de dados foram tidos em conta os valores numéricos e percentuais para a determinação das prevalências, com recurso ao SPSS versão 24. Resultados: O estudo da UCSP revelou um decréscimo do número das mulheres (em idade de realizarem rastreio) que se apresentaram na consulta de RCCU no triénio de 2013-2015. Se em 2013 cerca de 16% das mulheres fizeram a consulta de RCCU, em 2015 a prevalência de presenças foi de apenas 11%. O estudo qualitativo realizado permitiu observar que os principais motivos que explicam a ausência das mulheres são pessoais (como a vergonha e o pouco à vontade com o médico do sexo masculino) e profissionais (incompatibilidade de horários e indisponibilidade do médico para convocar). Devido a estes constrangimentos, algumas mulheres recorrem ao setor privado para terem cuidados continuados, poderem escolher o médico que faz o RCCU, poderem escolher o horário da consulta e sentirem-se mais à vontade. Conclusões: Os indicadores de vigilância de saúde no que respeita ao RCCU na UCSP em estudo são altamente preocupantes por não cobrirem sequer um quinto da população inscrita nesta consulta. Estes indicadores devem ser motivo de reflexão não apenas por parte dos profissionais de saúde da Unidade de cuidados em causa, bem como pelas entidades competentes e reguladoras da saúde as quais deverão desenvolver planos de ação corretivos e de melhoria que assegurem cuidados de saúde de qualidade à população.Estudo Qualitativo Objetivos: Compreender o significado atribuído pelas mulheres à consulta de RCCU; Compreender a perceção das mulheres acerca do risco de cancro do colo do útero; Compreender o significado que as mulheres atribuem aos cuidados de enfermagem, dos quais são alvo na consulta de RCCU. Métodos: Para a recolha de dados convidámos 20 participantes que integraram a amostra do estudo quantitativo. A recolha de dados foi efetuada através de questionário, para a caracterização sociodemográfica, e por entrevista semiestruturada, para responder aos objetivos de investigação. As entrevistas decorreram num gabinete reservado na UCSP para esse fim. Para a análise qualitativa dos dados foram tidos conta os pressupostos apresentados por Bardin, com recurso ao NVivo versão 11. Resultados: Emergiram as seguintes categorias - Percepção das mulheres acerca dos fatores de risco de CCU; Percepção das mulheres sobre requisitos da prevenção de CCU; Significado atribuído pela mulher à consulta de RCCU; Motivos para não ir à consulta de rastreio do CCU; Atitudes da mulher perante a consulta de rastreio do CCU; Intervenções de enfermagem valorizadas pelas mulheres na consulta de rastreio CCU; Constrangimentos referidos pelas mulheres na consulta de enfermagem do RCCU; Expectativas das mulheres relativamente ao trabalho que deveria ser desenvolvido pelos enfermeiros na consulta de rastreio do CCU; Crenças das mulheres face ao género do profissional que realiza a consulta de RCCU; Sentimentos vivenciados pela mulher face à consulta de RCCU. Conclusão: São vários os motivos apresentados pelas mulheres para a não comparência à consulta de RCCU, estando os aspetos culturais na génese de diferentes perceções, decisões, comportamentos, atitudes e sentimentos vivenciados pela mulher. Pretende-se que a compreensão desta problemática capacite o enfermeiro e os profissionais de saúde em geral para a criação de condições adequadas e intervenções culturalmente sensíveis que se traduzam não apenas na adesão das mulheres à consulta de RCCU, mas que as mesmas sejam experiências agradáveis e de bemestar para a mulher/família/comunidade.
- Crenças em saúde relativas ao cancro do colo do úteroPublication . Chaves, Marisa Filipa Rodrigues; Nelas, Paula Alexandra Andrade BatistaEnquadramento: O aumento da incidência e prevalência de doenças oncológicas, nomeadamente o CCU, faz com que se considere que este seja um problema de saúde pública mundial envolvendo recursos na área da prevenção. Objetivos: Identificar os factores que influenciam as crenças em saúde relacionadas com o CCU; Determinar a influência das variáveis sociodemográficas nas crenças em saúde sobre o CCU; Determinar as variáveis de contexto ginecológico e sexual que influenciam as crenças em saúde relativasao CCU e analisar a relação entre as variáveis de contexto sociopsicológico e de saúde e as crenças em saúde relativas ao CCU. Metodologia: É um estudo quantitativo, não experimental, descritivocorrelacional e transversal. A recolha de dados foi realizada através de um questionário, o qual permitiu realizar a caracterizaçãosociodemográfica, ginecológica/sexual, psicológica de saúde e conhecimento sobre CCU. Utilizámos ainda escalas Crenças em Saúde (Patrão, I. 2000), LocusControl Saúde, Valor Saúde, Satisfação com Suporte Social (Pais-Ribeiro, 1999) e Questionário do Estado de Saúde SF8 (Pais-Ribeiro, 2005). A amostra é não probabilística por conveniência, constituída por 946 participantes da região centro de Portugal. Resultados:Verificamos que as crenças em saúde cancro colo do útero são, na dimensão benefícios, influenciadas pelas variáveis idade adulta, zona urbana, não usam métodos contracetivos e existência de familiares com CCU. A dimensão gravidade é influenciada pelas variáveis, zona rural, mulheres que vão periodicamente a consulta de planeamento familiar, uso de métodos contracetivos e existência de familiares com CCU. A dimensão obstáculos é influenciada pelas variáveis zona rural, uso de métodos contracetivos, existência de familiares com CCU e já ter iniciado na sua atividade sexual. A dimensão vulnerabilidade é influenciada pelas variáveis zona rural, usode métodos contracetivos, existência de familiares com CCU e ocorrência prévia de problemas do foro ginecológico. O total das crenças é influenciado pela zona rural, uso de métodos contracetivos, existência de familiares com CCUe ocorrência prévia de problemas do foro ginecológico. No locus control acaso, é preditor da vulnerabilidade, obstáculos, gravidade e fator global. O locus controlo externo é preditor da gravidade, benefícios e obstáculos. O locus controlo interno é preditor da vulnerabilidade e benefícios. O estado de saúde na componente mental é preditor em todas as dimensões e fator global. A componente física é preditora na vulnerabilidade, gravidade, obstáculos e total crenças. No suporte social, a satisfação com os amigos é preditora da gravidade e obstáculos. A satisfação com a família é preditorada vulnerabilidade, obstáculos e fator global. A actividade social é preditora da vulnerabilidade. Conclusões: Desenvolver competências nos profissionais de saúde que permitam ampliar as ações de cidadania em saúde, capacitando desta forma os cidadãos, de modo que se tornem mais autónomos e responsáveis em relação à sua saúde, encorajando medidas de promoção da saúde e de prevenção da doença.
- Epidemiologia do contexto gravídico : o caso particular da prevalência das RPM associadas às fases lunaresPublication . Mota, Telmo Filipe Alves Amorim da; Nelas, Paula Alexandra Andrade Batista; Duarte, João CarvalhoEnquadramento: Ao longo dos anos, têm sido realizados estudos com objetivo de analisar se existem fatores desencadeastes do trabalho de parto, nomeadamente a relação entre a Roturas Prematuras de Membrana (RPM) e as fases lunares. Objetivo: Analisar a prevalência da RPM associada às fases lunares, analisar a relação entre a RPM e o grupo etário; determinar a prevalência de RPM por ano civil e faixa etária, determinar a prevalência de partos eutócicos e distócicos por ano civil, determinar se existe relação entre o tipo de parto e o número de gestações. Metodologia: Estudo quantitativo, longitudinal, descritivo e correlacional. A amostra é constituída por 6437 participantes que pariram no CHBV (entre 2014 e 2017). Desta amostra 1582 foram admitidas com o diagnóstico de Rotura Prematura de Membranas. Os dados foram colhidos na plataforma informática “SClínico”, tendo em consideração as variáveis: nº processo, diagnósticos; nº de gestações; tipo de parto; idade; data e hora do parto. Os dados foram tratados com recurso ao SPSS versão 24.0. Os procedimentos éticos e legais foram assegurados. Resultados: Verifica-se uma predominância do Quarto Minguante em metade dos anos analisados, com diferença estatística significativa (p= 0.041). Verificou-se também uma discrepância acentuada entre partos eutócicos, e distócicos, verificando-se uma diferença de 34% para 66%, com a maior percentagem a recair sobre os partos distócicos. Conclusões: Podemos concluir que há predomínio do Quarto Minguante em metade dos anos analisados, com diferença estatística significativa (p = 0,041). Concluímos também que existe uma instrumentalização cada vez mais acentuada do parto, isto é, o número de partos distócicos realizados sempre a aumentar, atingindo 73.3% nas primigestas e 66% na generalidade dos casos. Palavra chave: Epidemiologia; Fases da Lua; Rotura Prematura das Membranas; Gravidez; Parto.
- Parto na água em Portugal : experiência das mãesPublication . Gonçalves, Mariana Alves; Coutinho, Emília CarvalhoO parto na água é um modelo de assistência às mães/casais que priorizam uma experiência que respeita o parto espontâneo e natural, numa perspetiva de maior pro-atividade da mulher. É desta forma que o momento do parto constitui uma experiência que responde às necessidades, expectativas e satisfação materna. Partindo deste pressuposto, o presente estudo pretende avaliar a experiência vivida por mães que tiveram um parto na água. Desta forma, foram realizadas entrevistas a 13 mães dos distritos de Setúbal, Lisboa, Leiria e Porto de forma a perceber quais os benefícios que destacam desta experiência. Os testemunhos foram agrupados em 7 categorias, e estas em subcategorias. E face os resultados foi possível constatar que a maioria das mães refere como benefícios do parto na água o alívio da dor e a oportunidade de ver o filho nascer. Destacam ainda a importância do EESMO na promoção da adoção de estratégias não farmacológicas para o alívio da dor, da participação ativa da mãe no parto e menor intervenção do EESMO, e no respeito e proximidade demonstrados pelo mesmo. Salientam ainda a sua elevada satisfação sentida na experiência de um parto natural. Palavras-chave: Parto na água, parto natural, experiência, EESMO.
- O que influencia o desejo de ter um filho nos jovens adultosPublication . Silva, Elsa Isabel Oliveira da; Nelas, Paula Alexandra Andrade Batista; Duarte, João CarvalhoEnquadramento: O Índice Sintético de Fecundidade (ISF) português é dos mais baixos da Europa. No entanto, o desejo de cada individuo jovem ter um filho, sem qualquer restrição é superior ao valor de referência para a substituição de gerações. Objectivos: Compreender a relação entre as variáveis sociodemográficas, as variáveis de contexto sexual e reprodutivo e as variáveis psicológicas com o desejo de ter um filho. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo-correlacional. A amostra é não probabilistica por conveniência com uma média de idade de 20,79 anos (dp=2,785). O protocolo de investigação foi um questionário que caracteriza o perfil sociodemográfico, sexual e reprodutivo da amostra. Foi incluído o “QVPM” (Matos& Costa, 2001), “QVA” (Matos& Costa, 2001), “Questionário de desejo de ter um filho” (Leal, 1999) e escala de Auto estima de (Rosenberg, 1965, adaptado 1999). Resultados: É no sexo feminino e no grupo etário ≤ 19 anos que o desejo de ter um filho é maior. O desejo de ter um filho diminui com a idade. Ter namorado(a), pertencer a uma família alargada, não ter irmãos e ser proveniente de uma zona rural estão relacionados com maior desejo de ter um filho, no entanto sem diferenças estatísticas significativas. Os estudantes do primeiro ano apresentam maior desejo de ter um filho no futuro e este diminui conforme a progressão no ensino (ano de curso) e aproximação do mercado de trabalho. Os que apresentam maior desejo de ser pais com base em sentimentos relativos à parentalidade frequentam menos a consulta de planeamento familiar. Observaram-se diferenças estatísticas significativas entre o número de filhos desejado no futuro e o desejo de ter um filho. O nível de conhecimento sobre fertilidade não influencia o desejo de ter um filho. Quanto maior a ansiedade de separação da mãe (vinculação à mãe), a dependência da vinculação amorosa, a ansiedade de separação do pai (vinculação ao pai) e a auto estima, maior é o desejo de ter um filho. Conclusões: O desejo de ter um filho é um construto ao longo da vida, pelo que os enfermeiros acompanhando o ciclo vital do individuo contribuem para a promoção e capacitação da parentalidade nomeadamente através da: avaliação e promoção do vinculo parental e promoção da saúde sexual e reprodutiva. Palavras chave: Jovem adulto, parentalidade, vinculação amorosa, auto estima.
- Envolvimento do pai no nascimentoPublication . Gonçalves, Carla Sofia Pinto; Ferreira, Manuela Maria Conceição; Duarte, João CarvalhoEnquadramento – O envolvimento do pai durante e após o nascimento de um filho promove a construção da paternidade responsável e o envolvimento a longo prazo na vida dos seus filhos. A presença do pai na sala de partos é uma experiência importante e permite ao casal compartilhar o momento do parto e do nascimento. Estas questões expedem para um olhar mais profundo sobre a problemática do envolvimento do pai no nascimento. Objetivos - Identificar que variáveis sociodemográficas, de caterização obstétrica e contextuais ao envolvimento do pai durante a gravidez influenciam o envolvimento do pai no nascimento; verificar se existe relação entre as variáveis sociodemográficas, bonding, vinculação do adulto e satisfação em áreas da vida conjugal e a participação do pai no nascimento. Métodos - Estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional. Para a recolha de dados, optou-se por um questionário composto por questões de caracterização sociodemográfica, obstétrica, envolvimento do pai durante a gravidez, pela Escala de Bonding (Figueiredo, Marques, Costa, Pacheco, Paisou et. al., 2005), The Birth Participation Scale (Martin, 2008) adaptada por Lopes (2012), Escala Vinculação do Adulto (EVA) (Canavarro, Dias & Lima, 2006), Escala de Avaliação da Satisfação em Áreas da Vida Conjugal (EASAVIC (Narciso & Costa, 1996). A amostra é constituída por 233 pais que frequentam aulas de preparação para o parto e parentalidade nos vários Centros Hospitalares abrangidos pela investigação, com uma média de 32,68±5,64 anos. Resultados – Apurou-se que os pais na faixa etária dos 31-35 anos são os que revelam mais Medos relacionados com o desempenho do papel: expressão da emoção/complicações obstétricas e Desejo de estar presente e desempenhar o papel de pai (p=0,001); os pais com mais idade (≥36 anos) manifestam mais desejo de desempenhar o papel de pai – observador. Os residentes em meio urbano revelam valores de ordenação média mais elevados em todas as dimensões. Os pais que já têm outro filho apresentam valores de ordenação média mais elevados (Pressão social para o desempenho do papel p=0,013; Medos relacionados com o desempenho do papel: sentimento de ineficácia p=0,038). Aqueles que já assistiram a algum nascimento manifestam mais Desejo de estar presente e desempenhar o papel de pai (p=0,010) e Medos relacionados com o desempenho do papel: sentimento de ineficácia (p=0,043), com mais participação global (p=0,019). As variáveis preditoras do envolvimento do pai são os sentimentos e expressão de sentimentos, o conforto com a proximidade, Bonding not clear, autonomia, características físicas e psicológicas, ansiedade e idade. Conclusão - Face a estes resultados, considera-se que o envolvimento do pai no nascimento, para além de possibilitar um suporte psicossocial à companheira, ocorre a partilha da experiência pelo casal e a formação de vínculo pai-bebé. As variáveis preditoras do envolvimento do pai devem ser consideradas pelos enfermeiros especialistas nos programas de preparação para o parto e parentalidade Palavras-chave - Pais, Nascimento, Participação do pai.
- Competências emocionais e literacia em saúde sexual e reprodutiva nos estudantes do ensino secundárioPublication . Mota, Patrícia José Sousa Freitas; Ferreira, Manuela Maria Conceição; Duarte, João Carvalho; Campos, SofiaEnquadramento: A literacia em saúde é entendida como a capacidade para tomar decisões informadas sobre a saúde. Constituiu-se como a opção quotidiana de decisões de saúde conscientes com uma particular importância no grupo dos adolescentes. Assim assume-se de primordial importância uma educação sexual integrativa a este grupo. Objetivos: Determinar se as variáveis sociodemográficas, de contexto académico e contextuais de saúde sexual e reprodutiva interferem na literacia em saúde sexual e reprodutiva nos estudantes do ensino secundário; analisar a relação entre as competências emocionais e a literacia em saúde sexual e reprodutiva nos estudantes do ensino secundário. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e analítico, envolvendo uma amostra de 213 alunos a frequentarem os 10.º, 11.º e 12.º anos do Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira, maioritariamente feminina (60.4 %) com idade média de 16.45 anos. A recolha de dados foi suportada num questionário de caracterização sociodemográfica, variáveis de contexto académico, variáveis contextuais de saúde sexual e reprodutiva, o Questionário de Competência Emocional de Vladimir Taksic’ (2000), uma adaptação portuguesa de Faria & Lima Santos (2001) e o Questionário de Conhecimentos sobre saúde sexual e reprodutiva de Santos (2017). Resultados: Maioritariamente, os alunos recorrem aos pais quando têm dúvidas sobre a saúde sexual e reprodutiva (30.5%) e apenas 10.8% aos profissionais de saúde. Predominam os estudantes (67.6%) que consideram ter conhecimentos bons/muito bons sobre saúde sexual e reprodutiva, sendo as raparigas quem revela mais conhecimentos em relação a esta temática. Quanto mais idade e ano de escolaridade, os estudantes têm, mais conhecimentos possuem sobre saúde sexual e reprodutiva. Quanto menos capacidades, têm os alunos, para lidar com a emoção, menor é a informação que estes possuem sobre saúde sexual e reprodutiva. Conclusão: Quanto mais precoce for assimilado o compromisso da aprendizagem sobre saúde sexual e reprodutiva, maior será a obtenção de bons resultados, refletindo-se em adolescentes mais comprometidos e seguros. Palavras-chave: Competências emocionais; Literacia; Saúde sexual e reprodutiva; Adolescentes.
- A sexualidade da mulher casal durante a gravidez : Uma revisão integrativa da literaturaPublication . Severino, Susana Patrícia Santiago; Coutinho, Emília CarvalhoEnquadramento: A gravidez é caracterizada por várias transformações na vida da mulher/casal decorrentes de alterações fisiológicas, psicológicas, sociais, entre outras, com impacto no dominio afetivo e vivência da sexualidade. Ao enfermeiro, enquanto educador para a saúde, é reservado um papel de capacitação da mulher/casal na vivência da sua sexualidade. Objetivo: Compreender a evidência sobre a sexualidade da mulher/casal durante a gravidez. Metodologia: Foi efetuada uma revisão integrativa da literatura sobre a relação entre as transformações da gravidez e a sexualidade da grávida/casal. Os estudos integrantes foram pesquisados nas bases de dados PubMed, LILACS, SciELO e Google elaborados entre 2010 e 2017. Selecionaram-se 25 artigos que obedeceram aos critérios de inclusão deste estudo. Resultados: Da análise efetuada emergiram três grades categorias: Adaptação física do organismo materno à gravidez; Adaptação psicológica à gravidez; e Adaptação da sexualidade à gravidez. Nesta última categoria emergem a frequência sexual, a relação conjugal, a posição sexual, e com maior destaque os fatores que interferem no relacionamento sexual dos quais se realçam o desejo sexual, o autoconceito particularmente no que se refere à autoimagem, o medo de causar dano ao bebé, e a dor. Em alguns estudos o enfermeiro assume um papel importante na capacitação da mulher/casal, fornecendo informação e orientação, para que experienciem a gravidez de forma única e especial. Conclusão: A forma como o casal encara a sexualidade durante a gravidez decorre de múltiplas adaptações. A partilha mútua facilita a gestão das emoções que surgem com as alterações características da gravidez, seja a nível físico, emocional, social ou sexual. O enfermeiro, pela sua relação privilegiada com a grávida/casal, pode capacitá-la(os) para comportamentos de saúde e bem-estar. Palavras-chave: Gravidez, Sexualidade, Vivências.